Advent agora diz que é hora de `comprar` Brasil.
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Advent agora diz que é hora de `comprar` Brasil.


Três anos depois de provocar polêmica ao declarar que o Brasil estava "caro" para investimentos em participações em empresas, o sócio da gestora de private equity americana Advent International, Patrice Etlin, mudou de lado. "É um bom momento para comprar Brasil", afirmou, durante evento do setor que ocorre no Rio.

 Para Etlin, as condições para se fazer negócios no país melhoraram em razão da queda da bolsa e da desaceleração da economia, que diminuíram o valor pedido pelas empresas nas negociações com os fundos. Ele também destacou a desvalorização cambial, que aumenta o poder de fogo das grandes gestoras internacionais, que captam recursos em dólar.

 Com um histórico de 17 anos de atuação na América Latina, a Advent possui um total de US$ 31 bilhões sob gestão. O fundo mais recente para investimentos na região, no valor de US$ 1,65 bilhão, foi captado em 2010. "Evitamos fazer negócios quando o Brasil estava superaquecido e procuramos outros mercados, como Colômbia e México", afirmou Etlin.

 Recentemente, a gestora voltou a olhar o país e fechou dois investimentos, na camisaria Dudalina e na farmacêutica United Medical - esta última por meio da empresa colombiana Biotoscana, controlada pelo fundo. Em 2011, a Advent investiu no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) e na empresa de educação Kroton, participação vendida na bolsa ao longo do ano passado.

 Outras grandes gestoras de private equity com atuação no país também veem o momento como favorável para investir. Para Alexandre Saigh, sócio do Pátria Investimentos, o baixo crescimento da economia nos últimos anos e a instabilidade nos mercados não tiram a atratividade do país. "O Brasil é um dos maiores mercados consumidores do mundo, e toda grande empresa precisa considerar se estabelecer aqui", diz.

 Em meio aos ciclos econômicos, o trabalho do gestor de private equity é ser "paciente e disciplinado", segundo Christopher Meyn, sócio da Gávea Investimentos. Mesmo com a entrada de várias gestoras internacionais nos últimos anos, ainda não existe uma competição predatória entre os fundos, segundo o executivo. "As oportunidades também cresceram, com mais empresas pensando em buscar sócios para seus negócios", diz Meyn.

 O discurso otimista dos gestores de private equity começou a ser testado no fim do ano passado, quando algumas firmas iniciaram o processo de captação de novos fundos. O último grande ciclo ocorreu nos anos de 2010 e 2011, no auge da euforia dos investidores internacionais, quando os fundos atraíram o valor recorde de US$ 12 bilhões para o país.

 Em 2013, os fundos destinados a investimentos no Brasil captaram US$ 2,338 bilhões, o que representa uma queda de 35% em relação ao ano anterior, de acordo com a Latin American Private Equity and Venture Capital Association (Lavca).

 A redução é atribuída justamente ao fato de os principais gestores com foco no país não terem levantado recursos ao longo do ano passado. Com a queda na captação, o Brasil passou a representar 42% dos recursos destinados a investimentos em private equity na América Latina. Em 2012, a participação era de 64,9%. No total, a captação de fundos para investimentos na região atingiram US$ 5,5 bilhões no ano passado, praticamente estável em relação a 2012, conforme os dados divulgados durante o "SuperReturn", evento do setor que ocorre no Rio.

 Apesar na queda na captação, a maior parte dos investimentos dos fundos de private equity foi no Brasil. Foram US$ 8,9 bilhões aplicados na região em 2013, um aumento de 13% ante o ano anterior, dos quais 68% foram investidos em empresas brasileiras.

 Além dos gestores locais, a suíça Partners Group também decidiu avançar no país. "Vou ao Brasil em março para acelerar nossa estratégia de ver onde investir e também de maior aproximação com instituições financeiras brasileiras, que por sua vez querem investir no exterior", disse o vice-presidente do grupo, Charles Dallara. No país, a Partners detém, entre outros negócios, participação na varejista de produtos esportivos Centauro, ao lado da GP Investimentos. Jornalista: Vinícius Pinheiro(Colaborou Assis Moreira, de Sidney)  - Valor Econômico
Fonte: abradilan 21/02/2014





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