Analogia da Alcatel com Airbus impulsiona compra pela Nokia
Marcas e Empresas

Analogia da Alcatel com Airbus impulsiona compra pela Nokia


Alcatel: a Nokia anunciou que pagará US$ 16,6 bilhões em ações pela Alcatel, criando uma nova líder de mercado internacional em redes sem fio

Como presidente do conselho da fabricante de equipamentos de telecomunicações Alcatel-Lucent SA, Philippe Camus sugeriu há tempos que a empresa e suas rivais se beneficiariam com uma consolidação similar à realizada no setor europeu de fabricação de aeronaves há uma geração.

Logo ele descobrirá se estava certo.

Camus, que há 15 anos supervisionou a combinação de uma empresa francesa, uma alemã e uma espanhola que hoje é conhecida como Airbus Group NV, será fundamental na criação de um colosso semelhante no ramo de telecomunicações.

Na quarta-feira, a Nokia Oyj anunciou que pagará US$ 16,6 bilhões em ações pela Alcatel, criando uma nova líder de mercado internacional em redes sem fio com força para competir com as agressivas concorrentes chinesas.

Para Camus, 66, o negócio foi o resultado de meses de uma diplomacia delicada. Chegar a um acordo implicou reconciliar as necessidades de duas empresas com histórias orgulhosas de inovação e independência e ao mesmo tempo conquistar o apoio do governo francês, que estava preocupado por perder um grande player da alta tecnologia.

“Como Philippe Camus costuma dizer -- nem todos os gigantes europeus podem ser franceses --”, disse o CEO da Alcatel, Michel Combes, na quarta-feira, em entrevista coletiva em Paris.

“A Nokia pareceu ser a melhor oportunidade” para a Alcatel.

Codinome: Nebraska

Lideradas por Combes e por sua contraparte da Nokia, Rajeev Suri, as empresas vinham conversando há mais de um ano quando as negociações começaram para valer em setembro passado.

Ambas as equipes acreditavam que era o momento certo de iniciar a discussão do negócio, segundo executivos envolvidos.

Essa reportagem é baseada nas declarações públicas dos CEOs e em entrevistas com mais de meia dúzia de indivíduos que participaram das negociações e que pediram anonimato por discutirem deliberações privadas.

Representantes da Nokia, da Alcatel e do governo francês preferiram não comentar os detalhes sobre como o acordo foi fechado.

Com o programa de corte de empregos de Combes, chamado de “plano de mudança”, começando a compensar e a Nokia concluindo sua transição do segmento de telefonia para o de redes, as discussões sérias puderam começar.

Elas inicialmente se concentraram em uma venda da divisão de telefonia celular da Alcatel à Nokia, mas ambos os lados logo começaram a enxergar as vantagens de uma fusão completa.

Embora algumas das reuniões tenham sido realizadas em Paris e Espoo, na Finlândia -- na área metropolitana de Helsinque, onde fica a sede da Nokia --, a maioria ocorreu em terreno neutro, em Londres. Codinomes deram uma maior diversidade geográfica à negociação: o acordo foi apelidado de “Maine”, enquanto a Alcatel era mencionada como “Alabama” e a Nokia, como “Nebraska”.

Visitas de madrugada

Executivos de ambas as empresas fizeram visitas periódicas ao ministro da Economia francês, Emmanuel Macron, e a seus assessores. Eles tentaram manter sigilo dirigindo-se aos escritórios deles, em frente ao Rio Sena, em horas avançadas e nos fins de semana.

Com o governo cada vez mais convencido de que a fusão poderia dar certo, mesmo que fosse estruturada como uma aquisição da Nokia, no fim de março os dois lados se reuniram na sede do escritório de advocacia Sullivan Cromwell LLP em Londres para concluir um chamado acordo de princípio.

O Estado francês esteve profundamente envolvido nas negociações finais, disse Combes, e ambos os CEOs fizeram uma visita final a Macron antes de fecharem o acordo, nesta semana.

Com um anúncio planejado para meados de abril, as negociações foram reportadas pela imprensa no dia 13 de abril.

As empresas confirmaram as negociações da fusão na manhã seguinte, atraindo uma torrente de câmeras de TV quando Suri e Combes subiram as escadarias do Palácio do Eliseu para garantir a bênção do presidente francês, François Hollande.

“Sejamos claros: a Nokia comprou a Alcatel”, disse Hollande a repórteres, em Bern na quarta-feira. “Mas eles estão fazendo isso sob as condições que eu dei a eles” Matthew Campbell, da Bloomberg
Marie Mawad e Adam Ewing, da Bloomberg Leia mais em exame 17/04/2015



loading...

- Unidade De Rede Da Nokia Compra Eden Rock Communications
Nokia: empresa não revelou o valor do acordo, mas disse que a transação deve ser concluída no terceiro trimestre do ano A Nokia está comprando a companhia norte-americana Eden Rock Communications para fortalecer sua oferta em seu principal negócio...

- Uber Oferece Us$ 3 Bi Por Unidade De Mapas Da Nokia, Diz Nyt
O serviço de taxi Uber fez uma oferta de 3 bilhões de dólares pela unidade de mapas da Nokia, a HERE, publicou o New York Times, citando pessoas com conhecimento da oferta. A finlandesa Nokia disse no mês passado que havia iniciado uma revisão estratégica...

- Nokia Negocia Compra Da Francesa Alcatel-lucent
A Nokia Oyj está negociando a compra da fabricante de equipamentos de telecomunicações Alcatel-Lucent, acordo que combinaria as duas competidoras mais fracas do setor, mas pode apresentar desafios no que toca ao corte de custos e à superação de...

- Nokia Compra Da Siemens Participação Em Joint Venture Por Us$2,2bi
As ações da Nokia subiam nesta segunda-feira depois de a companhia ter anunciado planos para comprar da parceira Siemens AG a participação na valiosa joint venture de equipamentos de rede, apostando na tecnologia para operar o 4G depois de tropeçar...

- Alcatel-lucent Fecha Acordo De Venda Da Genesys Por Us$ 1,5 Bilhão
A Alcatel-Lucent anunciou nesta quarta-feira, 19, que recebeu uma oferta de US$ 1,5 bilhão do fundo de investimentos em empresas (private equity) Permira para a compra da sua divisão Genesys, que fabrica soluções de contact center e software de gerenciamento...



Marcas e Empresas








.