Brasbunker avalia abrir o capital
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Brasbunker avalia abrir o capital


Em setembro de 2010, o BTG Pactual comprou uma fatia do capital da Brasbunker, holding com atuação crescente em serviços de apoio marítimo. A entrada do banco levou a empresa a fazer uma reestruturação que deve deixá-la pronta para abrir o capital em 2014. A listagem das ações em bolsa vai depender das condições de mercado, mas a direção da empresa está otimista com o crescimento do negócio. Em 2015, a Brasbunker deverá faturar R$ 1,18 bilhão, uma vez e meia a receita projetada para 2012, de R$ 460 milhões.

 "Devemos estar preparados para abrir o capital em 2014", disse Marcelino Nascimento, presidente da Brasbunker. Ele afirmou que o BTG levou para a empresa padrões de governança e uma nova cultura, além de alterar práticas internas. O banco nomeou o diretor financeiro e a empresa trocou de auditoria passando a ser auditada por uma das grandes empresas do setor, disse Nascimento. A empresa foi criada pelo pai e por um tio dele na década de 1960. Hoje a holding familiar Rio Alva tem 60% do grupo e os 40% restantes estão em mãos de um fundo de participações em ações gerido pelo BTG.

 A Brasbunker começou fazendo o transporte marítimo de combustível em portos do país, atividade que ainda mantém e é responsável por 29% da receita líquida do grupo. O apoio marítimo, que presta serviços à indústria de petróleo, responde por 48% da receita e a operação de proteção ambiental, outra das atividades, por 23%. Em 2015, a atividade offshore deve responder por 56% da receita da Brasbunker, o transporte marítimo de combustível, por 18%; a atividade ambiental, por 16%, e um novo negócio, a operação de robôs submarinos, por 10%.

 No fim de 2011, a Brasbunker comprou 70% da empresa RRC Robótica, de Macaé (RJ), da área de operações submarinas. Aquisições como essa vão assegurar novos contratos e receitas para a Brasbunker e vão ajudar a alavancar o crescimento da empresa, disse Nascimento. Este ano a RRC participou de licitação da Petrobras para contratar serviços de robôs submarinos.

 Nascimento disse que a empresa apresentou a melhor proposta para fornecer os robôs à Petrobras e, segundo ele, a expectativa é que o contrato possa incluir 24 robôs, um pacote cujo valor total é de R$ 1,2 bilhão. A RRC tem hoje cerca de 30 empregados, número que deve chegar a quase 300 pessoas caso se confirme o contrato com a estatal.

 Nascimento disse que os robôs serão fornecidos pela empresa americana Schilling, mas em um segundo momento os equipamentos devem passar a ter partes feitas no Brasil. Procurada, a Petrobras não se pronunciou. A entrada nesse negócio vai levar a Brasbunker a investir R$ 2,2 bilhões em cinco anos. A maior parte dos recursos irá para a construção de navios de apoio offshore. O plano considera construir 23 desses navios até o fim de 2016.

 A ampliação da frota também vai sustentar o crescimento da receita do grupo. No total, entre navios para o transporte de combustível e barcos de apoio marítimo, a Brasbunker terá, a partir de agosto, 94 embarcações em operação. O número do apoio inclui navios próprios e de terceiros com os quais a Brasbunker tem acordos operacionais.

 Hoje a empresa entrega, no Rio, o navio Mar Limpo II, especializado em combate à poluição. A embarcação, conhecida no jargão como OSRV (da sigla em inglês, Oil Spill Recovery Vessel), é um dos seis navios que vão ser construídos no estaleiro São Miguel, ligado ao grupo em São Gonçalo, na grande Rio.

 Os OSRVs serão afretados à Petrobras em contratos de oito anos, renováveis por igual período. O valor dos contratos de afretamento das duas primeiras unidades situa-se em cerca de US$ 70 milhões cada um. O último dos seis navios será entregue em agosto de 2014. Esses navios permitem combater derramamentos de petróleo.Por Francisco Góes
 Fonte: Valor Econômico 20/07/2012



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