Cade exigirá de empresas 'ficha limpa' com clientes
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Cade exigirá de empresas 'ficha limpa' com clientes


Empresa terá que reduzir queixas antes de comprar outra, diz Carvalho
Para novo presidente do órgão que zela pela concorrência entre empresas, é prioridade acelerar julgamentos

O advogado Vinícius Marques de Carvalho (34) assumiu o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em um dos momentos mais importantes para o órgão: a entrada em vigor da nova lei da concorrência.

 Desde o fim de maio, as fusões entre empresas são analisadas antes de o negócio ser fechado, como acontece nos países desenvolvidos.

 Para aproximar o conselho da economia real, o primeiro passo será usar registros de reclamações dos consumidores no julgamento de fusões.

 Segundo Carvalho, o Cade vai exigir, por exemplo, que o número de registros contra uma empresa caia, antes de aprovar aquisições feitas por ela. "Isso gera um efeito positivo para o consumidor", disse, em entrevista à Folha.

 Folha - Quais serão as prioridades do novo Cade? 


 Vinícius Marques de Carvalho - A primeira é julgar com efetividade. Se o Cade demorar para analisar casos simples, isso será um problema para as relações econômicas.

 Nossa meta é julgar casos simples em 30 dias.

 A segunda diz respeito à criação de uma inteligência no Cade. É importante que o conselho produza dados e não dependa daquilo que é fornecido pelas empresas.

 A correria das empresas para concluir fusões às vésperas da nova lei foi medo de demora? 

 De fato houve uma correria, eu acho que talvez alguma insegurança sobre o tempo que a gente levaria para analisar na vigência da nova lei, uma desconfiança na nossa capacidade de realizar isso num tempo econômico viável.

 Que setores que mais preocupam o Cade no momento? 

 Setores de infra em geral e os que impactam diretamente a vida do consumidor, como varejo e saúde suplementar. De maneira geral, o Cade precisa avançar na compreensão da economia real.

 E como isso será feito? 

 Queremos fazer uma aliança entre a política de defesa da concorrência e a do consumidor. Tivemos uma reunião com a secretária [de Defesa do Consumidor, Juliana Pereira] para elaborar um termo de cooperação. O Cade pode impor uma restrição em um ato de concentração, vinculada ao índice de reclamações, ou uma meta que a empresa tem que atingir. Isso gera efeito positivo para o consumidor. 

Vamos continuar tendo multas pesadas contra cartéis? 

 O importante é que a mensagem de que não vale a pena fazer cartel no Brasil.
 No mundo, essa conduta só arrefeceu quando as multas aumentaram de tamanho.  Por LORENNA RODRIGUES
Fonte: Folha de São Paulo 14/07/2012



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