Cenário negativo da Bolsa não reduz apetite por IPOs
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Cenário negativo da Bolsa não reduz apetite por IPOs


Empresas que preparam IPOs temem redução do interesse do investidor estrangeiro. Oferta da Votorantim Cimentos é a próxima da fila.

 Levantamento da Thompson Reuters mostra que Brasil teve segunda maior captação via IPOs no mundo neste ano.

 Nem mesmo o desempenho negativo da bolsa brasileira este ano reduziu o apetite dos investidores em participar de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês). Segundo levantamento feito pela Thompson Reuters com exclusividade para o Brasil Econômico, o Brasil ocupa a segunda posição entre os países que mais captaram recursos via IPOs este ano - US$ 6,5 bilhões em cinco operações.

 O país perdeu apenas para os Estados Unidos, que levantaram mais de US$ 17 bilhões em 71 ofertas. Mas a saída de investidores estrangeiros da bolsa no mês de maio, com saldo negativo de R$ 1,2 bilhão, já preocupa alguns emissores que estão na fila dos IPOs brasileiros.

 De qualquer forma, os resultados registrados entre janeiro e maio deste ano mostram que o Brasil conseguiu melhorar uma posição no ranking em relação a igual período do ano passado, quando captou US$ 2 bilhões em três ofertas, passando as ofertas chinesas.

 "Estamos vivendo o melhor cenário em termos de ofertas públicas iniciais de ações desde 2011", afirma Bruce Mescher, sócio da área de auditoria da Deloitte. Grande parte do sucesso das operações brasileiras, segundo ele, pode ser atribuído aos investidores estrangeiros, que participaram, em média, com 44% do volume arrecadado nas ofertas realizadas esse ano.

 Contudo, o cenário macroeconômico atual - com crescimento aquém do projetado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, alta da taxa básica de juros (Selic) e desvalorização do dólar ante o real - pode afastar os investidores das próximas operações, dependendo dos setores em que as companhias estiverem inseridas, bem como seus portes.

 "Claro que as notícias mais recentes relacionadas ao desempenho econômico doméstico podem reduzir o apetite dos investidores estrangeiros em ofertas brasileiras. Mas o reflexo disso será na seletividade", ressalta o sócio da Deloitte.

 Para ele, empresas com bom histórico de resultados e perspectivas de crescimento atrairão investidores estrangeiros. "Esse tipo de investidor está olhando o longo prazo, principalmente setores de consumo/serviços e infraestrutura. Empresas com exposição a esses segmentos são acompanhadas pelos estrangeiros."

 Uma das companhias que deve atrair a atenção dos investidores não residentes é a Votorantim Cimentos. A companhia, que pode captar até R$ 10,3 bilhões, destinará grande parte dos recursos à expansão orgânica, diversificação de portfólio no Brasil e aquisições de sociedades de materiais pesados de construção ou ativos fora do país.

 "Empresas do porte da BB Seguridade têm mais chances de atrair a atenção de investidores estrangeiros se comparadas às companhias de menor porte", pondera Ricardo Torres, professor de finanças da BBS-Business School.

 Para se ter uma ideia, enquanto os não residentes representaram 41% da oferta do braço de seguridade do Banco do Brasil, na operação da Senior Solutions, a participação foi de apenas 13%.

 Outras empresas estão na fila para levantarem recursos pela primeira vez na bolsa brasileira: AutoBrasil Participações, CPFL Energias Renováveis e Azul Linhas Aéreas. "Sabemos que 2014 será um ano atípico para o mercado de capitais, uma vez que é ano de eleições e Copa do Mundo. As empresas que precisam fazer seus IPOs em breve precisam se apressar", pondera Mescher.

O temor de que o estrangeiro reduza seu apetite por esse tipo de operação tem fundamento. Em maio, o saldo de recursos estrangeiros na BM&FBovespa ficou negativo em quase R$ 1,2 bilhão, primeiro mês em que a saída de recursos desses investidores foi maior que a entrada desde outubro do ano passado.

 Ainda assim, o primeiro pregão de junho mostrou sinais de recuperação de rendimentos. Depois de oscilar bastante no intraday, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,82%, aos 53.944 pontos. Um operador disse que o principal índice acionário da bolsa brasileira seguiu , de perto, o desempenho dos índices americanos e que acabou em terreno positivo graças às ações da Petrobras e da Vale.

 Os papéis preferenciais da mineradora brasileira subiram mais de 4,5%, enquanto os ordinários avançaram 3,78%. "Como não há fluxo novo de recursos financeiros, os investidores realizam lucro em uma ação para investir em outra. Esta tem sido a tônica do mercado acionário brasileiro nos últimos meses", afirma. ‘É como um rouba-monte". Por Vanessa Correia
 Fonte; brasil economico 04/06/2013



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