Educação tem espaço para diversificar em nichos
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Educação tem espaço para diversificar em nichos


Nos últimos sete anos, o setor movimentou R$ 11 bilhões em um total de 27 transações, envolvendo sobretudo o ensino superior

A primeira onda de fusões e aquisições no Brasil no setor de educação aconteceu a partir de 2007 e, desde então, pelo menos 27 transações movimentaram no mínimo RS 11 bilhões, aponta levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O recorte considera operações com valores individuais que superaram R$ 20 milhões. Dos negócios anunciados em 2013, entram na conta a fusão entre Kroton e Anhanguera e as aquisições do Centro Educacional Sigma e da escola de línguas Wise Up pela Abril Educação.

 No primeiro ciclo, se viu maior volume de operações entre universidades e escolas de línguas. A segunda onda de consolidações foi vista a partir de 2010, quando investidores notaram possibilidades de negócios em outros nichos, como ensino técnico, médio e fundamental. "Salários melhores permitiram à população 'consumir' mais educação, o que levou ao início das movimentações no setor", afirma Alexandre Pierantoni, sócio da PwC Brasil. E, à medida que as empresas se consolidaram, seguiram a rota natural de buscar escala e diversificar negócios.

 Segundo Pierantoni, há espaço para novas consolidações em nichos fragmentados. Os sistemas de ensino, cursos profissionalizantes e de educação a distância, por exemplo, ainda são terrenos férteis a explorar no país. Na lista de quem mostrou apetite pelo Brasil estão os americanos do grupo Apollo Group e o fundo de private equity KKR, além da chinesa New Oriental. Ubiratan Machado, coordenador do subcomitê de fusões e aquisições da Anbima, observa que a recente consolidação entre universidades formou grandes players, reduzindo opções de compra entre as empresas de maior porte. "O movimento é similar ao que aconteceu no setor de telecomunicações e no de bancos, onde se formaram gigantes", compara.

 Entre os negócios mais robustos anunciados neste ano está a fusão entre Kroton e Anhanguera Educacional. Em abril, os dois maiores grupos de ensino privado do país formaram um gigante avaliado em R$ 13 bilhões, com um milhão de alunos e estrutura que reúne pelo menos 800 unidades de ensino superior espalhadas pelo Brasil. As companhias deram início aos estudos de sinergia de operações no segundo semestre e aguardam a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No final de agosto, foi a vez da rede Laureate International Universities, formada por mais de 70 instituições em 29 países, dona da faculdade Anhembi Morumbi no Brasil, arrematar o Complexo Educacional FMU por R$ 1 bilhão. Fundada em 1968, a FMU era muito cobiçada por concorrentes pela força da marca e o negócio vinha sendo costurado há cerca de um ano. A faculdade reúne cerca de 90 mil alunos e receita estimada em R$450 milhões.

 Fora as duas operações citadas, o mais recente anúncio no setor de educação foi feito em setembro, quando a rede carioca Estácio Participações comprou a paulista Uniseb por R$ 615 milhões. A União dos Cursos Superiores SEB (UniSEB) tem 40 mil alunos e três campi em Ribeirão Preto, Araçatuba e São José do Rio Preto. De acordo com a rede carioca, além de marcar sua entrada no mercado paulista, a tacada ampliará sua capilaridade no ensino superior a distância. Até então o grupo detinha 52 polos desse tipo e, com a aquisição, somará 216. A concorrência mais acirrada neste terreno, depois do anúncio da fusão entre Kroton e Anhanguera, impulsionou a aquisição, afirmou em setembro o presidente da Estácio, Rogério Melzi. Junto com a Unip, as empresas consolidadoras que realizaram as últimas movimentações de negócios estão os maiores grupos educacionais do país em número de alunos. Ainda em 2013, a Abril Educação comprou a escola de idiomas Wise Up e o Centro Educacional Sigma em operações que envolveram mais de R$ 1 bilhão, segundo dados da Anbima.

 Ao longo desses sete anos, alguns movimentos se destacaram, segundo os especialistas. Entre eles, a injeção de cerca de R$ 200 milhões pelo fundo de private equity BR Educacional na Abril Educação, em 2011. Também naquele mesmo ano, a Anhanguera comprou a Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban) por estimados R$ 500 milhões e formou um grupo com mais de 400 mil alunos. A compradora, inclusive, se envolveu em oito operações nesse período e foi a maior consolidadora considerado o levantamento da Anbima. Antes disso, ainda em 2010, a Abril Educação havia adquirido o Anglo - rede especializada em cursos preparatórios para vestibular. Na época, a empresa venceu queda de braço com o grupo americano Pearson e a espanhola Santillana.

 Levantamento feito pela PwC referente ao mesmo período aponta que ocorreram 156 transações. A consultoria coleta informações sobre todas as operações anunciadas sem critério de valor mínimo individual. Não fornece valor consolidado porque nem todas as empresas divulgam a informação. VALOR ECONÔMICO -SP Editoria: VALOR SETORIAL - CAPITALIZAÇÃO DE EMPRESAS
Fonte:lineraclipping 30/10/2013



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