O Brasil está caro, mas não para quem quer entrar aqui
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O Brasil está caro, mas não para quem quer entrar aqui


A entrada do grupo americano de varejo e serviços de farmácias CVS Caremark no Brasil, com a compra de 80% da rede de drogarias Onofre, deixa evidente aquilo que é só percebido quando aquisições de peso como essa vêm à tona: o Brasil está caro para quem quer entrar, mas não tão caro para quem precisa estar aqui.

 Maior empresa de drogarias e serviços médicos dos EUA, a CVS - com US$ 123,1 bilhões em receita anual - pagou R$ 670 milhões por 80% da empresa nacional. Parece pouco para a companhia americana, mas é um belo dinheiro para quem recebe. O montante equivale a 26 vezes o valor do Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Onofre no ano passado. Os múltiplos foram subindo sem cerimônia.

 Há dois anos, no início do processo de consolidação de farmácias no país, o valor médio pago por esse tipo de negócio estava em 13 vezes o Ebitda, passou para 15 no ano passado e agora pulou para 25 com a Onofre. Os americanos pagaram isso porque sabem que não têm mais tanto negócio bom à venda no varejo de drogarias. "Há muitas lojas médias e pequenas, com escala menor, e nem sempre em situação tributária tranquila ", conta uma fonte ligada à negociação da venda da Onofre. No caso da CVS, o mercado quer saber se o modelo da americana funcionará no Brasil. Aí está o nó da questão.

Nos EUA, os grupos de varejo farmacêutico funcionam como uma espécie de loja de conveniência ou minimercados - a venda de medicamentos fica concentrada no fundo da loja. Para comprar remédios, o consumidor atravessa gôndolas e gôndolas de bebidas, alimentos, uma infinidade de cosméticos e até brinquedos. No Brasil, a lei não permite esse sistema. E a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informa que não pretende mudar a legislação.

 Além disso, nos EUA, as farmácias funcionam como espécie de laboratório de manipulação. Cada americano tem o seu farmacêutico de confiança e isso gera clientela fiel. Por aqui, isso não existe. 

"Ficou caro investir no Brasil. Mesmo assim, as empresas pagam muito para correr esse risco. O país é atraente para os laboratórios estrangeiros porque o segmento de genéricos tem ainda um forte potencial de expansão. No caso do varejo farmacêutico, o movimento de concentração está intenso e apenas começando. São cerca de 60 mil farmácias em todo o Brasil", afirmou uma fonte de banco.

 Enquanto no varejo de farmácias, a escalada de preços começou em 2012, no mercado farmacêutico os ativos começaram a inflacionar a partir de 2009, quando o movimento de concentração desse setor ficou mais aquecido. No fim de 2010, atingiu seu pico, quando a Hypermarcas adquiriu a Mantecorp por R$ 2,5 bilhões. O valor do negócio chegou a 21 vezes o Ebtida. Em maio passado, o grupo farmacêutico japonês Takeda comprou o laboratório gaúcho Multilab por R$ 540 milhões, o que correspondeu a 17 vezes o Ebtida da empresa.

 A média de preços paga por ativos farmacêuticos no mercado internacional fica entre 8 e 10 vezes o Ebtida. Fontes afirmam que a companhia japonesa pagou caro por ter a garantia de importantes registros de medicamentos no Brasil. Se tivesse que construir uma fábrica do zero, teria de aguardar no mínimo dois anos para obter seus primeiros registros de medicamentos. (AM e MS. Por Adriana Mattos e Monica Scaramuzzo. Valor Econômico
Fonte: tudofarma 07/02/2013



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