Paranapanema começa aquisições em 2012
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Paranapanema começa aquisições em 2012


Uma longa fila de caminhões carregados de concentrado de cobre se acumula na portaria da fábrica da Paranapanema na cidade de Dias D'Ávila, próxima ao Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia. Grande parte do material é importado do Chile e entrará na unidade para ser fundido e refinado. No futuro, a ideia é que essa cena seja marcada por matérias-primas nacionais, com custos mais competitivos. E é com esse objetivo, que a fabricante de transformados de cobre entra em uma nova fase.

A empresa anunciou ontem a sua entrada no Novo Mercado - o nível mais alto de governança da BM&FBovespa. Com receita no patamar dos R$ 3 bilhões em 2010, a companhia passou por um processo de reestruturação financeira e recentemente começou a colocar em prática uma série de investimentos para expansão e modernização produtiva. Reformulada, a Paranapanema traça planos de expansão orgânica e via aquisições.

Uma das principais estratégias de crescimento da empresa para os próximos anos é a aquisição de participação de 25% a 30% em pequenas e médias mineradoras. Hoje, a companhia tem 15 acordos de confidencialidade, incluindo em território estrangeiro, como o Peru. Isso significa que a empresa tem alvos com os quais inicia troca de informações de forma confidencial. Segundo o executivo, um dos alvos está em fase final de estudo de viabilidade técnica. "Ano que vem já começamos a adquirir essas participações", afirmou ao Valor o presidente da Paranapanema, Luiz Antônio Ferraz Júnior.

O foco da Paranapanema são as empresas de baixo custo e que apresentam de 200 milhões de toneladas a 600 milhões de toneladas de cobre contido. A ideia é uma associação com mineradoras que podem ou não ser constituídas como empresas, mas que precisam das garantias da participação de uma companhia maior, com mais estrutura. Diante de uma ocorrência, a Paranapanema começa a investir na pesquisa. Se houver interesse econômico, a empresa participa do desenvolvimento da mina e garante a compra de sua produção. A pequena mineradora, por sua vez, tem a garantia do recebimento pelo cobre vendido à Paranapanema. O valor pago pela companhia é o preço do cobre, somado a um preço de sua participação acionária.

O executivo vê grande potencial na expansão via aquisições: de acordo com estudos do Ministério de Minas e Energia, o Brasil tem hoje cerca de 21 milhões de toneladas de cobre contido. "Queremos mudar a estratégia de exploração no Brasil", afirmou Ferraz. Ele quer mudar também sua dependência da matéria-prima importada. Hoje são mais de US$ 1,8 bilhão comprados de concentrado de cobre por ano, sendo que mais de 70% vem do Chile. "Quero pagar por isso aqui dentro", completou o executivo.

Essa é ainda uma forma de a empresa ganhar competitividade no mercado. Os negócios de refino e produção de semielaborados de cobre têm margens pequenas. Isso é evidenciado pelos últimos resultados da Paranapanema. Sua margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no acumulado do ano até setembro ficou no patamar de 2,2% da receita líquida. No mesmo período do ano passado, era de 3%.

Para crescer e melhorar os resultados, hoje a empresa tem focado nos desembolsos para a expansão orgânica - um total de R$ 727 milhões para o período de 2011 a 2013. Haverá aumento na capacidade de produção de laminados, duplicação das operações de tubos, modernização do refino de cobre, além da construção de uma fábrica de refino de metais preciosos, que oferecem maior valor agregado. Cerca de 75% das ampliações virão de recursos captados de terceiros, enquanto o restante é recurso próprio.

Hoje a Paranapanema tem quatro unidades industriais de cobre, sendo uma produtora de cobre refinado localizada no município de Dias D'ávila (BA) e três produtoras de semielaborados de cobre e suas ligas, duas localizadas no município de Santo André (SP) e uma no município de Serra (ES). A empresa anunciou recentemente que colocou à venda a fábrica da Cibrafértil, em Camaçari (BA), produtora de compostos para fertilizantes. A estratégia é se voltar para os negócios do cobre, em que a empresa é especializada.

Os novos planos e investimentos devem também reduzir os custos operacionais da companhia, que estariam pressionando os preços de seus produtos vendidos no mercado. Fontes próximas à empresa afirmam que a entrada no país de produtos importados mais baratos tem prejudicado as vendas da Paranapanema. No que diz respeito aos transformados que saem da Bahia, a companhia estaria inclusive em negociações com o poder público para obter incentivos fiscais. A empresa não confirma a informação. "Estamos na área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que já tem incentivos na região", enfatizou o executivo.

Quando questionado sobre a necessidade de levantar capital no mercado para a compra das participações nas pequenas e médias mineradoras, Ferraz afirma que não é com esse objetivo que a empresa entrará no Novo Mercado. "Hoje não temos necessidade de levantar capital no mercado. Mas é um caminho possível no futuro", explicou Ferraz. "Levantar capital agora ficará mais fácil, pois teremos mais investidores atraídos por nosso novo posicionamento em governança", completou.Por Vanessa Dezem
Fonte:valor15/12/2011



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