Marcas e Empresas
Redes sociais para investidores lutam para ganhar espaço
Sucesso entre investidores do mercado de capitais no exterior, principalmente nos Estados Unidos, onde parte da população está habituada a trabalhar com capital de risco, o modelo de rede social para a área financeira começa a lutar por mais espaço no Brasil. O número de redes com esse perfil no país ainda é baixo, mas a expectativa é que a procura por esse tipo de site de relacionamento aumente à medida que mais pessoas façam investimentos nas bolsas de valores.
Rodrigo Terni, executivo-chefe da Meivox: "As pessoas querem encontrar outros usuários e comparar as estratégias"
Lançada no começo deste mês, a Meivox é uma das redes sociais para investidores desenvolvidas no Brasil. No site - criado pelos empresários Fernando Terni (ex-executivo da Nokia e da Schincariol), Fábio Schaffer e Rafael Lee - em vez de fotos ou comentários sobre o dia a dia, o objetivo é que os usuários divulguem negociações de ações. A partir dessas informações, a Meivox elabora rankings das ações mais negociadas pelos integrantes da rede e também dos usuários que tiveram melhor desempenho.
Apesar de relatar as operações em bolsa, os usuários da rede social não precisam informar os valores investidos. O que a pessoa faz na rede social também não está, necessariamente, associado ao "mundo real". Para registrar a compra de uma ação no site, por exemplo, não é preciso ter comprado de fato aquele ativo, basta a simulação.
A estratégia do site é ter gráficos convencionais sobre os principais índices de ações associados aos rankings elaborados a partir de informações dos usuários. "É uma mistura da análise tradicional de mercado com o sentimento dentro da rede social", afirma Rodrigo Terni, executivo-chefe da Meivox. O investimento inicial para criação do site foi de R$ 500 mil.
Mas por que alguém bem-sucedido no mercado de capitais teria interesse em divulgar sua estratégia em uma rede social? Segundo Terni, mesmo quem já é veterano no mercado financeiro gosta de ter uma segunda opinião. "As pessoas querem encontrar outros usuários e comparar as estratégias", diz. O uso da Meivox é gratuito, mas, futuramente, quem quiser receber o sinal da Bovespa em tempo real terá de pagar entre R$ 25 e R$ 35 por mês.
Uma das redes sociais com que a Meivox terá de disputar usuários é a Tapix, lançada em setembro de 2011. Ao contrário da Meivox, que é mais parecida com o Facebook, a Tapix foi desenvolvida com base no conceito de microblog e tem um perfil mais próximo do Twitter.
Um dos maiores desafios da rede social para investidores é firmar parcerias com as corretoras de valores para conseguir mais usuários. "Elas tentam manter os clientes dentro dos fóruns privados", explica Marcelo Mayworm, fundador da Tapix e engenheiro de softwares da Bolsa de Valores de Nova York. A Tapix não cobra mensalidade dos usuários. Atualmente, a maior parte da receita vem de publicidade, mas o site tem planos de criar outras fontes de recursos. "Queremos que profissionais cadastrados na CVM [Comissão de Valores Mobiliários] passem a vender análises e relatórios através da rede social", explica Mayworm. Nesse caso, os profissionais terão de repassar para o site cerca de 5% do valor recebido.
Já no caso da Guiainvest, a opção foi por reunir elementos do Facebook e do Twitter. "Pegamos o que era bom em cada um deles e o que fazia sentido para uma rede social de investidores", explica André Fogaça, sócio-fundador do site. Na Guiainvest, cada ação negociada na Bovespa tem uma página e, "seguindo" o perfil do ativo, é possível receber todas as informações publicadas referentes a ele. A receita da Guiainvest é baseada em publicidade, mas a rede social também tem uma parceria com a XP Corretora e ganha um percentual sobre a venda de produtos financeiros, como carteira de ações e fundos de investimento. Por Bruna Cortez
Fonte:valor14/02/2012
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