Marcas e Empresas
A Bio Ritmo olha para fora
Maior rede de academias da América Latina faz parceria com o Grupo Marti, gigante do varejo no México, e estreia em mercado internacional.
O empresário Edgard Corona, dono da rede de academias Bio Ritmo, gosta – e sente necessidade – de mudanças drásticas. Há duas décadas, ele trocou a rotina pacata de Jaboticabal, no interior de São Paulo, onde ajudava a família a administrar usinas de açúcar e álcool, pela agitação da capital paulista e a incerta tentativa de montar sua própria academia de ginástica. A transição, que parecia um tiro no escuro, foi certeira. Hoje, ele é dono do maior grupo de fitness da América Latina, com 100 mil alunos, faturamento de R$ 130 milhões no ano passado e 60 unidades em todo o País. No começo deste ano, Corona demonstrou mais uma vez que gosta de sair de sua zona de conforto e deu um novo salto.
Ele assinou uma parceria com o Grupo Marti, gigante do varejo de artigos esportivos no México, com faturamento anual de US$ 450 milhões, para criar a Latamgym, empresa que acaba de inaugurar cinco mega-academias na Cidade do México. O investimento programado até dezembro, para a abertura de 14 unidades, é de US$ 40 milhões. “O mercado de academias no México tem um imenso potencial de crescimento”, afirma Carlos Gomez Andonaegui, CEO do Grupo Marti, novo sócio de Corona. “Enquanto o índice da população que frequenta academias no Brasil deve atingir 4% neste ano, no México não passa de 2,5%.”
A ofensiva da Bio Ritmo em solo mexicano é o primeiro passo do plano de internacionalização da rede de academias. “Queremos primeiro nos consolidar no México e acelerar nossa expansão dentro do Brasil”, afirma Corona. “A partir daí poderemos rascunhar nosso crescimento para outros locais.” Ainda não há uma estratégia traçada para territórios estrangeiros. No entanto, outros mercados latino-americanos, como Colômbia e Chile, estão na mira. A estratégia da Bio Ritmo no mercado fitness, além da internacionalização, está ancorada na popularização da rede no País.
Desde que lançou, há dois anos, a bandeira popular Smart Fit, que oferece mensalidades entre R$ 50 e R$ 60 (contra R$ 250 de sua marca principal), a empresa quase dobrou de tamanho. “Percebemos que o trabalhador de baixa renda tinha o desejo, mas não possuía condições financeiras de frequentar uma academia”, diz Corona. O mercado, de fato, é gigantesco. Em 2000, havia quatro mil academias no País. Em 2011, 18 mil. Com esse crescimento, o Brasil passou para a vice-liderança mundial em número de academias. Está atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com dados da Associação Brasileira de Academias (Acad), o setor atende a cinco milhões de pessoas, algo como 3% da população.
Em alguns países, como Holanda e Dinamarca, esse percentual supera 40%. “Nos últimos anos, a indústria fitness despertou o interesse dos investidores, principalmente de pequenos empresários de olho em segmentos ainda pouco explorados”, diz Renato Cunha, consultor da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Esse interesse se explica pelas cifras. A indústria de fitness do Brasil gerou U$$ 2 bilhões em 2011, faturamento que colocou o País, segundo dados da International Health, Racquet & Sportsclub Association, na terceira colocação do ranking de receita da indústria de fitness nas Américas, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá.
Fonte:Istoé30/01/2012
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