Algar Telecom descarta venda no curto prazo
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Algar Telecom descarta venda no curto prazo


Com a perspectiva de consolidação do setor de telecomunicações brasileiro, a operadora Algar Telecom tem sido alvo de constante assédio de concorrentes, mas descarta qualquer venda no curto prazo, disse à Reuters o presidente da empresa, Divino de Souza.

Fundada em 1954 em Uberlândia (MG), a Algar opera telefonia fixa e móvel, Internet, TV paga, data center e computação em nuvem para residências e empresas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal.

"Somos assediados constantemente para aquisição. Mas por enquanto a posição dos acionistas controladores é de não vender", disse Souza. Apesar de ser uma empresa de médio porte --fechou o segundo trimestre com receita líquida de 560 milhões de reais-- a Algar tem participação considerável em alguns mercados, segundo dados de agosto da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Esse é o caso da banda larga fixa, onde a empresa tem fatia de 1,74 por cento, acima da TIM Participações (0,59 por cento). Na telefonia móvel e na TV paga, a participação é menor, de 0,40 por cento e 0,66 por cento, respectivamente.

Especialistas do setor comparam a Algar com a GVT, por ser uma operadora média que ganhou mercado nos últimos anos. A operadora de banda larga GVT foi recentemente adquirida pela Telefónica num negócio de 9,3 bilhões de dólares. Souza diz ver com naturalidade a consolidação no setor, mas que a fusão Telefónica-GVT não afetará os negócios da Algar. "Como somos focados em um nicho específico, as grandes fusões nos afetam pouco", disse, admitindo que concorrentes maiores têm mais poder de barganha com os fornecedores de insumos.

Para o ano que vem, a Algar prevê manter os investimentos no patamar de 2014, em 400 milhões de reais, apesar de ter uma visão mais conservadora para o ambiente de negócios de curto prazo com o início do novo governo. "O primeiro trimestre será de ajustes", declarou. "E pode ser que nossos clientes fiquem em compasso de espera para ver (como se comporta) a economia."

Respondem por parte desses investimentos os recursos destinados ao lote de frequência adquirido em setembro no leilão da faixa de 700 MHz da telefonia móvel de quarta geração (4G). Segundo Souza, a empresa investirá 43 milhões de reais nessa frequencia, dos quais cerca de 20 milhões destinados à chamada limpeza da faixa, que atualmente é ocupada por emissoras da TV analógica.

"No ano que vem, vamos pagar a frequência (do 4G), parte da limpeza de espectro e uma parte na infraestrutura". Na época do leilão, analistas levantaram a hipótese de a Algar ampliar a atuação para outros estados, o que não ocorreu. De acordo com o executivo, a empresa preferiu focar nos mercados em que já atua, podendo investir em novas redes de fibra óptica.

A empresa também manterá as metas de entrada em novas cidades. Segundo Souza, em 2014 a Algar passou a oferecer serviços a empresas em mais 40 cidades, elevando o total para 192. A previsão é que mais 40 cidades sejam adicionadas em 2015.

Abertura de capital

A Algar Telecom tem planos de abrir capital, disse Souza, mas aguarda uma "janela de oportunidade". Segundo o executivo, por ter debêntures negociadas, a empresa já segue regras de transparência impostas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que facilitaria uma decisão nesse sentido. "Estamos perto de estar preparados para uma abertura (de capital). Esse assunto não é um tabu na empresa", declarou.

Para rebater conversas de que é alvo de aquisição, a empresa apresenta-se como compradora de empresas de redes de telecomunicações. Souza diz que houve negociações entre 2011 e 2013, mas os acordos não foram fechados por condições adversas de mercado. "Agora estamos novamente analisando algumas empresas", declarou, sem dar detalhes.

Pelo balanço do segundo trimestre, a Algar tem 1,25 milhão de clientes de linhas fixas (alta de 10,3 por cento ano a ano) e 1,03 milhão na telefonia móvel (avanço de 25,3 por cento). (Edição de Aluísio Alves) Reuters | Leia mais em Exame 28/10/2014



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