Marcas e Empresas
Antes de Kroton, Anhanguera negociou com Estácio
A fusão entre Anhanguera e Kroton, anunciada na segunda-feira, surgiu a partir de uma negociação anterior com a Estácio. O grupo educacional carioca tomou a iniciativa de procurar o professor Gabriel Rodrigues, maior acionista da Anhanguera, para uma associação há cerca de 15 dias, segundo o Valor apurou.
Nas conversas a Estácio solicitou da gestora de private equity Pátria, que representava a Anhanguera, uma pré-auditoria e acordos jurídicos. E sugeriu que deveriam ser feitas reuniões em Brasília com representantes do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e do Cade antes do anúncio ao mercado.
A Anhanguera teria negado essas exigências e partido para uma negociação com a Kroton na quarta-feira da semana passada. Ainda de acordo com fontes próximas às negociações, o Pátria havia agendado uma reunião com a Estácio no sábado passado, mas não compareceu ao encontro e nesse mesmo dia assinou um contrato vinculante de fusão com a Kroton.
Os executivos da Anhanguera e da Kroton informaram que fecharam o negócio com base nas informações públicas das duas companhias e que agora será montada uma equipe para fazer uma auditoria da fusão, mas sem abrir os dados estratégicos e comerciais até a aprovação do Cade.
O Pátria deixa a gestão da Anhanguera em 30 de abril, com a saída dos sócios da gestora - Alexandre Saigh, Luiz Otávio Reis de Magalhães e Olímpio Matarazzo Neto - do conselho da Anhanguera. Apenas Ricardo Scavazza, presidente-executivo, permanece no grupo educacional.
Procurados pela reportagem, a Estácio informou que prefere não se manifestar sobre o assunto e Scavazza informou que não poderia comentar sobre possíveis conversas com a Estácio.
A transação entre Anhanguera e Kroton foi desenhada diretamente pelas áreas de relações com investidores das companhias. Os escritórios de advocacia contratados foram o Mattos Filho, pela Anhanguera, e Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados, pela Kroton.
Uma fusão entre grandes grupos já era esperada. O setor passou por um forte processo de consolidação, com cerca de 200 transações na última década, e hoje há poucas empresas de grande porte disponíveis para aquisição. E os ativos estão caros. Negócios recentes foram fechados na casa de R$ 8 mil por aluno.
Os grupos educacionais querem aumentar seu tamanho para abocanhar uma fatia maior do mercado de ensino, que vive um momento de forte expansão, e também para se proteger de grupos internacionais que estão de olho no país. O americano Apollo é um deles e já conversou com várias empresas brasileiras de ensino.
O bom momento pode ser percebido pela valorização das ações em 2012. Entre as 126 empresas de capital aberto com giro financeiro diário acima de R$ 5 milhões, os papéis da Kroton e Estácio foram os que tiveram maior ganho, com altas de 151,5% e 134,2%, respectivamente. Já o Ibovespa, no mesmo período, teve alta de 7,4%.
O crescimento está relacionado ao Fies, linha de financiamento do governo que cobra juros de apenas 3,4% ao ano, mesmo percentual dos créditos estudantis dos Estados Unidos, onde uma grande parcela da população estuda com crédito. Hoje, há apenas 6,9 milhões de estudantes nas faculdades privadas e públicas. Desse total, 5 milhões estão no ensino particular.
Um fato positivo no atual processo de consolidação é que as faculdades populares passaram a prestar atenção à qualidade do ensino, que começou a ser visto como um diferencial já que o valor das mensalidades hoje é praticamente o mesmo (na casa dos R$ 500).
Após a fusão entre Anhanguera e Kroton, o mercado já começa a especular que o próximo grande negócio pode envolver a Estácio, que já sinalizou interesse em se associar a um outro "player".
Em São Paulo, há grupos importantes como Unip, Uninove e FMU, que praticamente dominam o mercado, mas não têm mostrado interesse em negociar ativos. Uninter, de Curitiba, é outro que chama atenção - atua no ensino a distância e tem 80 mil alunos. Por Beth Koike | De São Paulo Valor Econômico
Fonte: cmconsuloria 24/04/2103
loading...
-
Cade Sugere Venda Da Uniasselvi Para Fusão
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a venda da Uniasselvi no âmbito das discussões que envolvem a fusão entre Anhanguera e Kroton, segundo fontes do setor. A recomendação, no entanto, não foi aceita pelas companhias,...
-
Fusão De Gigantes Da Educação Enfrenta Impasse
De um lado, a Kroton quer revisar termos, enquanto a Anhanguera defende a manutenção do acordo firmado há um ano A fusão anunciada das duas maiores companhias de educação do Brasil está diante de um impasse. De um lado, a Kroton quer revisar termos...
-
Kroton Mapeia 59 Ativos Para Aquisições Estratégicas
No aguardo do parecer do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a fusão com Anhanguera, a Kroton já mapeou 59 instituições de ensino presencial que podem ser alvo de aquisição em 35 cidades, cada uma delas com 5 mil a 50 mil alunos....
-
União Entre Kroton E Anhanguera Forçou Aquisição Da Estácio
União entre as duas riviais mudou o jogo do mercado e pressionou a Estácio a comprar a Uniseb, no maior negócio de sua história A união entre Kroton e Anhanguera mudou o jogo do mercado e pressionou a Estácio a comprar a Uniseb, no maior negócio...
-
Com Caixa Robusto, Grupos Planejam Expansão Orgânica E Mais Compras
As empresas de ensino superior Anhanguera, Estácio e Kroton fecharam o segundo trimestre consecutivo com resultados expressivos. Receita e lucro cresceram (ver gráficos ao lado). Com um caixa mais robusto, os grupos têm planos de expansão orgânica...
Marcas e Empresas