Após fusões no setor de ensino, universidades médias apostam em diferenciação
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Após fusões no setor de ensino, universidades médias apostam em diferenciação


Ano tem sido marcado por grandes negócios como a compra da FMU pela Laureate

 Em dez anos, de 2001 a 2010, o ensino superior no Brasil cresceu 110,1%. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), o número de brasileiros que buscam fazer um curso de graduação aumentou 7,1%. Se muitos pensam que o mercado está saturado, a conta feita por grandes grupos de comunicação é inversa. A demanda da classe C por ensino ainda chama a atenção e a educação à distância é um nicho promissor para os próximos anos. indaituba-faculdade.jpg Em abril, a Kroton Educacional e a Anhanguera Educacional anunciaram fusão

 Além disso, o financiamento de cursos superiores por parte do governo vai contribuir para elevar o índice de alunos por mil habitantes que atualmente é de 17, enquanto em países emergentes como Chile, Turquia e México a média é de 26 alunos por mil habitantes.

 De olho nesse mercado, continuam os interesses por parte de empresas estrangeiras nas oportunidades oferecidas pelo potencial brasileiro. Os grandes negócios que vêm sendo fechados desde o início do ano mostram a importância de investir na área de ensino. Em abril, a Kroton Educacional e a Anhanguera anunciaram fusão criando uma empresa de R$ 6 bilhões e um dos maiores grupos de ensino do planeta.

 Na semana passada, o americano Laureate International, dono da Anhembi Morumbi, formalizou a compra da FMU por R$ 1 bilhão. Se, por um lado, a preocupação é com a queda da qualidade no ensino em função do baixo custo versus alta demanda, por outro, as escolas médias apostam que essas movimentações representam oportunidade já que uma boa parte de alunos vai buscar diferenciação e qualidade.

 Sobre a compra da FMU, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) demonstraram repúdio aos negócios privados.

 Maria Ursulina, diretora acadêmica da Faculdade Santa Marcelina, instituição de ensino com três mil alunos que oferece cursos nas áreas de artes, moda, música e saúde, explica que as movimentações no mercado não preocupam já que permitirão a busca por ensino qualificado e diferenciado. “Acredito que a demanda por qualidade vai fazer com que os alunos busquem em nossos cursos o que eles não vão encontrar em outras grandes redes."

 Diretor-geral das Faculdades Integradas Rio Branco, Edman Altheman afirma que as grandes fusões no setor representam "uma injeção de dinheiro gigantesca". Dinheiro que chega à infraestrutura, mas dificilmente aos professores. Edman explica que os docentes representam 70% da folha o que faz com que as universidades tenham o limite mínimo de mestres e doutores.

 Altheman explica que atualmente o mercado ficou restrito a 10 grandes grupos. Cinco grupos com 30% dos alunos. Os outros 65% das faculdades tem menos de 500 alunos e existe o restante com até dois mil alunos. Segundo Altheman, para essas faculdades menores, como a Rio Branco que possui 2.500 alunos, a estratégia será apostar na diferenciação.

 Os maiores grupos de ensino do País sem considerar a compra da FMU pela Laureate que ainda não foi autorizada pelo Cade:
 1 - Kroton Anhanguera (Brasil) R$ 6,3 bilhões de valor de mercado
 2 - New Oriental (China) R$ 3 bilhões
 3 - Estácio (Brasil) R$ 2,2 bilhões
 4 - Apollo Group (EUA) R$ 2,1 bilhões
 5 - DeVry (EUA) R$ 1,8 bilhões
 Por Luiz Gustavo PACETE
Fonte: istoedinheiro 29/08/2013



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