Marcas e Empresas
BB negocia aquisições nos EUA, Chile e Colômbia
O objetivo é ter instituições financeiras completas em cada país, que atuem com varejo e atacado.
O Banco do Brasil mantém negociação para aquisições nos Estados Unidos, na Colômbia e no Chile, dentro de sua estratégia de aumentar a fatia internacional em seus resultados, disse nesta quinta-feira (23/5) um vice-presidente da maior instituição financeira da América Latina.
O objetivo é ter instituições financeiras completas em cada país, que atuem com varejo e atacado, mas esta não tem sido uma tarefa fácil, disse. "Estamos dispostos a construir uma plataforma gradualmente, peça por peça", disse o vice-presidente de atacado, negócios internacionais e private bank do BB, Paulo Rogério Caffarelli, em entrevista durante o Reuters Latin American Investment Summit.
Neste momento, o preço dos ativos nestes mercados não é um problema pois, na avaliação de Caffarelli, estão "em patamares adequados para cada país".
O executivo reiterou o interesse em aquisições na Flórida e em Nova Jersey, mas não quis comentar a negociação que está em curso para a compra do Citi National Bank of Florida, controlado pelo espanhol Bankia. "O BB quer uma operação robusta nos EUA, senão não justifica investir", disse.
O projeto de internacionalização do banco está em curso desde 2009, quando esta área representava apenas 1% do seu resultado recorrente. No ano passado, esta fatia chegou a 12%, e para 2013 a expectativa é atingir 15%. Neste período, o BB comprou o Banco da Patagônia, na Argentina, e o Eurobank, nos EUA.
No Peru, outro alvo do Banco do Brasil no exterior, não há negociações em andamento, disse Caffarelli. Já os planos de iniciar operações na África, com foco em países de língua portuguesa, continuam no radar da instituição, mas devem ficar para um segundo momento, disse o executivo.
Votorantim
Simultaneamente, o BB segue avaliando alternativas para fortalecer sua franquia de banco de investimentos, que inclui possível aumento da participação no Banco Votorantim e acordos no exterior. "Mas em qualquer parceria, não faz sentido termos menos de 75% do capital", disse.
O objetivo do BB é deter 49,99% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais das instituições parceiras.
Para Caffarelli, a principal "lição de casa" a ser feita pelo Banco do Brasil na atividade de banco de investimentos está nas áreas de fusões e aquisições, área de pesquisa e corretagem.
O fortalecimento da operação do banco de investimentos tem como objetivo aumentar as receitas com serviços, de forma a compensar a menor rentabilidade das operações de crédito, diante do atual cenário de taxas de juros mais baixas.
O executivo disse ainda que o banco deve fechar 2013 com uma carteira de financiamentos para infraestrutura de cerca de R$ 90 bilhões, ante R$ 59 bilhões atualmente. O banco calcula já ter R$ 145 bilhões de saldo de carteira para o setor até 2018.
Os investimentos relativos a projetos de infraestrutura de clientes privados e entes públicos, principalmente governos estaduais, somam R$ 318 bilhões atualmente, segundo o BB. Deste montante, R$ 230 milhões serão financiados, enquanto o restante ficará por conta dos investidores.
O Banco do Brasil prevê contribuir com uma fatia de R$ 103 bilhões desta demanda, dos quais R$ 45 bilhões já estão aprovados e contam com o compromisso do banco.
Carteira total
Caffarelli reiterou a previsão de crescimento do estoque de crédito da instituição para este ano, de 16% a 20%, avaliando que essa evolução não compromete a qualidade dos ativos.
"Não temos a mínima preocupação com uma possível deterioração da carteira", disse o executivo, salientando que a maior parte do crédito recentemente gerado pelo banco é de linhas mais seguras, como consignado.
No período de 12 meses encerrado em março, a carteira de empréstimos do BB cresceu 25,7%, com um índice de inadimplência acima de 90 dias em 2%.
O executivo prevê um acirramento da concessão de crédito pelos bancos privados ainda em 2013. "Os bancos que não ampliaram a carteira estão voltando para o jogo a partir de agora", disse. Por Natália Gómez, Guillermo Parra-Bernal, Esteban Israel, Paula Laier e Aluísio Alves/Reuters
Fonte: Brasil Econômico 23/05/2013
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