Marcas e Empresas
Boas novas no Private Equity
Na visão de Clovis Meurer, presidente da ABVCap, investimentos em capital de risco devem crescer mais em 2014
A indústria de Private Equity deu uma grande contribuição ao crescimento da atividade econômica brasileira nos últimos 20 anos. Hoje, apresenta-se como uma importante alternativa para financiar os projetos de expansão das empresas diante das oportunidades do mercado brasileiro e global. Nos últimos dez anos, o país registrou mais de R$ 100 bilhões em investimentos de private equity, seed e venture capital. Na média, os recursos destinados a essa indústria crescem entre 20% e 30% ao ano.
Fora dessa indústria, alguns agentes da economia levantam dúvidas quanto à disposição de investir no país, projetando uma eventual diminuição de recursos para os próximos anos – tal como ocorreu em 2013. Algumas variáveis realmente pesam na decisão dos investidores em geral: baixo crescimento do PIB, aumento da inflação, dos juros e do dólar, altos custos trabalhistas, burocráticos e de logística, manifestações populares de junho/2013, baixa performance da bolsa. O cenário internacional também traz variáveis preocupantes, como a lenta recuperação da economia europeia, o fim da injeção de dólares pelo Fed na economia americana e o maior crescimento de outros países emergentes, inclusive da América Latina. Para a indústria de Private Equity e Venture Capital (PE/VC), no entanto, a visão sempre é de médio e longo prazo. Os investimentos não são especulativos, e sim destinados à economia real – que gera produtos, serviços, emprego, renda e lucros. Os projetos são avaliados em um cenário de vários anos e levam em conta não só os acontecimentos retrospectivos, mas também os potenciais futuros de receitas, margens e retornos. Sob essa perspectiva, o Brasil é uma das melhores alternativas dos investidores nacionais ou internacionais.
Os fundos de PE/VC são criados com características cada vez mais únicas. Podem ser regionais, de seed ou venture capital, setoriais ou multissetoriais. Dependendo do interesse dos investidores e da expertise dos gestores, os fundos têm diferentes tamanhos e objetivos. Mas em todos o retorno esperado é sempre acima de outras formas de investimento. Alguns setores, aliás, têm chamado mais a atenção dos investidores por oferecer maiores perspectivas de retorno nos últimos anos: varejo e serviços, óleo e gás, educação, saúde, TI, agronegócios, alimentos, logística e infraestrutura. Outros setores são objeto de análise e investimento, gerando negócios consolidados, de maior eficiência e produtividade, com capacidade de competir internacionalmente. Uns oferecem retornos mais rápidos pela liquidez com terceiros, outros são mais geradores de caixa em longos períodos, como as concessões de estradas, aeroportos e outros investimentos públicos e privados.
Assim, mesmo em um cenário de menor confiança e influenciado por eventos como a Copa do Mundo e as eleições, os investimentos de PE/VC devem continuar crescendo e aproveitando as oportunidades que o país oferece. Estas podem estar em regiões ou em setores com crescimento acima da média e com maiores perspectivas de ganhos. Com a indústria de PE/VC, a visão imediatista dos investidores está dando lugar à analise de longo prazo. Isso, aliado à queda da taxa de juros na renda fixa, na poupança etc resume a confiança de que os investimentos de PE/VC são, hoje, uma interessante alternativa para quem busca ganhos maiores.
Os fundos de PE/VC e seus gestores têm proporcionado não só capital para a expansão de empresas, mas também apoio à gestão, governança, estratégia geral e responsabilidade social. Portanto, são boas as perspectivas para essa indústria não só para este ano, mas também para os anos seguintes. Todas as partes envolvidas – investidores, gestores, empresários e comunidade – serão beneficiadas. Por Clovis Meurer* Leia mais em amanha 08/04/2014
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