Braço de TI do grupo Tata muda estrutura na AL
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Braço de TI do grupo Tata muda estrutura na AL


Não foram poucas as vezes em que a cadeira de presidente da Tata Consultancy Services (TCS) no Brasil foi ocupada por diferentes executivos. Desde que a empresa indiana chegou ao país, há dez anos, por meio de uma joint venture com a brasileira TBA, foram quatro trocas no comando. Agora, a cadeira de presidente será aposentada. Depois de tantas mudanças em pouco tempo, a companhia decidiu replicar no Brasil e na América Latina sua estrutura global: os países da região passam a ser enxergados como uma única geografia e, no lugar dos executivos-chefes regionais, a companhia terá dez vice-presidentes responsáveis pelos setores de atuação.

A mudança foi implementada em janeiro, com o objetivo de acelerar o ritmo de crescimento na América Latina. "Se você tem um presidente regional, ele tem interesse em expandir apenas a operação local", afirma Ankur Prakash, vice-presidente e executivo-chefe de operações da companhia na região. Prakash falou com exclusividade ao Valor durante visita ao Brasil.

A TCS é o braço tecnológico do conglomerado indiano Tata e é uma das maiores exportadoras de softwares e serviços de tecnologia da informação (TI) da Índia, ao lado de gigantes como Satyam e Wipro. No ano fiscal 2011, encerrado em 31 de março do ano passado, o faturamento global da TCS foi de US$ 8,2 bilhões. A América Latina é responsável por cerca de 4% da receita total, algo em torno de US$ 328 milhões. "Queremos crescer mais rápido na região, mas também temos de considerar que só estamos aqui há dez anos e precisamos ter a estratégia correta", afirma Prakash.

A expectativa da TCS é que o novo modelo interno da companhia na América Latina permita uma melhora no relacionamento da companhia com os clientes. "Antes, havia muitos degraus para chegar até mim. Com essa estrutura, simplificamos isso, pois temos uma pessoa responsável pelo cliente, esteja ele no Brasil ou em qualquer outro país", diz Prakash. Os vice-presidentes de cada área estão em localidades diferentes, mas todos têm de se reportar ao executivo. Na região, Prakash está abaixo apenas de Henry Manzano, executivo número 1 da companhia na América Latina.

O Brasil é o principal mercado da TCS na América Latina e está no centro da estratégia de crescimento. A companhia tem 500 funcionários no país e pretende contratar mais 200 pessoas até março de 2013. Sob a nova estrutura adotada em janeiro, dois executivos estão alocados no Brasil: Bruno Rocha, executivo-chefe de finanças para América Latina, e Tushar Parikh, indiano responsável pelos clientes globais na região. Segundo Prakash, a subsidiária brasileira teve um crescimento de dois dígitos e a expectativa é que esse desempenho se repita em 2012.

Apesar dos planos de crescimento da TCS no Brasil e na América Latina, a empresa planeja selecionar os futuros negócios. "Não queremos todo e qualquer cliente possível, mas as oportunidades certas", afirma o executivo indiano, fazendo referência a grandes companhias. No Brasil, a TCS mantém o foco em empresas do setor financeiro, telecomunicações, manufatura, energia, varejo e "oportunidades pontuais" no governo.

Recentemente, no entanto, foram justamente mudanças no portfólio de clientes que fizeram com a que a estrutura local da TCS tivesse mudanças. O plano de chegar à marca de 5 mil funcionários foi um dos que ficaram para trás quando a companhia perdeu contratos de seu maior cliente, uma instituição bancária. Desde então, a consultoria de serviços de TI tem se esforçado para ampliar essa gama e ser menos dependente de um único cliente. "Essas mudanças nos obrigaram a buscar outras companhias", afirma Prakash.

Passadas as turbulências com relação à carteira de clientes e às mudança no comando, a expectativa da companhia é de maior estabilidade daqui para frente. "Foi um processo de aprendizagem até atingirmos um nível de maturidade", diz. Por Bruna Cortez
Fonte:ValorEconômico15/03/2012



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