Marcas e Empresas
Brasil entra para lista dos dez maiores para a Cisco
A Cisco incluiu o Brasil no ranking dos dez maiores países por volume de negócios em função do desempenho financeiro registrado nos últimos trimestres. Com crescimento médio de 30%, a unidade brasileira da multinacional americana ganhou destaque como uma das cinco áreas geográficas com planos de expansão e estratégia dedicada, ao lado da Rússia, da Índia, da China e do México, que formam a sigla Bric+M.
A empresa espera manter o desempenho positivo nos próximos anos com uma estratégia de negócios que prevê a manutenção dos investimentos no tripé composto pelas linhas de atuação em alianças; aquisições, pesquisa e desenvolvimento; e pelo aumento do índice de nacionalização de seu portfólio de produtos.
Com a expectativa de crescimento da economia brasileira entre 5% e 7% para os próximos anos, a Cisco planeja expandir a sua linha de produtos fabricados Brasil em até três anos, por meio do modelo de parcerias locais, como acontece no caso do set-top box, produzido em Manaus. A escolha dos parceiros não se limitará à Zona Franca. Segundo Rodrigo Abreu, presidente da Cisco no Brasil, o Estado de São Paulo também tem atrativos.
O interesse em ampliar a produção nacional vai ao encontro da aposta da companhia de aumentar o número de projetos com o setor público. De olho nesse plano, a Cisco contratou, há poucos meses, um profissional em Brasília para melhorar a interlocução com as esferas de governo. O colaborador deverá dar andamento ao que foi chamado por Abreu de "processo de evangelização" com a Casa Civil, Ministérios e outros órgãos federais. O objetivo, segundo o executivo, é conscientizar o setor público da necessidade do uso da tecnologia para melhorar os processos.
Para o presidente da Cisco, o sinal positivo de que haverá espaço para a ampliação dos negócios na área pública veio do reconhecimento na agenda de governo de que a tecnologia é um tema estratégico puxado, principalmente, pela banda larga. Para que o governo ofereça internet em alta velocidade para uso em programas educacionais, de saúde e de segurança será necessário prover infraestrutura, redes e conectividade, diz o executivo.
Existe demanda também por esse tipo de infraestrutura pelas operadoras de telecomunicações, para que possam oferecer banda larga fixa e móvel. O apetite do consumidor por internet rápida tornou-se o principal motor do desempenho financeiro da Cisco, nos últimos trimestres, e é a aposta da companhia para curto prazo. "O setor de operadoras cresceu bastante, puxado pela demanda de banda larga, mobilidade e vídeo", afirma Abreu. "O país vem passando por uma transformação no consumo de telecomunicações e estamos apenas no começo. Ainda temos todo um caminho que será liderado por vídeo."
O potencial de crescimento da área de telecomunicações é apenas um dos geradores de oportunidades de negócios identificado pelo conselho do Brasil - um grupo de executivos da Cisco Global que se reúne periodicamente com o objetivo de traçar as estratégias para o país. Uma delas será buscar a reprodução do desempenho das vendas de servidores no mercado americano.
Nos Estados Unidos, em apenas dois anos, a comercialização de servidores blade x86, pela unidade Unified Computing System, mais do que triplicou, garantindo à empresa a terceira colocação num mercado formado por gigantes como IBM, HP e Dell.
"O desafio era grande, mas a empresa olhou para essa área como olhou para telefonia há dez anos. A migração da telefonia IP fez surgir uma possibilidade de ruptura de tecnologia em que a Cisco poderia entrar", destacou Abreu. Na visão estratégica da companhia, esse novo mercado não representa um redirecionamento de interesses, porque as áreas estão voltadas para os negócios entre empresas, conhecidos como "business to business" (B2B), e tem a rede como meio principal dos negócios.
As perspectivas positivas da Cisco com relação ao país estão bem mais sólidas do que há quatro anos, quando a companhia se viu envolvida em um escândalo deflagrado pela Polícia Federal e pela Receita Federal, relacionado a acusações de fraudes na importação de produtos. "Esse foi um incidente ligado a um distribuidor da Cisco. Fizemos tudo o que tinha de ser feito com relação a isso. Vamos seguir colaborando até o caso se encerrar, mas, para a Cisco, é uma página virada", afirmou o presidente da companhia.
Fonte:valoreconomico02/09/2011
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