Braskem aumenta participação em projeto mexicano
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Braskem aumenta participação em projeto mexicano


A Braskem, companhia controlada pelo grupo Odebrecht, aumentou sua participação acionária no projeto Etileno XXI, que prevê a construção de um complexo industrial para a produção de polietileno (PE) no México, com investimentos de US$ 3,2 bilhões. A fatia do grupo brasileiro passou de 65% para 75% e a da Idesa, petroquímica local, recuou de 35% para 25%. Essa operação já prevista em contrato foi oficializada no fim de 2012, informou a Braskem ao Valor. 

Roberto Bischoff, vice-presidente responsável pela unidade de negócios da América Latina da Braskem, disse que o complexo industrial deverá entrar em operação a partir de julho de 2015 e essa alteração na participação acionária de cada empresa não muda o cronograma.

 A produção estimada no consórcio formado entre Braskem e Idesa será de 1 milhão de toneladas de polietileno por ano, resina destinada à industrialização de plásticos utilizados na fabricação de garrafas, contêineres, tubos e materiais de construção, por exemplo.

 O Valor apurou que a redução da fatia da Idesa nesse projeto reflete a menor robustez do grupo mexicano, que não tem o mesmo porte da Braskem e não teria condições de bancar os aportes. A Braskem não comenta essa informação.

 Esse projeto é o maior investimento privado do Brasil no México. E tem um componente emblemático para o setor petroquímico global, uma vez que será a primeira fábrica construída do zero (projeto "greenfield") que terá seus preços referenciados no mercado americano com o "shale gas" (gás de xisto). A petroleira mexicana Pemex vai fornecer o gás natural. Os custos operacionais da Braskem deverão ter redução significativa porque a matéria-prima será o gás. Nos EUA, a cotação está abaixo de US$ 3 por milhão de BTU (British Thermal Unit, ou Unidade térmica Britânica) e os preços no Brasil está entre US$ 12 e US$ 15.

 "O mercado do México tem um déficit comercial grande. É importador de polietileno", afirmou Otávio Carvalho, diretor da consultoria Maxiquim. O país importa 65% de suas necessidades, entre US$ 1,2 bilhão a US$ 1,5 bilhão por ano.

 No fim do ano passado, o consórcio formado pelas duas petroquímicas obteve empréstimo de US$ 3,2 bilhões, com bancos de desenvolvimento e comerciais, para financiar a construção do complexo petroquímico daquele país. Entre as instituições financeiras estão os bancos de desenvolvimento mexicanos Nafin e Bancomex t, o BNDES, bancos canadenses e italianos de financiamento a exportações, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a International Finance Corporation (IFC), um braço do Banco Mundial, além de outros dez bancos comerciais também fizeram parte da operação. Por Mônica Scaramuzzo Valor Econômico
Fonte: clippingmp 16/01/2013




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