BTG e Patria vendem empresa de energia
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BTG e Patria vendem empresa de energia


Negócio deve superar R$ 2 bi; banco já dissera que poderia vender ativos para compensar perdas com a Sete Brasil
Americana SunEdison amplia investimentos na América Latina; fechada na terça, venda deve ser anunciada hoje

Depois de uma maré de investimentos que viraram dor de cabeça, o BTG Pactual acaba de fechar um negócio que afirma ter sido “irrecusável”. O banco e a gestora de recursos Patria venderam a Lap (Latin America Power), empresa de energia que montaram no Chile e no Peru, aos americanos da SunEdison.

Fechado na noite de terça (19), o negócio deve ser anunciado hoje, mas o valor da operação não será divulgado, por exigência dos americanos. A Folha apurou que a venda da empresa vai render mais de R$ 2 bilhões ao BTG, ao Pátria e à GMR Energia, a sócia minoritária.

Mais conhecida pela montagem de equipamentos e projetos de energia solar, a SunEdison era quase desconhecida no Brasil até pouco tempo atrás.

No começo do mês, pagou R$ 1,6 bilhão por um conjunto de parques eólicos e pequenas centrais hidrelétricas da brasileira Renova Energia. Além disso, negocia a compra da participação de 16% que a Light tem na Renova.

Todos esses ativos devem fazer parte de uma nova empresa da SunEdison que vai investir em energia renovável em países emergentes.

A intenção é abrir o capital dessa empresa e lançar ações nos Estados Unidos.

PERDAS

O apetite dos americanos chegou na hora certa para o BTG Pactual.

O próprio banco já admitiu que poderia vender ativos para compensar perdas com outros negócios, como a Sete Brasil, fornecedora da Petrobras que enfrenta uma grave crise financeira.

Maior acionista da Sete, o BTG foi forçado a fazer uma provisão de R$ 280 milhões no último balanço e está diretamente envolvido no projeto de reestruturação que tenta salvar a companhia da quebra.

O BTG também fez investimentos até agora malsucedidos em empresas como a Estre, de lixo, e a rede de farmácias Brasil Pharma. Nada que afete sua solidez, mas um aborrecimento para um banco que fez fama de ganhador.

IRRECUSÁVEL

A empresa vendida aos americanos é uma geradora de energia renovável que começou a ser montada do zero em 2012 e consumiu US$ 450 milhões (R$ 1,35 bilhão) em investimento dos sócios.

Já tem centrais hidrelétricas operando no Peru e está construindo o maior parque de energia eólica do Chile.

Os projetos em construção já têm toda a produção de energia vendida pelos próximos 15 anos. “A gente imaginava vender a empresa só depois de 2017. Mas a proposta foi muito atrativa, não dava para não fechar o negócio”, afirma Renato Mazzola, sócio do BTG responsável pela área de Infraestrutura, que não quis confirmar o valor do negócio.

Investidores com forte interesse no setor de energia no Brasil, BTG e Patria apostaram no Chile e no Peru em boa parte devido ao ambiente favorável aos negócios nos dois países.

“São lugares com economia estável, ambiente regulatório claro e apoio do governo à iniciativa privada”, diz André Sales, sócio do P2 Brasil, fundo pelo qual o Patria e a Promon são sócios da Lap. DAVID FRIEDLANDER Folha de São Paulo Leia mais em quidnovi 21/05/2015




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