Marcas e Empresas
BUNGE
A expressão “já que” resume a filosofia de negócios da BUNGE ao longo de quase dois séculos de história. A estratégia poderia ser descrita assim: “já que” beneficiamos soja, vamos processá-la; “já que” esmagamos o grão, vamos refinar o óleo; “já que” compramos soja do produtor, vamos vender fertilizantes. E de “já que” em “já que”, a BUNGE se tornou uma das maiores empresas do agronegócio do mundo, sempre preocupada em melhorar a vida de milhões de pessoas através do aumento sustentável da oferta de alimentos e bioenergia.
A história
A história começou em 1818 com a fundação da Bunge & Co., na cidade de Amsterdã, por um negociante de origem alemã chamado Johann Peter Gotlieb Bunge, para comercializar grãos e produtos importados das colônias holandesas. Alguns anos depois, a sede da empresa foi mudada para a cidade portuária de Roterdã e foram abertas subsidiárias em outros países europeus, iniciando assim sua expansão internacional. Em 1859, a convite do rei do recém-criado Reino da Bélgica, a BUNGE transferiu sua sede para Antuérpia, tornando-se o braço comercial da expansão internacional do novo Reino. Neste momento, a empresa iniciou negócios na Ásia e África, já sob o comando de Edouard Bunge, neto do fundador. Em 1884, Ernest Bunge, irmão de Edouard, se mudou para a Argentina, onde, com outros sócios, criou uma empresa coligada com o nome de Bunge Y Born, que tinha como principal objetivo participar do mercado de exportação de grãos do país.
A chegada ao Brasil aconteceu em 1905, quando a BUNGE participou, ainda que minoritariamente, do capital da Moinho Santista Indústrias Gerais, empresa de compra e moagem de trigo localizada na cidade de Santos, litoral do estado de São Paulo. Era o início de uma rápida expansão no país, adquirindo diversas empresas nos ramos de alimentação, agronegócio, químico e têxtil, entre outros. Alguns anos depois, em 1923, a empresa desembarcava nos Estados Unidos. Em 1997 adquiriu a Ceval Alimentos, líder no processamento de soja e produção de farelo e óleos, e também a IAP, tradicional empresa brasileira de fertilizantes. No ano seguinte, comprou a Fertilizantes Ouro Verde, fortalecendo definitivamente seus negócios neste setor. Nesta década a BUNGE concentrou sua atuação mundial em três áreas, que se complementam: fertilizantes, grãos e oleaginosas e produtos alimentícios. Dentro de sua estratégia de crescimento, a empresa criou, em 1998, a BUNGE GLOBAL MARKET, atual BUNGE GLOBAL AGRIBUSINESS, uma empresa de atuação mundial especialmente voltada ao cliente e responsável pelo comércio internacional de commodities. Com ela, a BUNGE passou a ter acesso aos mercados mais promissores do mundo e ampliou consideravelmente sua presença internacional, firmando-se cada vez mais como uma empresa globalizada.
No ano seguinte a empresa mudou sua sede para White Plains, cidadezinha no subúrbio de Nova York. Em 2000, ocorreu outra importante aquisição da BUNGE no Brasil, quando comprou a indústria de fertilizantes Manah, tradicional empresa fundada em 1942 e uma das maiores do setor. No mesmo ano, decidiu fortalecer suas empresas de fertilizantes e alimentos no Brasil. Surgiu, então, em agosto, a BUNGE FERTILIZANTES, união da Serrana, Manah, Iap e Ouro Verde e, em setembro, a BUNGE ALIMENTOS, união da Ceval e da Santista. Em 2001, no Brasil, a BUNGE reestruturou o capital acionário das empresas Bunge Alimentos e Bunge Fertilizantes, criando a Bunge Brasil S.A. A nova empresa nascia como a maior produtora de fertilizantes da América do Sul, maior processadora de trigo e soja da América Latina e maior fabricante brasileira de margarinas, óleos comestíveis, gorduras vegetais e farinhas de trigo.
Em 2001, na Argentina, adquiriu a La Plata Cereal, uma das maiores empresas de agronegócio do país, com atividades no processamento de soja, industrialização de fertilizantes e instalações portuárias. Com a aquisição, a BUNGE tornou-se a maior processadora de soja do país portenho. No ano seguinte, iniciou a compra do controle acionário da Cereol, empresa de agronegócio com forte atuação na Europa e Estados Unidos. Com essa aquisição, ampliou seus negócios na área de ingredientes, fortaleceu sua atuação no setor de óleos comestíveis e abriu acesso a novas áreas de negócio, como o biodiesel. Em 2003, anunciou uma aliança com a DuPont, com o objetivo de fazer crescer seus negócios nas áreas de alimentos e nutrição de forma significativa. Surgiu com essa aliança a Solae, empresa que atua na área de ingredientes funcionais de soja. Nos últimos anos a BUNGE investiu bilhões de dólares e se tornou um importante competidor no setor de açúcar, etanol e bioenergia. Em 2011, a empresa abriu novos portos nos Estados Unidos, Polônia e Ucrânia e adquiriu unidades também na China e na Argentina, tipo de atuação que diminui a dependência dos preços das commodities e que deve conduzir o avanço nos negócios também nos demais países onde a BUNGE opera atualmente.
Dados corporativos
● Origem: Holanda
● Fundação: 1818
● Fundador: Johann Peter Gotlieb Bunge
● Sede mundial: White Plains, Nova York
● Proprietário da marca: Bunge Limited
● Capital aberto: Sim (2001)
● Chairman & CEO: Alberto Weisser
● Faturamento: US$ 58.74 bilhões (2011)
● Lucro: US$ 908 milhões (2011)
● Valor de mercado: US$ 9.7 bilhões (agosto/2012)
● Fábricas: 450
● Presença global: 150 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: Europa, Estados Unidos e Brasil
● Funcionários: 35.000
● Segmento: Agronegócio
● Principais produtos: Fertilizantes, alimentos e biodiesel
● Concorrentes diretos: Cargill, Archer Daniels Midland e Tyson Foods
● Slogan: Do campo à sua mesa.
● Website: www.bunge.com
A marca no Brasil
Embora a soja seja a grande estrela dentro do portfólio da empresa, a estreia da empresa no Brasil aconteceu por conta do trigo. A história começou em 1905, quando a BUNGE se associou a um grupo de empresários de Santos, no litoral de São Paulo, para financiar a instalação do primeiro moinho de trigo da cidade, o Moinho Santista. Em 1923, a divisão de alimentos da empresa chegou ao Nordeste para industrializar caroço de algodão. Em 1929, lançou o óleo vegetal de algodão com a marca Salada, primeiro no Brasil para uso culinário. Este lançamento inovador provocou mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros, até então acostumados a consumir banha de porco ou o azeite de oliva importado. No ano de 1956 inovou mais uma vez, lançando as primeiras misturas preparadas para bolos e salgados. Pouco depois, em 1959, lançou a margarina Delícia, a primeira distribuída em veículos com isolamento térmico e com prazo de validade na embalagem. E foi nesta década que a BUNGE iniciou, pioneiramente, as pesquisas, o comércio, a industrialização e o fomento da soja a partir do Rio Grande do Sul, e que a tornou uma empresa inovadora no relacionamento comercial e na prestação de serviços, bem como líder no agronegócio brasileiro.
A soja só faria parte da vida da empresa na década de 70. Ali começava uma forte expansão na cultura da oleoginosa. Em 1987, lançou as inéditas pré-misturas para panificação Pré-Mescla, além de introduzir no mercado a Cukin Fry, uma gordura vegetal de alta qualidade, para uso em frituras industriais e para o segmento de food service, além da margarina Ricca, destinada ao mercado de panificação e confeitaria. Nos anos 90, a abertura da economia exigiu um grande redimensionamento da BUNGE no país. Naquela época, a empresa era um imenso conglomerado que incluía indústrias, banco, corretora, imobiliária, processamento de dados, produção de computadores entre outras atividades. A empresa chegou a controlar mais de 130 empresas no Brasil – entre elas a Tintas Coral e a Vera Cruz Seguradora. Tamanha diversificação ao longo do tempo cobrou seu preço. A BUNGE havia se tornado um mamute complexo e vagaroso. A empresa então decidiu voltar a suas origens no agronegócio. Vendeu boa parte dos ativos que nada tinham a ver com o campo e passou a comprar empresas que reforçassem sua posição. É dessa nova fase que vieram as aquisições no setor de fertilizantes. Marcas fortes no campo como IAP, Ouro Verde e Manah foram adquiridas. Hoje, a divisão de fertilizantes responde por 25% do faturamento da empresa. Curiosamente, essa era uma área que deveria ser limada dentro do portfólio da empresa durante a reestruturação. Mas todo esse gigantismo não veio de graça. A BUNGE tem fama de ser truculenta nas negociações com fornecedores. Frequentemente, por exemplo, é apontada como uma das vilãs das crises que espremem a renda dos produtores de soja.
No final de 2011 a empresa adquiriu a divisão de alimentos da Hypermarcas, adicionando assim ao seu portfólio marcas consagradas, como por exemplo, Etti, Salsaretti e Puropurê, além de uma extensa linha de produtos nos segmentos de molhos e extrato de tomate, caldos, molhos e temperos, pratos prontos e instantâneos. Além disso, o gigante do setor de alimentos e etanol estreou no varejo de combustíveis ao adquirir por R$ 1.2 bilhões 50% da ALE, a quarta maior rede do mercado nacional, com 1.800 postos de serviços espalhados por 21 estados do país. Para a BUNGE, cada tostão investido é justificável: terceiro maior fabricante de etanol no Brasil, com 900 milhões de litros, a empresa agora conta com uma poderosa rede de postos de serviços, já pronta, para fazer chegar sua produção até o consumidor final.
Além de atuar fortemente no setor de açúcar e bioenergia, a BUNGE possui dois segmentos de negócios extremamente vitais:
Bunge Fertilizantes: divisão verticalizada na produção e comercialização de fertilizantes e suplementos para nutrição animal, que procura oferecer as melhores soluções para os mais de 60 mil consumidores de suas marcas. A BUNGE está envolvida em todas as etapas da produção de fertilizantes, desde a mineração da matéria-prima, até a criação e venda de produtos no varejo e aplicativos avançados. Também comercializa nutrientes para nutrição animal, como fosfato bicálcico, extraído de uma das minas com fósforo mais puro do mundo, ideal para este tipo de utilização. É a maior empresa de fertilizantes da América do Sul e líder no segmento nutrição animal. Esta divisão detém as marcas IAP, Manah, Serrana e Ouro Verde.
Bunge Alimentos: comercializa soja, trigo, milho, sorgo, girassol, caroço de algodão e açúcar; produz farelo e óleo de soja; refina óleos vegetais; e produz gorduras vegetais, margarina e maionese, farinha de trigo industrial e pré-misturas para panificação. Detém as marcas de margarinas Delícia, Primor, Soya e Cyclus; os óleos Soya, Primor, Salada e Cyclus; os azeites Andorinha e Cocinero; margarinas Primor e Soya; e atomatados e temperos Etti e Salsaretti. Também atua no segmento de Food Service, principalmente com produtos derivados de trigo (farinhas e misturas para pães e bolos), derivados de soja (margarinas, maioneses, gorduras, cremes), azeites, arroz e atomatados.
Atualmente a subsidiária brasileira, uma das mais importantes do grupo no mundo, fatura mais de R$ 22 bilhões, emprega 20.000 pessoas e possui mais de 150 unidades entre fábricas, instalações portuárias, usinas, moinhos, centros de distribuição e silos, estando presente em 19 estados do país. Além disso, a empresa compra de cerca de 30 mil produtores rurais um volume em torno de 15 milhões de toneladas de soja, trigo, milho, caroço de algodão, sorgo, girassol e açúcar e se relaciona regularmente com clientes em quase 30 países. É a maior processadora de trigo da América Latina, comprando e beneficiando aproximadamente 2 milhões de toneladas do grão por ano.
A marca no mundo
A BUNGE, uma das principais empresas de agronegócio e alimentos do mundo, tem unidades industriais, silos e armazéns nas Américas do Norte e do Sul, Europa, Ásia, Austrália e Índia, além de escritórios da BGA (Bunge Global Agribusiness) atuando em vários países europeus, latino-americanos, asiáticos e do Oriente Médio. Com mais de 35.000 empregados, a empresa comercializa seus produtos em mais de 150 países ao redor do mundo, e em 2011 seu faturamento superou US$ 58 bilhões.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 1/8/2012
loading...
-
Cade Aprova Compra Pela Bunge De Fatia Da Japonesa Itochu
Operação consiste na aquisição pela Bunge de cotas da JB BioEnergy, da holding japonesa Itochu Corporation, equivalentes a 20! do capital social de duas usinas O Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição...
-
Yara Vê Espaço Para Novas Aquisições No Brasil
Empresa atingiu 25% do mercado de fertilizantes do Brasil com a compra de ativos da Bunge A compra de ativos de fertilizantes da Bunge pela Yara abre espaço para novas aquisições da companhia norueguesa no Brasil, tanto em distribuição como em produção,...
-
Dupont Compra Participação Total Da Bunge Na Solae
Anteriormente, a DuPont possuía 72% da Solae, os 28% restantes eram de propriedade da Bunge Com a propriedade total da Solae, a DuPont espera atingir o topo da meta de sua margem com sinergias planejadas A DuPont de Nemours & Co. informou hoje...
-
Bunge E Solazyme Investirão Us$ 100 Mi Em Joint-venture
O início das atividades é esperado para o segundo semestre de 2013 A joint-venture formada entre Bunge e Solazyme, para produzir óleos renováveis a partir da cana-de-açúcar no Brasil, receberá investimentos iniciais da ordem de US$ 100...
-
Bunge Compra A Marca Etti Da Hypermarcas
Valor do negócio é de cerca de 200 milhões de reais O grupo Bunge, um dos maiores produtores de commodities agrícolas do Brasil, está prestes a comprar a marca de alimentos Etti, da Hypermarcas. A aquisição deverá ser fechada até amanhã, por...
Marcas e Empresas