Buscapé procura empresas novas para investir
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Buscapé procura empresas novas para investir


Pioneira da internet brasileira faz segunda rodada de seleção de startups e planeja destinar R$ 300 mil para cada selecionado

Quando o Buscapé deu seus primeiros passos, em 1999, a figura do investidor que aposta em empresas nascentes praticamente não existia. O site de comparação de produtos e preços se firmou com a ajuda da Endeavor, entidade de apoio ao empreendedorismo, e com o aporte de bancos de investimentos, que costumam colocar dinheiro em negócios mais maduros.

 Romero Rodrigues, então com 21 anos, e mais três amigos tiveram de lidar com gente grande. Hoje a companhia desfila uma carteira de 18 empresas adquiridas ao longo de sua história e quatro pequenas sócias especiais - Urbanizo, Resolva.me, MeuCarrinho e Hotmart. Fruto do primeiro concurso de startups realizado pela companhia, "Sua Ideia Vale Um Milhão", elas tiveram fácil acesso ao que Romero não teve: orientação face a face de quem há 13 anos é um dos líderes mais expressivos na internet brasileira.

 A troca de experiência tem sido proveitosa para o Buscapé e para as jovens empresas (ou startups, termo usado no mercado). Isso estimulou a companhia a levar o projeto para a segunda edição, que começa em 4 de junho.

 Depois de avaliar as startups em quatro etapas (inscrição, apresentação prévia do projeto, atividades no Buscapé e entrega do protótipo), a companhia estima se a proposta vale R$ 1 milhão e investe R$ 300 mil, o equivalente a 30% do negócio.

 Essa quantia pode ser maior ou menor, dependendo das necessidades das startups. E a parceria é para valer, segundo o vice-presidente de Fusões e Aquisições do Buscapé, Ayrton Aguiar. "Não é para apertar a mão e ir embora. Não é caridade, não. Nós somos sócios e decidimos apostar."

 A Urbanizo, por exemplo, tem seu cantinho dentro do escritório do Buscapé. Marcos Roberto, um dos cofundadores da startup, vibra ao falar de seu negócio e da sociedade. "Estamos impressionados, como criança que vai à Disney pela primeira vez". Por meio de uma varredura em anúncios, o site compara preços de imóveis e ajuda o usuário a encontrar um, de acordo com a localidade. "Estamos colocando inteligência no mercado", diz.

 Também funcionam dentro do Buscapé o Resolva.me, plataforma social para troca de contatos de prestadores de serviço, e MeuCarrinho, aplicativo de lista e comparação de preços de supermercados. A Hotmart, plataforma de distribuição de conteúdo digital, montou escritório em Belo Horizonte.

 O Buscapé espera receber nesta edição mil projetos. No ano passado, foram 800 ideias inscritas - a maioria delas nas áreas de prestação de serviço, compra coletiva, leilão de centavos e integração entre e-commerce e supermercados.

 Aguiar conta que a escolha das quatro startups não foi fácil. Foram para a final do concurso de 2011 nove pequenas empresas. "As outras cinco eram muito boas, mas alguns modelos de negócio não eram tão sinérgicos com o Buscapé", diz.

 Por sinergia entende-se o possível diálogo que a candidata pode ter com os recursos das empresas que compõem o grupo Buscapé, como ferramentas de comparação de preços e pagamento online.

 Outro critério de decisão, segundo Aguiar, é o envolvimento do empreendedor com seu próprio projeto. Paixão e energia para enfrentar os problemas conta mais que modelo de negócios, segundo ele. Afinal, e se no meio do caminho a mesma ideia é colocada em prática por um rival?

 Interior. O Buscapé também revelou, durante o anúncio do concurso, ontem, em São Paulo, um retrato dos candidatos da primeira edição. Sessenta e três por cento dos inscritos eram da região Sudeste e 49% moravam fora das capitais. Além disso, a maioria (79%) não enviou vídeo de apresentação da ideia, o que será obrigatório na edição de 2012. Também houve dificuldade no envio do plano de negócios - 26% não o entregaram. Agora, ele será substituído por questionário. Por  NAYARA FRAGA
Fonte: O Estado de São Paulo 10/05/2012



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