Captações têm demanda até sete vezes maior que valor da emissão
Marcas e Empresas

Captações têm demanda até sete vezes maior que valor da emissão


Empresas brasileiras e o governo já obtiveram US$ 18,5 bilhões no exterior este ano

As emissões feitas pelas empresas brasileiras no exterior têm chamado cada vez mais a atenção de investidores internacionais e chegam a ter demanda sete vezes maior que o valor da emissão. É o caso do Bradesco, que captou US$ 1 bilhão, mas a demanda externa chegou a US$ 7 bilhões. Já a do Banco do Brasil, que captou US$ 750 milhões em títulos perpétuos, teve uma demanda de US$ 4,7 bilhões.

No total, desde o início do ano, as empresas e o governo do Brasil captaram US$ 18,575 bilhões no mercado internacional, incluindo operações feitas pelas subsidiárias das companhias no exterior, segundo estimativa da corretora BGC/Liquidez.

O executivo de um banco, que está ligado às operações e que não quis se identificar, disse que a demanda em alta é natural neste momento, já que a Europa atravessa período de crise e os Estados Unidos ainda crescem lentamente.

- Por outro lado, o Brasil e suas empresas têm um ciclo de crescimento que está atraindo os investidores. O mercado interno está muito aquecido, e as empresas querem se financiar para investir. Por isso, ações como a do governo, de elevar o IOF para captações com vencimento de curto prazo, não irão afetar nem a trajetória do dólar nem frear o volume de captações, já que as mais importantes têm vencimento longos - disse o executivo.

Um dos principais financiadores das empresas são os fundos multimercados estrangeiros (conhecidos em inglês como hedge funds). Neste ano até 28 de fevereiro, eles aplicaram US$ 4,65 bilhões no mercado brasileiro Desse valor, US$ 3,5 bilhões foram para o mercado de ações, e US$ 1,5 bilhão, para o de títulos. O valor supera as aplicações desses fundos em outros emergentes, como China (US$ 4,2 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 2,2 bilhões), segundo dados da consultoria americana EPFR Global.

- Países com grande peso nos principais índices de mercados emergentes estão indo bem e receberam um balde de dinheiro até agora - explica Cameron Brand, diretor da EPFR Global.

Somente em fevereiro, segundo a consultoria, foram aplicados US$ 2,4 bilhões no Brasil. A maior parte do valor tem origem em fundos sediados nos EUA e na Europa, onde os bancos centrais estão injetando liquidez nas economias, por meio de juros baixos e socorro a bancos. No ano passado, o saldo foi negativo em US$ 7,19 bilhões. Por Bruno Rosa
Fonte:OGlobo02/03/2012



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