Marcas e Empresas
Cerner adquire Siemens Health IT por US$ 1,3 bilhão
A Cerner Corp. informou que vai comprar a unidade de negócios de tecnologia da informação da Siemens AG para a área de saúde, por US$ 1,3 bilhão. A transação faz parte da estratégica da empresa para atuar no mercado de tecnologia, dispositivos médicos e de imagem.
A Cerner, com sede na cidade de Kansas, nos EUA, desenvolve softwares médicos de registros eletrônicos para hospitais e clinicas. No Brasil, seu principal cliente é o Hospital Albert Einstein, que vai reformular seus sistemas de gestão de pacientes e administrativos.
Segundo comunicado da empresa, a aquisição vai criar um negócio com receita estimada em US$4,5 bilhões anuais, com cerca de 18 mil instalações de clientes em 30 países. Na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D), a nova organização deve investir cerca de US$ 650 milhões por ano.
A Cerner, segundo o comunicado na Nasdaq, disse que pretende continuar a apoiar as plataformas centrais da Siemens, incluindo a plataforma Soarian. Procurada por este noticiário para saber se a transação envolveria os negócios da Siemens no Brasil, a empresa disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tinha mais informações. Leia mais em tiinside 06/08/2014
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Cerner planeja manter comercialização de EHR da SiemensNeal Patterson, CEO e cofundador da empresa, teve que ser convencido da aquisição por sua equipe. Compra integrará estratégia de saúde populacional mais ampla
Despedindo-se de uma estratégia anterior, a Cerner está para fazer uma grande aquisição, comprando o negócio de TI de saúde da Siemens por US$ 1,3 bilhão em dinheiro.
Enquanto alguns detalhes ainda serão negociados entre agora e a finalização do acordo, no início de 2015, a Cerner diz que planeja manter e apoiar o Soarian Clinicals, o sistema de EHR que a Siemens vende mundialmente, por, pelo menos, uma década. A empresa disse que o resultado será o crescimento significativo de sua base de clientes, de seus recursos de pesquisa e desenvolvimento, e a habilidade de lidar com desafios de gerenciamento da saúde populacional. A Cerner e a Siemens também anunciaram uma aliança estratégica de três anos, em que cada uma compromete-se a investir US$ 50 milhões em aplicativos de posse comum para software e dispositivos médicos.
Durante uma conferência para anunciar o acordo, na noite da última terça-feira, o chairman, CEO e cofundador da Cerner, Neal Patterson, disse que ainda acredita que aquisições no mercado de TI de saúde são, normalmente, um erro, e que teve de ser convencido por sua equipe durante uma sessão de estratégia que se prolongou por um dia inteiro, de que essa aquisição não seria um erro. “Fiquei um pouco surpreso com meu bem-estar quando saí daquela reunião”, afirmou.
“Eu fui bastante crítico com aquisições no passado”, acrescentou ele, dizendo que “se você quer reduzir o ritmo de uma empresa neste negócio”, a melhor (ou a pior) forma é tentando combinar tecnologias centrais porque “isso congela nossa engenharia”.
Em vez disso, a Cerner planeja continuar oferecendo suporte aos clientes do EHR Siemens, na plataforma escolhida, por mais uma década, no mínimo, permitindo que eles decidam sozinhos se faz sentido ou não mudar para o Millennium EHR, da Cerner. A empresa também será apresentada para novos clientes ao redor do mundo.
Oficiais da Cerner consideram este um acordo para a “era pós Meaningful Use”. Como resultado de programas governamentais, a “TI se tornou ubíqua nos sistemas de saúde – já se instalou nos sistemas de saúde e nunca mais será dispensável”, disse Patterson. No entanto, enquanto essa fase de crescimento girou em torno de EHR, Patterson acredita que é o momento de “evoluir para saúde populacional e para o que está além da saúde populacional”, uma transição que transforma o software em uma “parte ainda maior dos gastos da saúde”.
Nos EUA, o fundo de incentivo que propulsionou a adoção de EHRs está se estreitando. Ainda haverá incentivos e penalidades associadas ao cumprimento dos padrões federais de Meaningful Use para EHRs, mas eles já não têm mais a força que tiveram. Ao mesmo tempo, tanto investidores públicos quanto privados estão aumentando a pressão sobre instituições de saúde para que façam um melhor gerenciamento da saúde de pacientes e da população inteira de pacientes, para que doenças sejam prevenidas, doenças crônicas sejam controladas e despesas desnecessárias sejam eliminadas. Isso é o que a indústria quer dizer com gerenciamento da saúde populacional, e as tecnologias para suportar esse gerenciamento envolvem análises preditivas e coordenação mais rígida de cuidados.
Como as pessoas raramente têm todos os serviços de saúde no mesmo lugar, por necessidade, iniciativas de saúde populacional devem acessar dados de múltiplas instituições que rodam diferentes sistemas EHR, o que significa que a Cerner terá de operar em um ambiente em que EHRs são apenas fontes de dados – e ter mais um in-house é igualmente importante.
“O EHR ainda será um sistema de transição pesada conforme vamos em frente”, explicou o presidente da Cerner, Zane Burke, em entrevista. “Será a fundação – mas teremos uma camada de inteligência acima disso”.
Cerner disse que o negócio de serviços de saúde da Siemens estima que a renda de 2014 seja de US$ 1.2 bilhão e ostenta mais de cinco mil instalações-cliente em mais de 40 países, com força especial na Alemanha, Suécia, Áustria, Espanha, Noruega e Holanda. Os ativos de tecnologia incluem um amplo portfólio de sistemas de TI de saúde financeira e clínica, de nível corporativo, assim como soluções de conectividade e departamentais, e software de coordenação de cuidados e saúde populacional, segundo a Cerner, enquanto serviços complementarem incluem serviços gerenciados e de hospedagem, implementação e consultoria estratégica, assim como capacidades de troca de informações de saúde em órgão centralizador.
Oficiais da Cerner dizem que conseguiram um bom preço. O resultado para a Siemens não é tão bom, já que em 2000, a Siemens pagou US$ 2,1 bilhões para adquirir o Shared Medical Services, que é o centro de sua unidade de negócios de IT de saúde. No entanto, a unidade de software de TI de saúde Siemens que a Cerner está comprando é parte de um negócio muito maior, que fabrica dispositivos médicos, equipamentos de diagnóstico por imagem e tecnologias de laboratório.
Burke disse que achava que assim que a Siemens decidisse não continuar no mercado de TI de saúde, estaria mais preocupada em encontrar um bom custodiante para o negócio. “A diferença na valorização não é tão significativa no esquema geral do negócio Siemens Healthcare” ele disse. “No final das contas, era uma questão de fazer um bom negócio e de melhorar as oportunidades de acesso para uma gama mais ampla de tecnologias para os clientes Siemens”.
Cerner e Siemens esperam que a nova aliança estratégica ofereça novas oportunidades ao combinar software de saúde com o conjunto de dispositivos médicos e equipamentos de diagnóstico da Siemens, disse Burke. “Estamos olhando para problemas complexos e pensando sobre como podemos usar mais inteligência na inovação de dispositivos”, incluindo imagens clínicas e a nova geração de tecnologias de analises de genomas, disse ele. “Queremos usar o poder o EHR para melhorar esses dispositivos”.
A Cerner já explora essas possibilidades, e será capaz de acelerar a integração de dispositivos Siemens quando forem de propriedade de um parceiro, e não de um concorrente, afirmou ele.
A Cerner faz questão de pontuar o quanto a empresa irá se empenhar para ganhar a confiança dos consumidores que está herdando. Burke reconhece que os consumidores de uma empresa adquirida tendem a temer a ruptura que segue a aquisição. Ele disse que sua mensagem a esses consumidores seria: “Iremos oferecer todo o suporte necessário, tanto no curto quanto no longo prazo, e planejamos por vocês e com vocês para maximizar o uso dos investimentos em tecnologia que vocês já fizeram”.
No entanto, durante a conferência, oficiais da Cerner se negaram a dizer quais produtos da Siemens, além do Soarian, continuarão a receber suporte no longo prazo, afirmando que eram detalhes ainda em definição. Autor: David F. Carr | Fonte: Informationweek Healthcare | leia mais em saudebusiness365 07/08/2014
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