Claranet compra Echiron e entra no negócio de BPO
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Claranet compra Echiron e entra no negócio de BPO


O negócio reforça a oferta tecnológica da empresa no mercado nacional e permite-lhe aumentar o número de clientes e ampliar o leque de serviços prestados ao mercado europeu em regime de nearshore.

 A multinacional Claranet adquiriu um dos mais antigos prestadores de managed hosting e managed applications nacionais, a Echiron. Como resultado desta aquisição, o Grupo Claranet terá um volume de negócios acima de 155 milhões de euros, aproximadamente 750 colaboradores, mais de 4500 clientes e operações em seis países europeus (Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, Espanha e Portugal).

 A negociação decorreu no espaço de seis meses e o valor da compra não foi revelado. Sabe-se, no entanto, que o negócio incluiu todos os activos e passivos da empresa portuguesa.

 A integração da tecnológica portuguesa fundada em 2000 no universo da Claranet vai permitir a esta multinacional aumentar as suas competências em cloud, bases de dados e gestão de infra-estruturas Microsoft e Oracle. Estas eram as áreas de especialização da Echiron e que constituíam um factor de diferenciação da empresa no mercado. O prestador de managed hosting e managed applications nacional conta com 90 clientes – incluindo marcas como BMW Portugal, Fundação Calouste Gulbenkian, Santogal e SPMS – e tem um volume de negócios anual na ordem dos 5 milhões de euros, segundo António Miguel Ferreira, presidente do Conselho de Administração da Claranet Portugal. 

Trabalham na Echiron cerca de 40 pessoas e todas elas vão ser integradas na Claranet, inclusive os dois accionistas da empresa. Questionado sobre quando vai deixar de existir a marca Echiron, António Miguel Ferreira diz que ainda não existe uma data definida para a utilização de uma marca única, que será Claranet. «Esse será um passo natural, quando entendermos que é o momento certo, que dependerá principalmente da percepção dos clientes», afirma o gestor. Já no que diz respeito à junção das duas equipas num único espaço, todos os colaboradores mudarão dentro de três ou quatro meses para a sede da Claranet, na zona do Parque das Nações, em Lisboa

 «Fazer parte do Grupo Claranet irá criar novas oportunidades aos nossos clientes, parceiros e colaboradores», declara João Ribeiro da Costa, CEO e fundador da Echiron. «Todos vão beneficiar das operações pan-europeias da Claranet, da sua solidez financeira e de um portefólio de serviços mais robusto», adicionou.

 Preparar o plano de integração

 Em relação à passagem dos novos produtos e serviços de uma empresa para a outra, António Miguel Ferreira avança que as equipas das duas empresas estão a preparar o plano de integração para o portefólio de serviços. No final deste processo, que demorará dois a três meses, «teremos um portefólio de serviços mais alargado, disponível para a base de clientes de ambas as empresas e para novos clientes», sublinha.

 De facto, a aquisição da Echiron serve para «cimentar a posição da Claranet em Portugal como o principal fornecedor de soluções de managed hosting e managed applications. Significa também que os clientes vão beneficiar da experiência de ambas as empresas e de um portefólio de serviços alargado», lembra o presidente do Conselho de Administração da Claranet Portugal.

 Segundo ele, além da base de clientes, a Echiron enriquece o portefólio da Claranet introduzindo os serviços de cloud e de gestão de sistemas Oracle e Microsoft, assim como a oferta de business process outsourcing. Na prática, os clientes vão passar a ter um parceiro tecnológico de negócio em que podem confiar, com um portefólio de serviços mais alargado nas áreas de networking e hosting, com uma equipa maior e com mais experiência em diversas tecnologias e, por último, com uma maior capacidade de prestar serviços e de investir em evolução tecnológica e na formação de recursos humanos especializados.

 «Perante a introdução da oferta de BPO, a Claranet também procurará explorar as oportunidades adicionais de prestação de serviços no mercado europeu, a partir da sua operação alargada em Portugal», refere António Miguel Ferreira.

 Alargar a prestação de serviços a outros países

 A aquisição da Echiron introduz no universo Claranet uma nova oferta na área de serviços. Questionado sobre a intenção de criar um centro de competência nearshore da Claranet em Portugal, António Miguel Ferreira responde que a empresa quer desenvolver as competências que já possui e que agora foram alargadas nas áreas de managed services de networks, hosting e, sobretudo, aplicações.

 «Podemos falar de IT process outsourcing, que é uma parte crítica na maioria das organizações hoje em dia. Gerimos as plataformas onde correm os ERP, os websites e as extranets dos nossos clientes, em clouds privadas ou híbridas, integrando com as suas redes corporativas, no âmbito de um SLA único», esclarece António Miguel Ferreira. De acordo com o gestor, fazem parte da oferta da Claranet soluções de business continuity e disaster recovery, quer sobre infra-estruturas próprias, quer para clouds externas, como a Azure. Aquilo que a companhia pretende é que as organizações, portuguesas ou internacionais confiem na Claranet para a gestão das suas plataformas de TI.

 «Portugal está particularmente bem posicionado, posicionamento alavancado por esta aquisição, para ser um centro de excelência nesta área. Estamos a conversar com o Grupo sobre a incorporação de novas competências, para também prestar serviços a outros países na gestão de determinadas aplicações», reconhece António Miguel Ferreira, referindo que este novo negócio pode representar várias dezenas de milhões de euros por ano só em Portugal. «Na Europa, esse valor pode chegar às centenas de milhões de euros por ano», refere.

 Os serviços podem ser comercializados essencialmente nos países europeus onde a Claranet está presente directamente. «Estes serviços terão mais aceitação nos países da União Europeia, por uma questão de maturidade do mercado e pelas poucas barreiras legais à livre circulação de informação», esclarece o gestor, acrescentando que, apesar de o esforço estar centrado nessas geografias, há também espaço para outros países, dado que a Claranet Portugal já tem um conjunto de casos de implementações de sucesso na Suíça, no Canadá, na Rússia e em Angola. 

Compradora em Portugal

 A estratégia de crescimento da Claranet, na Europa e também em Portugal, passa pelo crescimento orgânico e pelo crescimento por via de aquisições. A companhia procura ganhar não só uma maior escala, mas sobretudo adquirir novas competências e enriquecer a sua oferta com serviços complementares aos que já disponibiliza, esclarece António Miguel Ferreira.

 «É também um processo de crescimento para serviços de maior valor acrescentado», diz o gestor, acrescentando que as áreas de interesse procuradas no mercado têm sobretudo que ver com empresas de serviços geridos (managed services) assentes em plataformas tecnológicas diversas, em datacenters ou na cloud. «Dessa forma conseguimos obter economias de escala que nos permitirão não só fornecer um maior leque de serviços aos nossos clientes, como também prestar soluções mais abrangentes e, ao mesmo tempo, mais competitivas, fora do alcance da maioria dos nossos concorrentes», sublinha o gestor. por Carlos Marçalo
Fonte: semanainformatica 26/02/2014





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