A história A história de uma das marcas mais fortes do Chile começou em 1883 quando Don Melchor De Concha y Toro, um distinto advogado, empresário (que acumulou fortuna explorando minas de prata no deserto de Atacama) e político influente no país (incluindo eleições para deputado e senador e três passagens pelo Ministério da Fazenda), acompanhado de sua riquíssima mulher Emiliana Subercaseaux, fundou a vinícola com o nome de Marquês de Casa Concha, localizada na pré-cordilheira, perto da cidade de Santiago, com o objetivo de explorar o potencial da produção vitivinícola do vale do Rio Maipo, onde o clima era mediterrâneo e o solo aluvial. Ele importou as mais exclusivas mudas de uvas de Bordeaux, região francesa tradicional na produção dos melhores vinhos do mundo, plantou no vinhedo de Ponte Alta e contratou um importante enólogo francês, Monsieur de Labouchere, para preparar os seus primeiros vinhos. Nascia uma lenda.
O maior e mais importante vinhedo do Chile foi pioneiro na produção de vinhos. Conta a história que uma praga devastadora arrasou as plantações na Europa de onde foram colhidas as mudas trazidas por Don Melchor. Por isso, apenas ali, no Vale do Maipo, encontram-se as raras parreiras com as uvas que produzem o famoso vinho Don Melchor, que conquistou os críticos internacionais da bebida. Os vinhos produzidos tiveram sucesso imediato. Porém, foi o emblemático Casillero del Diablo, feito da uva Cabernet Sauvignon, que projetou o vinho chileno para o mundo. Foi em 1891, que Don Melchor criou o que é hoje um dos vinhos mais conhecidos mundialmente. A lenda que cerca este mítico e aclamado vinho, transformou os vinhedos do Chile famosos no mundo inteiro. No ano seguinte, com a morte do fundador, seu filho, Juan Enrique, assumiu o comando dos negócios.
O primeiro carregamento de Concha y Toro á desembarcar na Europa foi em 1933 no porto de Roterdã na Holanda. A consagração da conquista do mercado mundial se deu a partir de 1957, com a vinda de Don Eduardo Guilisasti Tagle para a presidência da empresa, o qual adquiriu novos vinhedos; criou uma vinícola orientada só para a exportação, chamada Cono Sur; fincou pé no outro lado da cordilheira, adquirindo um vinhedo em Mendoza (Argentina), onde instalou a Bodega Trivento, também focada no mercado externo; iniciou o desenvolvimento de novos produtos e adequou a política da empresa aos padrões mundiais de qualidade. Em 1994, se tornou a primeira empresa do setor no mundo a comercializar ações na Bolsa de Nova York.
A partir desta década a empresa iniciou o lançamento de vinhos excepcionais, como em 1997, quando foi produzido em parceria com a famosa e conceituada vinícola francesa Baron Phillippe de Rotschild S.A, o aclamado Almaviva, safra 1996, inaugurando, no Chile, a categoria Primer Orden (equivalente à categoria francesa “Grand Cru Classe”). As uvas utilizadas na fabricação deste aclamado vinho advêm de plantas com mais de vinte e cinco anos de idade e que se encontram em um setor denominado Puente Alto. O Almaviva é o único vinho do Chile a ter sua bodega em caráter Chateau, ou seja, um vinhedo, uma bodega e uma equipe técnica exclusivos para a produção de um único vinho. Para entender o sucesso desse vinho tinto, 99% de sua produção é exportada e negociada por brokers franceses e distribuída para as melhores lojas e restaurantes do mundo. Em 2000, outra lenda foi introduzida no mercado: o vinho TERRUNYO.
Quatro anos mais tarde a Concha y Toro atingiu o volume de 1.5 milhões de caixas do vinho Casillero del Diablo exportadas. Nesta época, o mais conhecido vinho da empresa, Casillero del Diablo, ganhou nova roupagem e garrafa, além de uma enorme campanha de marketing nos 114 países onde é vendido, se transformando em uma marca global. No início do novo milênio, a Concha y Toro se posicionava como a sétima maior produtora do mundo e a primeira da América do Sul. Em 2010 a Concha y Toro assinou uma parceria inédita com o Manchester United para ser o vinho oficial da tradicional equipe inglesa. O acordo tem como objetivo aumentar a notoriedade da Concha y Toro e das suas marcas no mundo inteiro, com particular foco nos mercados da Ásia, América Latina, África, além do leste e norte da Europa. No início de 2011, a empresa anunciou a compra da Fetzer Vineyards, maior vinícola do condado de Mendocino, na Califórnia. Com isso, a empresa chilena adicionou ao seu portfólio marcas como Fetzer, Bonterra, Five Rivers, Jekel, Sanctuary e a licença de uso da Little Black Dress.
Afinal, o que faz um vinho ser tão apreciado e admirado assim? Um dos segredos está na matéria-prima. A Concha y Toro tem como filosofia que a qualidade dos vinhos nasce na parra, independentemente de estarmos falando de vinhos com produção em massa, como Frontera ou Sunrise, ou de vinhos especiais, como Amelia ou Don Melchior. E para garantir matéria-prima de qualidade alguns cuidados são fundamentais. A escolha do terroir – termo francês que significa o local ideal para a plantação – a adequada seleção das mudas e o manejo são os fatores principais que influenciam no produto final da Concha y Toro.
Um vinho cheio de mistérios A lenda do vinho Casillero del Diablo, feito da uva Cabernet Sauvignon, começou há mais de cem anos, em 1891, quando o fundador da marca resolveu reservar para si os melhores vinhos das safras de suas vinícolas. Como forma de manter inalteradas as condições de temperatura e unidade, estes vinhos foram guardados ao fundo de uma magnífica adega subterrânea (em espanhol “casillero”), um depósito especialmente destinado a este fim. Passado algum tempo Don Melchor de Concha y Toro percebeu que estes vinhos estavam desaparecendo misteriosamente.
Depois de inúmeras conversas chegou à conclusão que estavam sendo roubados por pessoas das redondezas. Diante disto, para cessar o sumiço dessa reserva preciosa, espalhou o boato de que o próprio diabo vivia dentro do porão no qual os vinhos estavam armazenados. A história funcionou. O medo afastou todos os ladrões, e, nunca mais, sequer uma garrafa voltou a desaparecer. Nascia assim o lendário vinho Casillero del Diablo (em espanhol, “a Adega do Diabo”). O mítico vinho seria lançado no mercado somente em 1963, sendo um dos principais responsáveis por projetar a Concha y Toro internacionalmente, vendendo todos os anos mais de 2.6 milhões de caixas no mundo inteiro. Atualmente a linha Casillero de Diablo é composta pelos vinhos tintos (Carmenére, Merlot, Cabernet Sauvignon, Shiraz, Pinot Noir e Malbec), brancos (Chardonnay, Sauvignon Blanc Riesling, Pinot Grigio, Viognier e Gewürztraminer) e rose (Shiraz), além da linha Reserva Privada (CS/Shiraz e Sauvignon Blanc) e um espumante. O famoso finho tem como slogan “Casillero del Diablo. Chilean wine legend” (“La Leyenda del Vino”).
Um cardápio de qualidade Os vinhos Concha y Toro e Casillero del Diablo são apenas algumas das marcas produzidas pela empresa. Entre sua gama de produtos existem desde vinhos de excepcional qualidade como Don Melchor (um Cabernet Sauvignon feito com uvas do melhor e mais antigo vinhedo da casa, o Puente Alto, lançado no mercado em 1987), Carmín de Peumo (um vinho espetacular, com seu aroma e cor, que consagrou in¬ternacionalmente a uva carmenère), Amelia, Terrunyo (produzido com uvas de vinhedos selecionados onde o micro-clima, as uvas Carmenère, o solo e a mão perita do homem interagem de forma mágica, criando a harmonia perfeita dando origem à qualidade única), Marqués de Casa Concha (uma linha de vinhos charddonay e merlot), Trio (elaborado com corte de três uvas: Cabernet Sauvignon, Shiraz e Cabernet Franc), Late Harvest (único vinho de sobremesa da empresa, um blend de Sauvigon Blanc e Riesling colhidas tardiamente com grande concentração de açúcar) e Almaviva (um ícone dos vinhos chilenos); passando por vinhos de excelente custo benefício como Sunrise, e Frontera; até os populares de boa qualidade como Tocornal, Clos de Pirque, Exportación e Fressco. Em 2005, uma das melhores colheitas que houve em todo o Chile, permitiu o nascimento do Casillero del Diablo Reserva Privada. A equipe agrícola da Concha y Toro por anos trabalhou para elaborar um grande vinho e eis que do Vale de Maipo, na zona de Pirque e Rapel, em Pneumo, surge este vinho que permaneceu em barril de roble francês por 14 meses dando maior complexidade e aporte de madeira ao Casillero.
Atualmente todos esses vinhos são produzidos em 8.445 hectares em 49 vinícolas próprias e 9 arrendadas em Limarí, Casablanca, Leyda, Maipo, Cachapoal, Colchagua, Curicó e Maule Valleys, todas na região central do Chile; e mais 1.068 hectares de terras em 8 vinícolas localizadas em Maipú, Tupungato, Rivadavia, San Carlos, Luján de Cuyo e San Martín, na Argentina.
A vinícola Um passeio pela história do vinho. Assim pode ser definida a visita à Concha y Toro, a maior e mais importante vinícola do Chile e da América Latina. Logo ao chegar, entende-se porque Concha y Toro é uma das vinícolas mais procuradas pelos turistas e amantes dos vinhos. A paisagem é fascinante. Em grande parte dos 750 hectares (com as mais nobres uvas francesas, tais como Chardonnay, Sauvignon Blanc, Merlot, Pinot Noir, Semillon e Gewurztraminer), extensos campos verdes formam um horizonte de se perder de vista. As flores, que emolduram as construções, deixam o ambiente ainda mais romântico e deslumbrante. A visita é bastante agradável e se inicia com um pequeno filme sobre a criação da Concha y Toro. O tour passa pela linda casa (chamada de Casona) na propriedade, cercada de belos jardins, com um lago e muitas roseiras, onde habitava Don Melchior e seus parentes; pelos campos cobertos por parreiras, conhecendo os tipos de uvas, inclusive a carmenère, que é oriunda da França, mas hoje em dia exclusiva do Chile; por todas as etapas de produção; e finalmente uma seção de degustação de tais preciosidades, acompanhada de tapas (petiscos), onde os enólogos dão uma pequena aula aos leigos no assunto, com dicas de como segurar na taça, sentir o cheiro da bebida e prová-la.
Mas o ponto alto da visita é conhecer o local chamado Casillero del Diablo (Adega do Diabo), onde estão as garrafas do precioso vinho e no qual se criou uma lenda. A história é narrada aos turistas por uma voz macabra dentro da adega subterrânea. As luzes se apagam, uma gargalhada ecoa e na parede surge uma imagem encapuzada projetada do diabo. É um dos momentos mais divertidos do passeio.
Dados corporativos ● Origem: Chile ● Fundação: 1883 ● Fundador: Don Melchor De Concha y Toro ● Sede mundial: Santiago, Chile ● Proprietário da marca: Vina Concha y Toro S.A. ● Capital aberto: Sim (1933) ● Chairman: Alfonso Larraín Santa Maria ● CEO: Eduardo Guilisasti Gana ● Enólogo: Max Weinlaub ● Faturamento: US$ 799.2 milhões (2010) ● Lucro: US$ 89.6 milhões (2010) ● Valor de mercado: US$ 1.9 bilhões (abril/2011) ● Vinhedos: 57 ● Vendas globais: 20.5 milhões de caixas ● Presença global: 135 países ● Presença no Brasil: Sim ● Funcionários: 2.935 ● Segmento: Bebidas Alcoólicas ● Principais produtos: Vinhos ● Ícones: O vinho Casillero del Diablo ● Website: http://www.conchaytoro.com/
A marca no mundo Atualmente, o vinhedo, responsável por 31.5% da exportação do Chile no segmento, está localizado em uma região ideal para a produção da uva Cabernet Sauvignon, possuindo moderna tecnologia em equipamentos de refrigeração, tanques de aço inoxidável, filtros e barris de carvalho americano ou encina francesa. A Concha y Toro produz mais de 20.5 milhões de caixas de vinho por ano, vendidos para mais de 135 países ao redor do mundo. Atualmente a empresa é a terceira maior vinícola do mundo (em área plantada), com capacidade para produzir 354 milhões de litros de vinho.
Você sabia? ● A Concha y Toro foi considerada, em 2010, a segunda marca vitivinícola mais poderosas do mundo pela consultoria internacional Intangible Business.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 17/4/2011
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