Copel vai ampliar parceria com a chinesa State Grid
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Copel vai ampliar parceria com a chinesa State Grid


A Copel, estatal de energia do Paraná, planeja ampliar a parceria com a chinesa State Grid, com a qual arrematou a concessão para construir e operar 1.605 quilômetros de linhas de transmissão no começo do mês. "Pretendemos avançar com eles em geração", diz o presidente da empresa, Lindolfo Zimmer, que tem interesse em repetir a dobradinha no leilão A-5, das hidrelétricas de Sinop e São Manoel, no Mato Grosso, previsto para agosto. "Nos entendemos muito bem."

A companhia vai participar ainda de leilões de usinas eólicas e linhas de transmissão, mas para 2012 a direção quer crescer também por meio de aquisições. No ano passado, a Copel lançou edital para chamar parceiras de negócios e recebeu cerca de 200 propostas - foi assim que a State Grid chegou até ela. Zimmer conta que diversos projetos foram avaliados e negociações estão em andamento.

"Já fizemos propostas de compra acima de R$ 1 bilhão", adianta o executivo, sem dar detalhes. "Há bolas rolando no jogo, de coisas grandes e pequenas." O executivo explica que tem preferência por investimentos de até R$ 500 milhões. Questionado se está de olho em outras estatais, ele diz que "está atento a possibilidades" e que, se ativos do grupo Rede fossem vendidos separadamente, teria interesse na distribuidora Força e Luz, que atende o município paranaense de Guarapuava, e na Enersul, energética do Mato Grosso do Sul, pela proximidade com a estrutura da Copel.

Após a divulgação do balanço, na segunda-feira, em que apresentou crescimento de 12,7% na receita líquida, para R$ 7,77 bilhões, e de 16,5% no lucro, que chegou a R$ 1,17 bilhão, as ações da estatal tiveram queda. Analistas de investimentos não gostaram, entre outras coisas, de aumentos de gastos com pessoal (21,1%). Zimmer argumenta que os salários estavam defasados e o "turnover", que era de 5% a 6% ao ano, chegou a 12% e, com ajustes recentes, está em 8,5%. "O humor do mercado é próprio do mercado. A empresa está seguindo de forma saudável", comenta. A empresa costumava pagar 25% de dividendos e, agora, segundo ele, a tendência vai ser de "35% ou mais".

O executivo, que assumiu no ano passado, com a troca de governo, diz que o primeiro ano foi de preparação e, agora, será de crescimento. Na opinião de Zimmer, a estatal precisa estar preparada para atender as demandas do programa do governo de atração de investimentos para o Paraná. Em 2011, o consumo de energia aumentou 5,4% no mercado cativo da Copel. E ele espera um 2012 bom. "Foi "take off" e agora, velocidade de cruzeiro".

Além das investidas fora do Estado, a Copel planeja colocar em operação a usina de Mauá ainda no primeiro semestre, com um ano e meio de atraso, devido a questionamentos ambientais. O adiamento da obra só não foi pior para a empresa porque ela não precisou pagar multa à Aneel e porque as chuvas contribuíram e sobrou energia no mercado para comprar e atender os clientes. Outra inauguração já agendada, para outubro, é da pequena central hidrelétrica Cavernoso II, de 19 MW, orçada em R$ 120 milhões.

Mais uma pendência ambiental que a estatal espera solução para breve é a que trata da liberação da obra de Baixo Iguaçu, arrematada pela Neoenergia em 2008. A Copel já negociou a participação de 30% no empreendimento e, segundo Zimmer, a Eletrosul terá 15%.

A Copel está empenhada em antecipar em seis meses a produção da usina de Colíder, de dezembro de 2014 para meados daquele ano. "A linha agora é nossa", diz, sobre o último leilão que a empresa venceu. "Ganhamos com taxa de retorno saudável, acima do custo do capital."

Para 2012, a companhia tem investimentos aprovados no valor de R$ 2,257 bilhões, sendo R$ 1,1 bilhão para a área de distribuição. Para geração e transmissão serão R$ 1,069 bilhão, dos quais R$ 562 milhões para a usina de Colíder, R$ 89 milhões para Mauá e R$ 50 milhões para Cavernoso II. Os valores não contemplam possíveis aquisições. A Copel conta com caixa de R$ 1,6 bilhão, que Zimmer admite usar para aquisições e para garantir ritmo de obras que dependem de liberação de financiamentos. Por Marli Lima
Fonte:ValorEconômico30/03/2012



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