Marcas e Empresas
CPFL diz que geografia é importante para aquisições
A CPFL Energia, uma das maiores empresas de energia do Brasil, não deve expandir seu negócio de distribuição para além das áreas onde ela atualmente opera, disse o presidente-executivo da empresa, levantando dúvidas sobre se a CPFL terá apetite para adquirir uma participação de 54 por cento na empresa rival Grupo Rede Energia.
A CPFL, que fornece energia para as regiões Sul e Sudeste, está sempre buscando expandir seu negócio de distribuição para ganhar em escala e cortar custos operacionais, disse o presidente-executivo Wilson Ferreira Júnior numa entrevista na segunda-feira.
Mas aquisições dependem de preços e de "geografia", ele destacou.
"Temos operações nos Estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Uma geografia (favorável) significa que há algo próximo", disse Ferreira em Nova York, onde ele compareceu a uma reunião de filantropia.
Questionado se a crescente demanda por energia poderia encorajar a CPFL a conquistar novos mercados no Brasil, Ferreira disse que a empresa poderia "talvez" considerar o Centro-Oeste do país, mas nada além disso".
"Não seria a melhor estratégia", explicou. "Nós precisamos considerar a geografia para estabelecer práticas de colaboração ao longo de nossos negócios".
Ferreira não mencionou nenhum alvo específico de aquisição -"Se você vai atrás de alguém, o acordo fica mais caro", disse-, mas fontes disseram que a CPFL estava considerando adquirir uma participação no endividado Grupo Rede Energia, que controla nove empresas de distribuição de energia em sete Estados do país, alguns tão afastados quanto o Pará.
Uma alternativa à venda seria uma dissolução da empresa, sugeriram analistas. Dois compradores potenciais já desistiram da negociação, citando riscos regulatórios e o alto preço requisitado pelo principal acionista da empresa, disseram fontes.
O preço é outro elemento importante nos planos de aquisição da CPFL, disse Ferreira.
"Precisa fazer sentido economicamente. Nós perdemos a Elektro, que tinha uma geografia espetacular, bem próxima à CPFL, porque o preço não fazia sentido para nós", disse, referindo-se à compra de uma operadora de rede pela espanhola Iberdrola por cerca de 2,4 bilhões de dólares.
Mas muitas empresas de serviços de energia podem estar considerando vender ou realizar fusões com seus negócios quando regras mais rígidas para aumentos tarifários entrarem em vigor neste ano, disse Ferreira. Para algumas empresas, ele previu, EBITDAs poderiam sofrer quedas de 20 por cento a 30 por cento como resultado das novas regras.
Na CPFL, o espaço para cortes de custos adicionais está praticamente exaurido, encorajando a empresa a encontrar novas maneiras de compensar uma queda em fluxo de caixa. "É por isso que precisamos ganhar em escala por meio de compras de equipamentos e de pacotes de serviços", disse Ferreira.
A CPFL também planeja aquisições com o fim de expandir seu negócio de geração de energia de sua capacidade atual de 2,8 gigawatts (GW) para 5,0 GW em cinco anos, disse o presidente-executivo.
Fontes de energias renovável como usinas de vento equivalerão a cerca de metade da capacidade produtiva da CPFL, previu.Por Walter Brandimarte Reportagem adicional de Anna Flavia Rochas Copyright Thomson Reuters 2011
Fonte:noticiasr7.28/02/2012
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