Marcas e Empresas
Cresce participação do Private Equity nas operações de fusões e aquisições no País
Educação, hotéis e restaurantes, seguros, imobiliário e shopping centers são alguns dos setores que tiveram a participação de PE.
A participação do Private Equity nas operações de fusões e aquisições tem crescido de forma expressiva no País. Das 817 transações de compra e venda de empresas registradas em 2011, 115 tiveram algum tipo de influência de Private Equity ou das empresas nas quais investiram. Os dados são da KPMG e foram apresentados durante o Congresso ABVCAP 2012, o maior evento da América Latina do setor promovido pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), que aconteceu nos dias 16 e 17 de abril, em São Paulo.
Luis Motta, sócio da área de M&A (Merger & Acquisiton) da KPMG, foi um dos debatedores do painel sobre desinvestimentos e IPOs no Brasil, que contou com a participação de Marcelo Maziero, conselheiro da ABVCAP e diretor executivo de produtos e clientes da BM&FBovespa; Daniel Kalansky, sócio do Motta, Fernandes Rocha Advogados, e Roberto Barbuti, diretor executivo de Investment banking do Bank of America.
Segundo Motta, os principais setores onde operações de M&A tiveram a participação do Private Equity foram os de educação – quase todas as empresas deste setor receberam investimentos do setor -, hotéis e restaurantes, seguros, imobiliário e shopping centers. E as perspectivas se mantém positivas: “Há muitos investidores vindo para o Brasil, e esperamos que 2012 seja um dos dois melhores anos em fusões e aquisições no Brasil”, acrescentou o sócio da KPMG.
O Private Equity deve manter sua presença expressiva nessas transações. “Há muitos fundos estrangeiros querendo comprar a participação que os fundos aqui instalados detêm em empresas”, observou Daniel Kalansky, do Motta, Fernandes Rocha Advogados.
A opção de vender sua participação nas companhias investidas, para outros fundos ou empresas, por meio de operações de M&A, tem sido um caminho para o desinvestimento dos fundos de Private Equity, no momento em que a volatilidade da bolsa e a situação conjuntural prejudicaram as condições para a realização de IPOs e tornaram esta via de desinvestimento mais arriscada.
Mas mesmo a perspectiva de IPOs deve melhorar, segundo se destacou no Congresso ABVCAP 2012. “Somos muito otimistas, e vemos muito movimento de empresas menores vindo para o Bovespa Mais, e devemos chegar a cinco companhias listadas este ano”, afirmou Marcelo Maziero, conselheiro da ABVCAP e diretor da BM&FBovespa.
Olhando as empresas como um todo, Maziero observa que o mercado está esperando um grande caso de sucesso, abrindo a fila para companhias que querem desinvestir ou se preparar para o crescimento do Brasil. “Em 2011, tivemos R$ 6 bilhões de empresas indo ao mercado, seja para captação primaria ou secundária, o que representou cerca de 20% em captação no ano. Isto também é um movimento de Private Equity”, afirmou.
Contudo, o ideal é ter IPOs de empresas menores, migrando do ticket médio de R$ 500 milhões a R$ 700 milhões, para que mais gente possa capturar as oportunidades que vão aparecer.
O diretor de Investment Banking do Bank of America, Roberto Barbuti, lembrou que o segundo semestre de 2011 permaneceu praticamente parado em IPOs como reflexo dos fundos dedicados para América Latina terem sofrido uma retirada de recursos – o equivalente a US$ 7,8 bilhões. Mas destacou que, apesar dos alocadores globais estarem investindo pouco em ações, o apetite para emergentes continua a subir. E o Brasil e a China são as preferências dos investidores globais, e nesse cenário, várias oportunidades deverão surgir.
Promovido pela ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital), o Congresso ABVCAP 2012 reuniu cerca de 600 participantes do Brasil e exterior, incluindo gestores, investidores, instituições e associações do setor, prestadores de serviços, entre outros segmentos. O evento, considerado o maior do setor na América Latina, apresentou palestras e debates sobre os investimentos dos fundos de Private Equity, como o cenário nacional e internacional, os avanços no ambiente regulatório, a participação crescente dos investidores institucionais, a perspectiva de captação de recursos estrangeiros, a visão dos investidores internacionais, os setores que mais atraem interesse, bem como o cenário de investimentos e de IPOs.
Fonte:revistafator 24/04/2012
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