Marcas e Empresas
DPSP cresce com 'integração light'
Segunda maior rede de farmácias do país, a Drogarias Pacheco São Paulo (DPSP) enfrenta um processo de união parcial de seus ativos, numa "integração light", como tem sido chamado por fontes próximas à rede.
A prioridade é turbinar o crescimento, fazer a nova empresa ganhar musculatura e, em paralelo, tocar as ações do plano de integração - que não foi finalizado até o momento, três anos após anunciada a fusão das varejistas.
Essa linha deve nortear a estratégia de 2014, como apurou o Valor nos últimos dias com fornecedores e executivos ligados à empresa. Procurada, a companhia comandada pelas famílias Carvalho, da Drogaria São Paulo, e Barata, da Pacheco, não se pronunciou até o fechamento desta edição.
Há informações no mercado de que esse forte crescimento da DPSP - a receita líquida subiu 14%, para R$ 5,47 bilhões em 2013, lucro cresceu 24% para R$ 186,6 milhões e 100 farmácias foram abertas no ano passado - tenha atraído o interesse da americana CVS no negócio. O comando da CVS já teria sondado a companhia neste ano para verificar o potencial para uma parceria. A CVS e a DPSP negam rumores de mercado.
Internamente, a DPSP tomou medidas para avançar em algumas áreas o processo de integração das redes. O Valor apurou que a integração caminha de forma mais lenta do que na rival Raia Drogasil - ambas fusões anunciadas no mesmo mês, em agosto de 2011. As lojas não estão operando sob mesmo número de CNPJ e os centros de distribuição, que fazem parte do projeto de integração logística, ainda não estão se comunicam completamente. A rede soma pouco mais de 800 lojas.
O consumidor que mora na cidade de São Paulo e compra pelo site de venda on-line da Pacheco, por exemplo, recebe o produto do centro de distribuição da empresa no Rio de Janeiro, no prazo de 4 a 5 dias. Não consegue, portanto, usar da estrutura dos centros de armazenagem da Drogaria São Paulo espalhados pelo Estado, com prazo de entrega de até dois dias.
No entanto, fontes a par do assunto contam que áreas como o centro de serviços compartilhados (que engloba a compra de materias de escritório para as duas redes, por exemplo) está operando de forma integrada. E as duas empresas começaram a trabalhar sob o mesmo sistema de gestão - que reúne de forma conjunta as informações das áreas de recursos humanos, contabilidade, finanças, entre outras áreas das redes.
Na análise de um ex-executivo de uma das redes, existiria o que internamente se chama de "um namoro com união estável". "Um gosta do outro, dividem algumas contas e passam o dia juntos. Mas no fim do dia, cada um vai para sua casa", diz a fonte. "Não há muita pressa em terminar essa integração. Eles querem é crescer logo".
Redes com culturas diferentes - para ficar sob um aspecto, a Drogaria São Paulo sempre teve projeto de crescimento mais agressivo que a Pacheco - as empresas tiveram que pensar juntas uma nova estratégia de crescimento. E reforçaram o processo de expansão orgânica há um ano. A empresa decidiu usar a bandeira Pacheco para entrar, nos últimos meses, em dois novos Estados: Paraná (na cidade de Maringá) e Goiás (em Goiânia).
Quando se juntaram, em agosto de 2011, somavam 710 pontos. Após quase dois anos e meio, em dezembro de 2013, tinham 803 lojas, sendo que boa parte das aberturas aconteceu ao longo do ano passado.
Foram R$ 100 milhões investidos na abertura de 100 pontos (média de R$ 1 milhão por drogaria), apurou o Valor. Apenas a Raia Drogasil abriu mais unidades (131) no país em 2013.
Ainda no ano passado, 70 pontos da DPSP foram reformados, segundo o relatório de resultados de 2013. O centro de distribuição em Contagem (MG) teve a capacidade duplicada e um novo centro está sendo construído em Osasco (SP), que vai atender as duas redes. Fonte: Valor Econômico Autor: Adriana Mattos | leia mais em tudofarma 21/05/2014
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