Droga Raia e Drogasil negociam fusão para liderar setor de farmácias no País
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Droga Raia e Drogasil negociam fusão para liderar setor de farmácias no País


Um ano após a Drogaria São Paulo comprar a rede Drogão, consolidação do setor de farmácias no País vive mais um capítulo: juntas, as duas redes paulistas vão ter um faturamento de aproximadamente R$ 4 bilhões e contabilizar mais de 700 unidades no Brasil

As redes Droga Raia e Drogasil negociam a fusão de suas operações, formando a maior empresa do setor de farmácias no País, ultrapassando a gigante formada pela união da Drogaria São Paulo com a Drogão, há pouco mais de um ano. As redes devem unir suas operações para criar uma gigante de cerca de R$ 4 bilhões de faturamento anual. As duas empresas confirmaram as negociações em fato relevante.

Ontem, na esteira dos até então rumores sobre as negociações, as ações das companhias - ambas listadas na BM&F Bovespa - tiveram forte alta no pregão. Os papéis da Drogasil avançaram 10,32%, fechando a R$ 11,86. Já as ações da Droga Raia tiveram valorização de 5,26%, terminando o dia a R$ 28.

Segundo a consultoria internacional Euromonitor, Drogasil e Droga Raia, juntas, ficariam com uma fatia de 9,5% do mercado brasileiro, que movimentou quase R$ 43 bilhões no ano passado. Isso daria à nova empresa uma larga vantagem sobre a atual primeira colocada, a Drogaria São Paulo, que tem faturamento de mais de R$ 2 bilhões, segundo informações de mercado.

No fato relevante, as duas empresas dizem apenas que vêm estudando alternativas de estrutura para a operação, bem como negociando um acordo de associação, para regular seus termos e condições. Além disso, os controladores negociam um acordo de acionistas. A Drogasil é assessorada pelo Goldman Sachs e a Droga Raia, pelo Itaú BBA. "A associação está sujeita à conclusão bem-sucedida das tratativas ora em curso entre as duas companhias e tais acionistas", diz o documento conjunto.

Na opinião do diretor-geral da consultoria Alvarez & Marsal no Brasil, Marcelo Gomes, a associação das duas empresas faz sentido do ponto de vista operacional. "As lojas têm perfil parecido, de padrão médio, e com área relativamente grande", explica o consultor.

Do ponto de vista de estruturação do novo negócio, afirma Gomes, a incógnita é quem será a marca "mandante" após a fusão, uma vez que as duas empresas hoje faturam cerca de R$ 2 bilhões, com pequena vantagem para a Droga Raia. Além disso, as varejistas costuram o acordo de pontos de vista societários diferentes: enquanto as decisões na Drogasil são mais concentradas, a Droga Raia já tem os fundos de participações Pragma e Gávea como sócios.

Segundo estimativas, existem hoje cerca de 60 mil estabelecimentos do gênero em funcionamento no Brasil - existe, portanto, bom espaço para consolidação. "Independente de como a estruturação do negócio seja feita, a operação faz sentido na lógica atual do varejo brasileiro", diz o diretor da Alvarez & Marsal. "As margens estão apertadas, e a consolidação é o caminho mais viável", resume Gomes.
Concentração. Caso a fusão realmente ocorra, as duas empresas também assumem a liderança no País em quantidade de lojas: serão cerca de 700 pontos de venda em Estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.

Porém, a maior parte das unidades está concentrada em São Paulo, onde as duas bandeiras somam cerca de 480 lojas. De acordo com analistas, essa concentração pode se tornar uma "blindagem" contra a entrada de concorrentes em território paulista. As conversas entre Drogasil e Raia ocorrem justamente no momento em que a cearense Pague Menos planeja abrir o capital e se fortalecer no Sudeste - hoje, a maior parte dos negócios da rede se concentra no Nordeste.

Como é de praxe em fusões e aquisições, caso o negócio venha a ser concretizado, terá de ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão de defesa da concorrência no País.

Setor está em consolidação


Há um ano, duas transações movimentaram o mercado de farmácias no Brasil.
A primeira e maior delas foi a compra da rede Drogão pela Drogaria São Paulo, que voltou ao topo do ranking do setor, com faturamento de mais de R$ 2 bilhões.
Em seguida, a Brazil Pharma, holding do banco BTG Pactual, anunciou a compra de metade da rede de farmácias Rosário Distrital, maior do setor no Centro-Oeste.
Com a aquisição, a Brazil Pharma passou a reunir 510 lojas, com receita estimada de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão. Em setembro de 2009, o BTG comprou 100% da rede franqueadora Farmais e, em maio de 2010, 75% da Farmácia dos Pobres, com 32 lojas, no Nordeste
Fonte:OEstadodeSP27/07/2011



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