Eike Batista acerta venda de metade de sua participação na MPX por R$ 1,8 bi
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Eike Batista acerta venda de metade de sua participação na MPX por R$ 1,8 bi


Empresa alemã E.ON terá 35% do capital da MPX, na primeira grande operação para tentar melhorar a situação financeira do grupo EBX

 Os executivos da empresa alemã E.ON fecharam, ontem à tarde, no Rio de Janeiro, os termos finais do acordo para comprar uma fatia maior da MPX, braço de energia do grupo de Eike Batista. Segundo fontes próximas ao negócio, os alemães vão desembolsar R$ 1,8 bilhão por metade das ações de Eike - que representam cerca de 27% do capital da MPX.

 A conversa com os alemães já dura mais de um mês e faz parte de uma reação de Eike à crise que suas empresas vêm enfrentando desde o ano passado. Nos últimos 12 meses, as cinco companhias "X" listadas na bolsa brasileira perderam R$ 54 bilhões em valor de mercado. Sob pressão, Eike firmou um acordo com o banco BTG Pactual de André Esteves, que há uma semana passou a prestar "consultoria" para o grupo EBX - a holding de Eike. A entrada do banco teria acelerado a negociação com os alemães, que estava emperrada.

 Um dos pontos que travaram a transação foi o fato de que, ao aumentar a participação na MPX, os alemães teriam de assumir no balanço da matriz a dívida da empresa brasileira, que em 2012 foi de R$ 6 bilhões. Para resolver o impasse, os bancos que estão assessorando a operação (Goldman Sachs, do lado dos alemães; Bradesco BBI, Itaú BBA e XP Investimentos, do lado de Eike) chegaram a uma solução complexa.

 Logo após a venda de 27% das ações à E.ON, a MPX fará um aumento de capital, que deve ser bancado pelo próprio BTG e pelo BNDESPar, que já tem 10% da MPX. Com isso, a empresa alemã terá a participação reduzida, para menos de 35% do capital da MPX, e se verá livre de consolidar a dívida bilionária em seu balanço. "Eike vai ganhar duas vezes", diz uma fonte a par do negócio. "Além de embolsar R$ 1,8 bilhão, ele se beneficiará da valorização dos papéis da MPX após a entrada dos alemães, já que continuará como minoritária."

 Toda essa operação será realizada em pelo menos três etapas e deve levar um mês e meio para ser concluída. A primeira, verbal, foi encerrada ontem. O executivo financeiro da E.ON, Marcus Schenck, estava no Brasil desde quarta-feira para tratar do assunto com Eike e Esteves.

 Na semana que vem, uma equipe de executivos da E.ON deve desembarcar no País para assinar os documentos e fechar o negócio de fato. Após aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), as empresas colocarão em curso a venda das ações e o aumento de capital.

 Há dois dias, Schenck já havia dado sinais de que a E.ON tinha interesse em crescer no Brasil, apesar do temor dos investidores em relação a isso. Ele afirmou que a companhia podia mudar as alianças que mantinha em países emergentes para neutralizar o enfraquecimento dos lucros na Europa. Em 2012, a E.ON adquiriu 10% da MPX por US$ 456,16 milhões. A MPX não quis comentar as informações. Por NAIANA OSCAR,
Fonte: estadao 16/03/2013



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