Empresário mira Bovespa Mais para ampliar negócios
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Empresário mira Bovespa Mais para ampliar negócios


Um consultor de Curitiba, desconhecido nos mercados empresarial e financeiro, é a mais nova esperança para fazer deslanchar o Bovespa Mais, o mercado de acesso da bolsa paulista voltado para pequenas e médias empresas.
 
Alexandre Souza de Azambuja, à frente da holding Templars Trust, já solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registros de companhia aberta para quatro empresas controladas.
 
Além de Intercosmetic, que reúne salões de beleza, Ecoparking, do ramo de estacionamentos, e Play Beverage, de bebidas, nesta semana a Companhia Aurífera do Brasil solicitou registro. Até o fim do mês, o executivo vai lançar mais uma, ligada ao segmento de varejo. Questionado se há outras por vir, Azambuja desconversa. A Templars possui braços para negócios nos segmentos de saúde, serviços, energia, mineração e logística.
 
Azambuja atuou em Curitiba nos últimos anos dando consultoria de alavancagem financeira a empresas e prestando assessoria em operações de compra e venda de companhias, informa.

Com o que alguns consideram uma semelhança com os pensamentos do empresário Eike Batista, que utilizou a bolsa para financiar diversas de suas empresas batizadas com X, Azambuja, sem referências entre os investidores, aparentemente achou um modelo de negócio diferente, que, se for de fato viável, pode fazer decolar o Bovespa Mais.
 
O plano é listar nesse segmento as suas companhias, que assim como as de Eike são pré-operacionais. Uma vez listada, a empresa fará pequenas captações em leilões na bolsa, vendendo fatias acionárias. O ponto é que Azambuja, antes de colocar a empresa no Bovespa Mais, já terá negociado com um investidor que irá comprar essas ações. Dessa forma, elimina um dos principais problemas do mercado de acesso, que é encontrar investidores interessados em aplicar valores pequenos para os padrões de mercado nessas empresas, de pequeno e médio porte.
Resta saber se, daqui para a frente, à medida que as empresas sejam listadas, os projetos terão êxito e os investidores confirmarão sua participação.
 
As captações iniciais serão de valores entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões, por fatias entre 10% e 20% das companhias. O faturamento anual estimado é da ordem de R$ 100 milhões.
 
Os recursos serão tomados para fazer andar planos de negócios específicos. Assim que mostrar a sua capacidade de execução, Azambuja pretende dar o passo seguinte - fazer novas captações, com outro objetivo definido e novos investidores.
"Dessa forma, criaremos um histórico de relacionamento com o mercado", diz. "Quando ele perceber que entregamos o prometido, estaremos prontos para uma nova captação."
 
De seu ponto de vista, iniciar a empresa com a listagem no Bovespa Mais torna mais ágil, inclusive, a negociação com fundos de participações.
 
"As empresas terão o aval da CVM e da BM&FBovespa e os investidores estarão blindados pela Lei das S.As.. Isso pode diminuir os trabalhos de auditoria e análise dos fundos, que podem levar ano. Além disso, o fundo já fica com uma porta de saída, via bolsa, praticamente garantida", diz.
As companhias de Azambuja já nascem com questões de governança equacionadas. Nascem sem transações com partes relacionadas, sem acordo de acionistas, só com ações ordinárias (que dão direito a voto) e com comitês e conselho independentes.
 
Criado em 2005, o Bovespa Mais ainda não emplacou. A única empresa que acessou esse segmento por meio de uma oferta inicial de ações foi a Nutriplant, em 2008. Ela captou R$ 20 milhões, mas revelou ao mercado sucessivos prejuízos. A ação chegou à bolsa valendo R$ 10. Ontem fechou a R$ 2,94. Em setembro, a Desenvix Energias Renováveis se listou no segmento, mas sem oferta.
 
Desde então, a bolsa tem buscado iniciativas para dar fôlego ao projeto, inclusive em parceria com outros agentes de mercado.
Um grupo de corretoras, capitaneado pela Elite Partbank, também quer incentivar as companhias a aderir ao segmento. A Elite não concedeu entrevista, mas o Valor apurou que a ideia é preparar as empresas para a bolsa só que, no momento, o projeto ainda não abrange a busca por investidores. Por Ana Paula Ragazzi
Fonte:Valor17/02/2012



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