Ex-CEO da Xstrata estuda oferta por negócio da Vale
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Ex-CEO da Xstrata estuda oferta por negócio da Vale


Vale: o negócio de níquel da mineradora é avaliado em um valor de US$ 5 bilhões a US$ 7 bilhões

O ex-CEO da Xstrata Plc, Mick Davis, que tornou a Xstrata uma das maiores empresas de mineração do mundo, está considerando uma oferta pelo negócio de níquel da Vale, maior produtora do mundo, de acordo com pessoas com conhecimento da situação.

O veículo de investimento de Davis, a X2 Resources, avaliou o negócio de níquel da Vale em US$ 5 bilhões a US$ 7 bilhões, disseram duas das fontes, que pediram para não serem identificadas porque as negociações são privadas.


Ainda não houve nenhuma negociação formal entre a X2 e a Vale a respeito dos ativos, disseram elas.

A X2 levantou cerca de US$ 4,8 bilhões entre investidores em ações, incluindo a maior trader de matérias-primas da Ásia, a Noble Group Ltd., o fundo de private-equity TPG Capital e fundos soberanos e de pensão, com o objetivo de criar uma empresa mineradora de nível intermediário.

A empresa vem caçando ativos para compra entre as maiores mineradoras do mundo, como Vale, BHP Billiton Ltd. e Anglo American Plc.

A Vale, que também é líder mundial na produção de minério de ferro, já disse que poderá tentar levantar dinheiro vendendo alguns ativos.

Produção de níquel

A empresa com sede no Rio de Janeiro está estudando a venda de uma participação minoritária em sua unidade produtora de metais, avaliada pela empresa em até US$ 35 bilhões, em uma oferta pública inicial, disse o diretor financeiro, Luciano Siani, no dia 2 de dezembro. A unidade engloba o cobre e o níquel.

A X2 Resources preferiu não comentar e a Vale disse que não havia recebido nenhuma oferta, nem mantido conversações com a X2 a respeito de seus ativos de níquel.

A produção de níquel da Vale subirá para 303.000 toneladas neste ano e o cobre tem previsão de subir para 449.000 toneladas, disse a empresa no mês passado. Sua unidade de metais de base é o maior negócio da empresa depois do minério de ferro.

A empresa brasileira produziu 201.400 toneladas de níquel, um metal usado no aço inoxidável, nos nove primeiros meses de 2014, superando a OAO GMK Norilsk Nickel, do bilionário russo Vladimir Potanin, como produtora número 1 do metal.

A produção da Norilsk nesses nove meses caiu 5,6 por cento, para 199.800 toneladas, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Meta de lucros

A divisão de metais de base da Vale está mirando US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões em lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização neste ano, contra US$ 600 milhões em 2012, com a melhora das operações e o aumento da produção.

Desde que venceu a batalha para aquisição da Inco Ltd., em 2006, a empresa enfrentou uma série de contratempos, inclusive greves no Canadá, problemas operacionais em plantas no Brasil e um derramamento de ácido na Nova Caledônia.

A mineradora poderá gerar até US$ 10 bilhões de caixa com os potenciais desinvestimentos, o que incluiria a venda de uma participação minoritária no negócio de metais de base, 15 grandes navios e ativos no ramo de fertilizantes, disse Siani no mês passado.

Davis, 56, nascido na África do Sul, está tentando repetir seu sucesso na Xstrata, onde liderou a equipe de gestão que fez com que a produtora de carvão deixasse de ser uma empresa com uma capitalização de mercado de US$ 500 milhões para se tornar uma companhia avaliada em US$ 50 bilhões após uma década de fusões, aquisições e expansões.

Se a X2 formalizar uma oferta, não será a primeira vez que Davis mira grandes ativos do setor de níquel. Como CEO da Xstrata, ele concluiu uma aquisição hostil de US$ 18 bilhões da produtora de níquel canadense Falconbridge Ltd. em 2006.

A Falconbridge e a Inco eram duas das maiores mineradoras do Canadá na época, com áreas de mineração adjacentes em Ontário.

A Vale comprou a Inco em um negócio de US$ 18,2 bilhões. A aquisição foi liderada pelo atual CEO, Murilo Ferreira, que na época era chefe de metais de base da empresa. Firat Kayakiran, da Bloomberg  Dinesh Nair e Jesse Riseborough, da Bloomberg | Leia mais em Exame 14/01/2015



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