Família Klein cria holding para organizar negócios
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Família Klein cria holding para organizar negócios


Um ano depois da assinatura final do acordo de união com o Ponto Frio, do Grupo Pão de Açúcar, a família Klein, fundadora da Casas Bahia, tem feito, discretamente, uma série de investimentos que deixam claro o plano de expansão dos negócios da família no país.

Dias atrás, uma holding foi criada pelos Klein, a Capital Brasileiro de Empreendimentos e Participações (CBEP), que passará a reunir as empresas criadas por Samuel Klein e o filho Michael Klein nos últimos 59 anos. A empresa de segurança Habile e os negócios da Casas Bahia Comercial Ltda (que não fizeram parte do acordo com o GPA) passam a ficar dentro da holding. Além de Samuel e Michael, o filho deste, Raphael também é sócio na holding.

O principal negócio da família se dará na área imobiliária, com foco em operações de logística para apoiar varejistas. Michael Klein está comandando compras de terrenos e construção de centros de distribuição, mas há também no portfólio prédios e lojas alugados a terceiros.

O valor patrimonial dessa carteira de imóveis dos Klein soma hoje cerca de R$ 2,4 bilhões e há mais de R$ 1 bilhão em caixa para investimentos na área. "Estamos comprando terrenos de até meio milhão de metros quadrados, construindo espaços e alugando para terceiros", disse Michael Klein ontem ao Valor. " A ideia é estar nas regiões mais estratégicas do país, com espaços em polos logísticos em fase de crescimento".

Já foram desembolsados neste ano quase R$ 360 milhões na compra de novos terrenos e prédios nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Dessa soma total, R$ 150 milhões foram aplicados neste ano na aquisição de um terreno de meio milhão de metros quadrados e na construção de um centro de distribuição de 140 mil metros quadrados em Arujá (SP). Metade desse espaço deve ser alugado para a Globex, empresa que reúne as operações de Ponto Frio e Casas Bahia e o braço eletrônico da rede Extra.

Outro terreno em Betim (MG), de 110 mil metros quadrados, também comprado meses atrás, terá 70 mil metros alugados para a Globex. "Em Arujá e Betim, sobram 110 mil metros quadrados de área para novos aluguéis", conta ele.

Outros R$ 20 milhões devem ser aplicados, em breve, na compra de um terreno em Brasília. Novas áreas, no Ceará e em Pernambuco, também estão no radar. Dois terrenos deve ser adquiridos nas regiões do Porto de Suape (PE) e do Porto de Pecém, a 60 quilômetros de Fortaleza, no começo de 2012. "O varejo, em especial as operações de comércio online, estão crescendo muito no país", diz o empresário.

Ainda fazem parte da unidade de negócios imobiliários da holding da família Klein os contratos de aluguel de 300 lojas para a Globex. Esse acordo rende R$ 140 milhões ao ano para os Klein, segundo contrato fechado entre o Grupo Pão de Açúcar e a família. Em julho de 2010 as partes assinaram acordo de união das duas redes varejistas, com a criação da Globex. Ficou acertado que, da nova empresa, os Klein teriam 47% e o GPA, 53%.

O aluguel de prédios para estatais, bancos privados e empresas também engordam a carteira de ativos, num total de mais de 100 terrenos. Foram investidos, por exemplo, R$ 42 milhões na aquisição neste ano de um prédio de 16 andares, alugado para a Petrobras na cidade de Salvador (BA).

Uma equipe foi montada para gerir a nova estrutura na holding. Jorge Yokoyama (diretor patrimonial), Dilso Domingues (financeiro) e Jones Marciano de Souza (jurídico), que faziam parte da direção da Casas Bahia, são executivos da CBEP. E ainda deve ser contratado um diretor de novos negócios - uma espécie de braço direito de Michael Klein.

Os outros negócios da família estão sendo avaliados. A consultoria brasileira Compass foi contratada há seis meses para estudar o nível de integração das operações da holding e verificar o potencial de crescimento da Habile, que faz a segurança da família. O braço de aviação (dois hangares no Campo de Marte, em São Paulo, quatro aviões e cinco helicópteros) também está sendo avaliado. É provável que essas outras operações cresçam, diz Klein. "Estamos avaliando se é possível, por exemplo, alugar os hangares". Por Adriana Mattos e Cynthia Malta
Fonte:Valor09/11/2011



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