Marcas e Empresas
Farmacêuticas avaliam nova megafusão
Na mais recente investida do mercado farmacêutico e de saúde, a Pfizer anunciou ter contatado a AstraZeneca no final de semana para propor a aquisição do controle da companhia. A proposta feita inclui pagamento em dinheiro e ações da própria Pfizer, que informou ter avaliado a britânica em £ 58,8 bilhões (cerca de R$ 221 bilhões).
Mas a AstraZeneca anunciou ontem que a proposta de tomada de controle "subestimava muito seriamente" a companhia e expressou preocupações sobre a proporção elevada de ações a serem recebidas em pagamento em eventual aquisição.
O lance é o mais novo round no crescente movimento de fusões e aquisições no setor de saúde. O valor das transações mundiais no setor ultrapassou os US$ 150 bilhões até agora neste ano, segundo dados da Dealogic.
Na semana passada, a Valeant e o investidor ativista Bill Goss se uniram para uma oferta não solicitada de US$ 35 bilhões pela Allergan, fabricante do Botox, enquanto GlaxoSmithKline e Novartis fechavam acordo para uma permuta de ativos de US$ 20 bilhões.
No caso envolvendo a norte-americana fabricante do Viagra e Lipitor e a AstraZeneca, cujas ações subiram 17% depois do anúncio, a avaliação é que qualquer transação seria a maior do setor farmacêutico desde a tomada de controle da Warner-Lambert pela Pfizer, avaliada em US$ 111,8 bilhões e realizada em 2000.
Os analistas mencionam o crescente potencial da AstraZeneca em medicamentos de combate ao câncer de alto valor como um dos principais atrativos para a Pfizer.
O desejo da companhia norte-americana de encontrar um destino eficiente em termos tributários para seus dezenas de bilhões de dólares em reservas de caixa mantidas "offshore" é visto como mais uma motivação.
Em seu comunicado de ontem, a Pfizer anunciou acreditar que seria possível obter sinergias por meio de um uso mais eficiente do capital nas operações das duas empresas e de uma estrutura tributária mais efetiva. Mas há outro aspecto que pode dificultar o negócio: se fechado, o acordo representaria a maior tomada de controle acionário de uma companhia britânica e redespertaria os temores quanto à perda de conhecimento e de investimentos no setor britânico de ciências da vida. Financial Times | Tradução de PAULO MIGLIACCI \ Folha de Sao paulo |Leia mais em tudofarma 29/04/2014
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