Marcas e Empresas
Fundos congelam US$ 11 bi para compra de empresas
Alguns investimentos em participações de empresas estão paralisados no Brasil, à espera de mais definições sobre marcos regulatórios.
Segundo Patrice Etlin, sócio responsável na América Latina da Advent International, um fundo de "private equity" (participação em empresas), há cerca de US$ 11 bilhões para serem investidos em "private equity".
O valor representa um terço do montante disponível para a China e metade da verba para a Índia.
"Existe um compasso de espera, alguns investimentos estão paralisados, aguardando a definição das regras para as concessões em aeroportos e portos. O setor de energia ainda tenta digerir as novas regras", afirma Etlin, que tem cerca de US$ 1,5 bilhão para investir no Brasil.
Segundo ele, pela primeira vez há mais interesse em investimentos de "private equity" na América Latina fora o Brasil do que no Brasil. Mesmo assim, o executivo vê boas oportunidades em empresas de consumo e infraestrutura no país.
IMAGEM ARRANHADA Jansen Moura, analista da BCP Securities, corretora de títulos de dívida de empresas de países emergentes, afirma que dois calotes de empresas brasileiras em bônus emitidos no exterior neste ano (Celpa e Cruzeiro do Sul) e a revisão de projeções da OGX, de Eike Batista, assustaram os investidores.
A Celpa entrou em recuperação judicial neste ano, e os detentores de US$ 250 milhões em títulos podem receber menos de 20% do valor de face dos papéis.
O Banco Cruzeiro do Sul, que teve sua liquidação decretada em setembro, deixou US$ 3,3 bilhões em dívida no exterior. Pouco desse montante deve ser recuperado pelos investidores.
"Além disso, houve intervenções do governo nos setores elétrico e bancário, que geram incerteza", diz Moura.
Na visão de analistas, empresas brasileiras com classificação de risco maior podem ter dificuldades para fazer emissões externas nos próximos meses.
Fonte: Folha de São Paulo 14/10/2012
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