Marcas e Empresas
Fusões e aquisições ganham força no Brasil no 3o tri apesar de eleições
As fusões e aquisições ganharam força no terceiro trimestre no Brasil apesar do aumento dos riscos econômicos e políticos, enquanto companhias estrangeiras e empresas de private equity buscam ativos para aproveitar o potencial de longo prazo do país.
Companhias anunciaram acordos avaliados em 23,26 bilhões de dólares no Brasil entre 1º de julho e 30 de setembro, alta de 76 por cento na comparação com os 13,23 bilhões de dólares no trimestre anterior, segundo dados preliminares da Thomson Reuters sobre fusões e aquisições divulgados na quarta-feira. Cerca de 136 acordos foram anunciados durante o terceiro trimestre, acima dos 120 dos três meses anteriores.
A alta dos acordos ocorre enquanto a tensão aumenta antes da mais imprevisível eleição presidencial em 12 anos. As especulações do mês passado segundo as quais a presidente Dilma Rousseff poderia perder para candidatos mais próximos do mercado levou a uma alta da bolsa que foi invertida quando ela superou rivais nos últimos dias.
Compradores estratégicos deixaram a cautela de lado e aumentaram sua exposição ao Brasil para adquirir um ativo específico ou surfar em uma economia com ampla base de consumidores. Empresas como GP Investments e fundos soberanos internacionais como o de Singapura GIC ficaram à espreita, de olho em alvos de setores como turismo e educação.
"Todos os players, locais e estrangeiros, estratégicos ou financeiros, sabem que o Brasil faz sentido para seus planos de negócio", disse Fernando Iunes, diretor do banco de investimento Itaú BBA.
A crescente atividade em acordos de grande complexidade como separações de unidades, saída da bolsa e reestruturação de dívidas levou o Credit Suisse e o Itaú BBA à liderança dos rankings em termos de valor e número de acordos, respectivamente. Fontes da indústria financeira esperam mais anúncios assim que o barulho relacionado à eleição parar.
No entanto, o fluxo de acordos no acumulado do ano, sob impacto da recessão, da redução da confiança e das incertezas políticas, que atrasaram a conclusão de alguns negócios. O número de transações caiu para 375, de 452 um ano antes, apesar do volume financeiro ter subido 46 por cento, para 50,24 bilhões de dólares, segundo o levantamento.
O Rothschild ficou em primeiro em termos de volume financeiro nos primeiros nove meses, depois de atuar em 13 acordos avaliados em 23,26 bilhões de dólares, como a compra da operadora de banda larga GVT pela Telefónica, por 9,83 bilhões de dólares, e dos ativos de laticínios da BRF pela Lactalis, por 233 milhões de dólares.
Devido a razões técnicas, o Itaú BBA só receberá em outubro crédito por seu papel como assessor da operação Telefónica-GVT, a maior operação de fusão e aquisição deste ano.
Quatro anos de estagnação econômica e desvalorização da moeda estão derrubando o preço dos ativos, elevando o apelo de alvos de aquisição e fazendo as ofertas convergirem.
"As bem sucedidas conclusões de acordos que vimos recentemente indicam que a diferença de preços vai cair ainda mais", disse Luiz Muniz, diretor de América Latina do banco de investimento Rothschild. (Por Guillermo Parra-Bernal)Reuters Leia mais em Uol 02/10/2014
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