Geloso compra concorrente e planeja diversificar atuação
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Geloso compra concorrente e planeja diversificar atuação


A Geloso, uma das maiores fabricantes de gelo de Minas Gerais, vai se transformar em marca de água mineral e sorvete. A família Miranda, dos irmãos Marco Túlio e Antônio César, dona da empresa, vendeu 50% das cotas da companhia para o empresário Júlio Neves, cuja família é dona de supermercados em Minas. A operação, de US$ 30 milhões, mudará, dizem os sócios, os rumos da Geloso que, desde sua fundação, em 1972, se dedica só à fabricação de gelo.

 A maior parte de sua produção atual é a do chamado gelo escama, vendido, por exemplo, para pesqueiros e - o que é comum no setor - para a construção civil. Grandes empreiteiras utilizam o gelo para conseguir um concreto com secagem mais rápida e com melhor acabamento. A parte menor da produção é de gelo em cubo, vendido para supermercados e lojas de conveniência.

 A entrada de Neves no negócio foi antecedida por outro movimento dos Miranda. Eles adquiriram 100% do principal concorrente no mercado de gelo no Estado, a Gelótimo. A produção atual da Geloso, cuja maior fábrica fica em Belo Horizonte, supera as 600 toneladas por dia. A produção da Gelótimo, sediada no município de Santa Luzia, é de 160 toneladas. A Geloso tem outras quatro fábricas: em Brasília, Serra (ES), Salvador e Niterói.

 Marco Túlio não revela o valor da aquisição da concorrente. Diz apenas que parte foi feita com troca de ativos, parte em dinheiro. Para reunir as duas unidades de Minas, a Geloso terá nova sede, na cidade de Sarzedo, próximo à capital mineira. O imóvel já está pronto para receber o maquinário, segundo o empresário. "A compra da Gelótimo foi uma estratégia de mercado", diz. Embora ainda faltem alguns passos, a operação foi toda ela rápida e simples, segundo o advogado Leonardo Guimarães, do escritório Guimarães e Vieira de Mello, que atua na estruturação da compra da Gelótimo. A compra foi fechada no fim de abril.

 "Pouco depois de as negociações começarem com a Gelótimo, Júlio Neves me propôs sociedade", continua Miranda. Tudo isso no último mês e meio. Neves é dono de uma distribuidora de têxteis, a Hipermix, em Santa Catarina. Quando sentou-se com os irmãos Miranda se convenceu de que a Geloso poderia usar a marca num mix mais variado de produtos e que poderia se tornar uma empresa mais rentável. Ele terá 50% da Geloso - já considerando a compra da Gelótimo.

 A aquisição da Gelótimo foi encarada como crucial para o que ele e os Miranda pretendem fazer da empresa a partir de agora. "Vamos agregar valor à marca Geloso, que já é muito conhecida. Nos próximos meses teremos sorvetes de massa, picolés e o Gelosinho, um sorvete embalado em saquinhos compridos."

 "Teremos também uma marca de água com a marca Geloso que deve chegar ao mercado ainda neste trimestre", diz Neves. Será um produto apenas para o mercado mineiro.

 O novo sócio faz planos. Diz que com a aquisição da Gelótimo, a Geloso já é a maior empresa de gelo de Minas Gerais. "Nossa intenção é brigar pelo mercado de água, de gelo, de sorvete e de picolé no mercado nacional e também no Mercosul."

 "Hoje minha família tem 238 lojas de supermercados em Minas Gerais e no Espírito Santo e a gente conhece a demanda existente". Nos próximos dois anos, se os planos de expansão e diversificação saírem com o planejado, a Geloso, terá um faturamento de US$ 50 milhões, algo como 65% maior do que registrado atualmente, estima ele.

 A empresa de 1972 foi comprada logo após o início das operações por Antônio César Pires de Miranda, pai de Marco Túlio e de Antônio César Pires de Miranda Júnior, os irmãos que comandam o negócio. Segundo Marco Túlio, com a nova fábrica em Sarzedo, a Geloso não apenas iniciará a produção de outros itens, mas também aumentará a produção de gelo para atender com mais folga os picos de demanda. A capacidade de armazenamento da nova unidade que hoje é de 500 toneladas será triplicada.

 São Paulo continuará de fora dos planos da Geloso, diz Marco Túlio. Seus mercados seguem sendo onde estão suas fábricas. Por Marcos de Moura e Souza - Valor Econômico
Fonte: interjornal 13/05/2013



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