Marcas e Empresas
Gigante americana de private equity chega ao país
O mercado brasileiro de fundos de private equity - que investem na compra de participações em empresas - acaba de atrair mais uma gigante internacional. Com quase de US$ 110 bilhões em ativos sob administração e consultoria para clientes, a americana Hamilton Lane inaugura nesta quinta-feira um escritório no país.
A empresa - que investe no setor adquirindo cotas de outros gestores ou realizando coinvestimentos - contratou os executivos Ricardo Fernandez Junior e Filipe Caldas, que estavam na concorrente Capital Dynamics, para tocar a unidade brasileira, que terá sede no Rio de Janeiro.
"Com o crescimento do mercado brasileiro e as perspectivas positivas para a economia, achamos que era a hora de ter profissionais dentro do país em busca de oportunidades", afirmou o presidente da Hamilton Lane, Mario Giannini, em entrevista ao Valor.
Com 20 anos de atuação no setor de private equity, a gestora já alocou aproximadamente US$ 1,2 bilhão em fundos dedicados à América Latina, dentre os quais US$ 500 milhões no país. Por questões de confidencialidade, ele não revela quais gestores locais já receberam aportes, mas diz que possui clientes entre os cotistas de fundos do Pátria Investimentos.
Segundo o executivo, não há uma meta para aportes, mas a expectativa natural é de que o volume de recursos aumente a partir do início das operações no país. "Existe um grande interesse de nossos clientes internacionais em investir no Brasil, que se tornou um dos principais destinos de recursos de private equity."
Do total de ativos sob a supervisão da Hamilton Lane, US$ 16 bilhões são administrados diretamente pela gestora e outros US$ 93 bilhões são de clientes que investem em private equity a partir do trabalho de consultoria e supervisão realizado pela companhia. Entre eles, estão fundos soberanos de países como a China e fundações como a Calpers, dos funcionários públicos da Califórnia, além de "family offices". "Metade dos recursos que administramos hoje vem de fora dos Estados Unidos", diz Giannini.
O Brasil abrigará o 11º escritório da Hamilton Lane, que busca oportunidades em duas principais frentes: no aporte em empresas que possam crescer a partir de aquisições e na perspectiva de crescimento do consumo interno. A empresa também avalia, embora com mais cautela, as oportunidades em fundos que pretendem obter ganhos com o desenvolvimento da cadeia de óleo e gás com a exploração das áreas do pré-sal.
O executivo engrossa o coro dos gestores que consideram o país caro, tanto por causa da apreciação do real como do grande fluxo de investimentos recebidos nos últimos anos. Essa visão, no entanto, não o desanima. "Em um horizonte de cinco, dez ou até quinze anos, todos os mercados passam por períodos de alta e de baixa", diz, ao lembrar que o país hoje está mais barato do que há apenas três meses.
Giannini destaca que alguns dos melhores negócios de fundos de private equity foram considerados caros na época em que foram realizados. "Boas empresas dificilmente são vendidas por preços baixos."
Fonte valoreconomico08-09-2011
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