Groupon coloca sites de compra coletiva em debate
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Groupon coloca sites de compra coletiva em debate


Consultoria criticou abertura de capital da empresa americana, que afirmou ter crescimento "artificial"

Pesquisa aponta que, no Brasil, 6,8 milhões de pessoas visitaram os sites dos concorrentes locais no mês de março

Na primeira semana de junho, o site de compras coletivas Groupon, criado há dois anos e meio em Chicago e maior no mundo, se registrou para lançar ações em Wall Street, iniciando o processo de abertura de capital.
Imediatamente, empresa e seu modelo de negócios passaram a ser questionados.

A consultoria Forrester Research postou análise criticando seu crescimento "artificial" e dizendo que o lançamento tenta achar "um bobo que acredite". E a Universidade Rice, do Texas, publicou estudo do setor, com indicadores desfavoráveis de fidelidade e lucro.
Do Brasil, onde o pioneiro Peixe Urbano foi criado há um ano, mas já tem quase 2.000 concorrentes, as maiores empresas marcam distância dos questionamentos ao modelo de negócios nos EUA. Florian Otto, presidente do Groupon no Brasil, afirmou não poder responder.
Henrique Iwamoto, do espanhol Groupalia, circunscreveu o problema aos EUA, onde "talvez a rede de serviços ou a concorrência" tenha afetado os resultados. "A perspectiva no Brasil e nos outros mercados é muito boa", afirmou.
Julio Vasconcellos, do Peixe Urbano, contrapôs que, "no longo prazo, o traba- lho de qualidade acaba fidelizando".

MULTIDÃO
A questão no Brasil, no momento, é o excesso de empresas lançadas para oferecer o mesmo serviço -descontos para compras em grupo. Só em São Paulo, são mil competidores. "A gente vai viver uma mortandade", prevê Henrique Iwamoto.
"É rápido lançar, mas crescer, não", avisa Vasconcellos, que diz não ver problema na concorrência.
"Ela ajuda a educar o consumidor, amplia o mercado." Otto também afirma que "o mercado no Brasil está bem representado pelos "players" atuais".
Segundo pesquisa comScore divulgada há duas semanas, 6,8 milhões ou 16,1% dos usuários de internet no país visitaram os sites de compras coletivas em março.
O incentivo do rápido crescimento levou à capitalização do Peixe Urbano pelos fundos americanos Tiger Global, General Atlantic e Benchmark e até pelo apresentador Luciano Huck (leia na pág. B9).

Questionado sobre a resistência de sites brasileiros como Peixe Urbano e ClickOn, apesar da entrada de concorrentes como Groupon ou Groupalia, Vasconcellos afirma que "o brasileiro não tem o gosto do americano" e requer "produto para brasileiro, customizado".

Por outro lado, os brasileiros já avançam pela América Latina.
O ClickOn já se estabeleceu na Argentina e no México, e o Peixe Urbano acaba de estrear na Argentina

Fonte: FolhaSP 19/06/2011



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