Gulf deixa bloco de controle da Brasil Insurance
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Gulf deixa bloco de controle da Brasil Insurance


O fundo de investimentos Gulf não faz mais parte do acordo de acionistas da holding de corretoras de seguros Brasil Insurance.

 Segundo comunicado enviado há pouco à Comissão de Valores Mobiliários, Ney Prado Junior, do Gulf, renunciou ao cargo de presidente do conselho.

 O Gulf participou do processo de abertura de capital da Brasil Insurance, que passou a ser negociada em bolsa em outubro de 2010.

 De acordo com a última informação disponibilizada pela companhia, o Gulf detinha 5,3% do capital da Brasil Insurance. Segundo acordo de investimento firmado entre o fundo e a companhia, o Gulf tem de manter 850 mil ações até novembro de 2015. Esse valor representa 0,4%.

 A empresa tem capital disperso em bolsa. O bloco de controle, que era representado pelo Gulf e por diversos outros acionistas pessoa física, tem 40,3% das ações. Cerca de 55% dos papéis da companhia estão em circulação no mercado.

 Segundo informou a companhia em comunicado, o vice-presidente do conselho, Fábio Franchini, assumirá interinamente a presidência do conselho até a assembleia geral ordinária, marcada para o dia 4 de maio. Por Natalia Viri Fonte:Valor24/04/2012

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Conflito entre sócios tira fundo Gulf da BR Insurance

 Uma proposta de alteração no atual modelo de governança da Brasil Insurance gerou desentendimentos entre integrantes do bloco de controle da companhia. O desfecho foi a saída de Ney Prado Júnior, um dos sócios fundadores da holding de seguradoras, da presidência do conselho de administração e do acordo de acionistas.

 Prado faz parte do fundo de investimentos Gulf, que estruturou as operações para a oferta pública de ações da Brasil Insurance, em outubro de 2010. Na época, os sócios Bruno Padilha, atual presidente da BR Insurance, e José Ricardo Brun Fausto, diretor de operações, também estavam no fundo.

 A Brasil Insurance opera no modelo conhecido pelo mercado como "roll-up": adquire pequenas corretoras, dando ações da companhia como parte do pagamento. Por essa característica, é uma companhia de capital disperso e seu bloco de controle inclui cerca de 50 membros signatários do acordo de acionistas, que representam 40,3% do capital total.

 Segundo apurou o Valor, os desentendimentos entre Prado e os demais acionistas do acordo começaram já há algum tempo, mas a gota d'água ocorreu numa reunião dos sócios, no dia 19 de abril, cuja pauta foi a contratação de mais dois conselheiros independentes. Hoje, apenas um dos cinco assentos do conselho é ocupado por um conselheiro não vinculado ao bloco de controle.

 De acordo com a proposta, que seria submetida à assembleia extraordinária de acionistas, os novos membros assumiriam os comitês de remuneração e investimentos, então comandados por Prado. Ele foi o único a não concordar com a alteração.

 Com voto vencido, o presidente do conselho convocou a assembleia de acionistas para apenas para o dia 11 de junho, extrapolando em um mês o prazo habitual de antecedência de apenas 15 dias, recomendado na Lei das S.A.

 A atitude foi repudiada pelos demais sócios. Uma carta enviada pelos conselheiros Fábio Franchini e Marcelo de Andrade Casado à direção da empresa e arquivada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no dia 12 de abril tornou público o desentendimento.

 No documento, os conselheiros afirmam que o adiamento da convocação foi uma "manobra protelatória", que ressaltava a "urgente necessidade de alteração da governança da companhia de modo a adequá-la aos padrões desejados e aos interesses do conjunto dos acionistas". Com isso, o clima com os outros sócios ficou insustentável, forçando a saída de Prado.

 Prado vinha se desfazendo de suas ações da Brasil Insurance desde setembro. A participação inicial na companhia, de 15,6%, já havia passado aos atuais 5,3%. Segundo contrato firmado na abertura de capital, o executivo tem de manter pelo menos 850 mil ações, equivalentes a 0,4% do capital total, até novembro de 2015.

 Procurado, Prado afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que deixou o conselho de administração da Brasil Insurance para "se dedicar a novos projetos". Hoje, o executivo ocupa também a presidência do conselho da Brasil Brokers, holding que opera no mesmo modelo da Brasil Insurance, mas no mercado de corretoras imobiliárias. A presença de Prado no cargo será mantida, ainda de acordo com a assessoria. A Brasil Insurance não atendeu aos pedidos de entrevista de reportagem.

 Em relatório, os analistas do banco Barclays afirmaram que a saída de Prado foi inesperada e prematura, mas pode levar a umas melhoras importantes em termos de governança.

 A Brasil Insurance encerrou 2011 - seu primeiro ano como uma companhia listada - com receita líquida de R$ 145,4 milhões. O lucro no período foi de R$ 106,3 milhões, mais de oito superior aos R$ 13 milhões contabilizados em 2010.
Fonte: Valor 27/04/2012



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