Informalidade do varejo no Brasil recua, mas ainda é alta
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Informalidade do varejo no Brasil recua, mas ainda é alta


Setor brasileiro que mais reduziu informalidade, de 2002 para 2012, foi o comércio, que passou de 54% para 38%

A informalidade no varejo brasileiro diminuiu na última década, mas ainda é significativa. Segundo pesquisa da Mcinsey, encomendada pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), 40% dos varejistas brasileiros ainda são informais – praticam atividades lícitas de formas ilícitas.

Os números são de 2012. Em 2002, eram 55% e, em 1992, 57%. Ainda assim, em países desenvolvidos, o índice de informalidade é de 20%.

"O brasileiro ainda é muito condescendente com a ilegalidade", afirma Marcos Gouvêa da Gouvêa de Souza.

O setor que teve maior sucesso em diminuir a ilegalidade no período foi o de comércio. Se em 2002, 54% dos comerciantes eram informais, em 2012 eram 38%. Já o setor de administração pública teve dificuldades e reduziu apenas 5 pontos percentuais desse índice.

O estudo também mostra que a geração de empregos informais teve queda de 5 pontos percentuais nesse período, passando de 43% a 38%.

A pesquisa ressalta que o principal problema da ilegalidade é a baixa produtividade das empresas informais, o que freia o crescimento da economia, assim como das empresas formais.

Entre 2007 e 2012, os setores farmacêutico e de eletroeletrônicos foram os que mais aumentaram sua produtividade.

Em relação ao lucro das empresas, se em 2004 as empresas informais lucravam três vezes mais que as formais, hoje lucram duas vezes mais.

A substituição tributária, os meios de pagamento eletrônicos, a Nota Fiscal Paulista e o Simples e o MEI (regimes tributários diferenciados) são apontados como medidas que ajudaram na redução da informalidade.

Mas há ressalvas. "Hoje o pequeno empresário fica refém do Simples. Ele não consegue sair, porque é muito caro", afirma Flávio Rocha, presidente do IDV.

A carga tributária, diz, ainda é alta. "O varejo de vestuário está em guerra com a indústria chinesa há tempos, por exemplo. Não há competitividade."

Além disso, o estudo ressalta que o Brasil tem um número setenta vezes maior de processos trabalhistas do que os Estados Unidos. "A arrecadação do varejo cresceu significamente na última década porque era interesse do governo. Mas parece que a questão trabalhista não é. Precisa haver um movimento de reestruturação e simplificação", afirma Gouvêa.

Ainda assim, a expectativa dos varejistas é que haja mais uma "década de ouro" no setor. "Ninguém está pisando no freio. É um sinal para os pessimistas verem que não é hora de desistir do Brasil", conta Rocha. Por Bárbara Libório Leia mais em iG 04/12/2014



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