Marcas e Empresas
Kroton e Anhanguera mudam acordo de fusão
Acionistas da Kroton, que teriam 57,48% da nova empresa, passam a deter 66,5%; negócio precisa ser aprovado pelo Cade
A fusão das instituições de ensino Kroton e Anhanguera, que tentam criar uma das maiores empresas de educação privada do mundo, ganhou novo fôlego ontem, depois de meses sob o risco de não se concretizar. As duas companhias anunciaram uma mudança na relação de troca estabelecida no acordo, reduzindo o valor atribuído à Anhanguera na operação.
As instituições esperam concluir a fusão no fim de junho, depois do julgamento do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que acreditam que ocorrerá entre os dias 14 e 28 de maio.
Para analistas, a medida representa um avanço importante. Restam ainda dúvidas sobre como a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), prevista para as próximas semanas, pode afetar o negócio. A reação de acionistas minoritários também é incerta.
Quando a fusão foi anunciada, em abril do ano passado, as ações estavam divididas de forma que os acionistas da Kroton ficariam com 57,48% da nova companhia e os da Anhanguera, com o restante. Agora, os acionistas da Kroton terão 66,5%.
A mudança veio depois de pelo menos três meses de incertezas. Desde fevereiro, o mercado vem reagindo a informações de que os acionistas da Kroton estavam pressionando por mudanças na relação de troca. Segundo fontes, a Anhanguera estava sendo pressionada para aceitar mudanças depois que o preço das ações da empresa caiu na Bolsa após trimestres de resultados fracos. Enquanto os papéis da Kroton subiram mais de 100% no período, as da Anhanguera avançaram cerca de 25% da véspera do anúncio da proposta de união até o fechamento do último dia 6.
Como a fusão ainda tinha de ser aprovada em Assembleia Geral Extraordinária nas duas companhias, a insatisfação de acionistas da Kroton bastaria para acabar com o negócio.
Na avaliação de analistas, o novo acordo dá mais segurança de que a fusão deve ser aprovada pelos acionistas da Kroton. "O risco de os acionistas da Kroton não aprovarem o negócio é muito baixo agora", afirmaram, em relatório, os analistas do Bank of America Merrill Lynch, Diego Moreno e Thomas Humpert.
Há uma sensação no mercado de que a medida conseguiu acalmar os ânimos de acionistas insatisfeitos, inclusive porque a Kroton obteve autorização para distribuir até 100% de seu lucro em dividendos - um pleito que a Anhanguera não quis atender inicialmente. Por Dayanne Sousa, | Leia mais em estadao.msn 08/05/2014
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