Marcas e Empresas
Margens reduzidas podem levar a fusões e aquisições
Aumento da concorrência e custo de mão de obra comprometem lucratividade da cadeia automotiva
Durante o workshop Operações Automotivas realizado por Automotive Business na segunda-feira, 11, no Milenium Centro de Convenções, o diretor da consultoria Roland Berger, Martin Bodewig, demonstrou que a lucratividade ficará cada vez menor para a cadeia automotiva: “Estão chegando muitas novas montadoras e isso vai afetar as margens”, diz.
“Isso pode levar a fusões e aquisições no setor de autopeças (...) “Incentivos como o Inovar-Auto e o Inovar-Peças podem não ser suficientes”, afirma Bodewig, recordando que o segundo semestre de 2013 aponta para estagnação dos volumes de mercado.
Sobre as dificuldades para a indústria local, Bodewig afirma: “O custo de mão de obra é o que tem o maior impacto (...) Aumenta ano a ano e a produtividade não o acompanha.” Ele reconhece, contudo, que a substituição de trabalhadores pela automação tem suas desvantagens além do alto custo de investimento: “Às vezes o equipamento demora a chegar. E precisa de manutenção com frequência.”
Como forma de garantir margens saudáveis para manter-se na cadeia produtiva, o diretor da Roland Berger acredita que a integração de fornecedores pode ser mais adequada na negociação de preços nas etapas de compra. “É preciso haver excelência em produção e em compras também, não só negociando preços, mas procurando saber se aquilo que está sendo adquirido é mesmo bom, adequado ou permite ajustes.”
Sobre a pressão exercida nas margens, Bodewig diz: “Os compradores querem carros cada vez mais equipados. E a legislação também obriga a novos itens. Ao mesmo tempo existem mais fabricantes, que muitas vezes também trazem novos fornecedores.” O executivo recorda que, além da alta do custo de mão de obra, os preços dos materiais não são competitivos e estão aumentando. Os fatores câmbio e inflação também impactam o setor: “O câmbio ajuda (nas exportações), mas é preciso considerar que as importações estão mais caras.” Mário Curcio
Fonte: automotivebusiness 11/11/2013
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