Marcas e Empresas
Menor apetite por aquisições em países emergentes
Número de transações feitas por mercados maduros caiu 7% e operações de compra e venda entre empresas dos próprios emergentes caíram 20%, segundo KPMG; explicação é receio com cenário europeu O volume de fusões e aquisições envolvendo empresas de mercados emergentes caiu, depois de dois anos de crescimento gradual desde janeiro de 2009, aponta estudo daKPMG, exclusivo para o BRASIL ECONÔMICO.
No segundo semestre de 2011, foram 705 compras feitas por empresas de países desenvolvidos em mercados emergentes, comparadas a 755 nos seis meses anteriores, uma queda da 7%. Não foi via de mão única. As operações feitas por empresas de emergentes em mercados desenvolvidos também caíram. No período, foram 201 transações desse tipo, queda de 6,07% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
De emergente para emergente, a desaceleração foi maior ainda. As transações caíram de 152 para 121 do primeiro para o segundo semestre, baixa de 20%. Os dados compilados pela KPMG não incluem operações domésticas — apenas negócios feitos internacionalmente por empresas comprando a partir de 5% do capital de companhias em economias maduras ou emergentes. A amostra inclui 15 países ou grupos de países desenvolvidos e 13 países ou grupos de países emergentes.
David Simpson, líder global da área de fusões e aquisições da KPMG, responsável pelo estudo, aponta que a redução de negócio reflete um cenário internacional incerto, principalmente por conta da crise de dívida na Europa. Esse cenário, e não uma falta de recursos, causou desconfiança nos agentes, afetando tanto as empresas de emergentes quanto empresas de economias desenvolvidas.
Mas Michael Andrew, presidente do conselho da KPMG International, acredita que há oportunidades para as operações em países emergentes. “Muitos ativos estão com valor reduzido. Aquisição é uma boa estratégia, particularmente em países com forte mercado consumidor, onde a classe média vem aumentando, como o Brasil. Vejo CEOs pensando em ter novos negócios no Brasil, na Índia e na África. Eles não perguntam se devem investir, mas onde. Há uma recomendação de compra nestes mercados”, afirma.
No levantamento, o Brasil aparece em 6º lugar no ranking de número de negócios feitos por mercados desenvolvidos em países emergentes, com um total de 51 transações, contra 73 no período anterior. O país está atrás do Sudeste asiático (126), China (94), Europa Central e Leste Europeu (88), América do Sul excluindo o Brasil (69) e Índia (62).
Quando se trata de negócios entre emergentes, o Brasil também aparece em 6º lugar, com apenas oito operações. Andrew acredita em uma maior diversificação quando se fala de investimentos em mercados de crescimento mais acelerado. “Não apenas os Brics estão crescendo, mas também outros mercados, como Indonésia, México, Coreia do Sul, Taiwan e países do Oriente Médio”, avalia.
Valdo Cestari de Rizzo, sócio do Lobo & de Rizzo Advogados, considera que a menor burocracia e tributação de outros emergentes têm feito com que ganhem maior atenção. “O custo de fazer negócio no Brasil é alto e isso inibe o investidor”, diz.
José Luis de Salles Freire, sócio do Tozzini Freire Advogados, aponta que a alta do dólar pode dar novo fôlego a transações de estrangeiros. Para Rodrigo Pasin, sócio da V2Finance, se o número de operações entre fronteiras diminuiu, o movimento de fusões entre empresas domésticas é intenso no país. “Cerca de 50% da atividade de fusões e aquisições”, diz.
Brasil mira vizinhos latinos País soma nove negócios em países desenvolvidos e oito em emergentes no 2º semestre
Na ponta compradora, o Brasil aparece na 9ª posição entre os emergentes que compraram empresas em países desenvolvidos, com nove aquisições no período. O Sudeste Asiático lidera, com 37 negociações.
Já quando se trata de aquisições em outros mercados emergentes, o Brasil somou oito transações e ficou na 8ª posição. O ranking é liderado pela Rússia, com 31 negócios. Rodrigo Pasin, sócio da V2Finance/Clerks Internacional, acredita que, entre os emergentes, a América Latina seja o alvo principal das empresas brasileiras pela proximidade geográfica. “Agentes brasileiros também não devem descartar países desenvolvidos, como Estados Unidos e Europa, onde companhias estão com valor baixo. Porém, é necessário olhar também pelo lado da demanda. Ainda há riscos.”
Estados Unidos, Inglaterra e Cingapura foram os alvos preferidos das empresas emergentes ao comprar companhias em nações maduras. Leste Europeu, América do Sul e Sudeste asiático ficaram na mira entre emergentes .Por Marília Almeida
Fonte: Brasil Econômico 03/05/2012
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