Marcas e Empresas
MPE assume Sapucaia, a maior usina fluminense
Frederico Paes, presidente da Coagro, (à esquerda), e Renato Abreu, presidente do grupo MPE: acordo de arrendamento para operar a usina Sapucaia
As negociações se estenderam por dois anos e meio, período ao longo do qual houve várias disputas judiciais até se chegar a um desfecho favorável ao MPE, grupo com atividades nas áreas de engenharia, montagem e agronegócios. Hoje o presidente do grupo, Renato Abreu, anuncia a compra da Usina Sapucaia S.A., maior unidade de produção de açúcar e álcool do Estado do Rio de Janeiro, com capacidade de moer 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.
Situada em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, a usina deverá receber cerca de R$ 70 milhões de investimentos do MPE, via linhas de crédito, para modernizar equipamentos e fazer a renovação de canaviais.
A compra da Usina Sapucaia será feita pela MPE Participações em Agronegócios, uma das empresas do grupo. A usina, que era controlada por capitais familiares, entrou em recuperação judicial em 2010 e nas últimas safras permaneceu fechada. Agora, com o negócio envolvendo o MPE, a expectativa é de que a reabertura da Sapucaia possa criar dois mil empregos em uma primeira fase e contribua para dinamizar o setor sucroalcooleiro na região, que enfrenta série crise.
Abreu disse ao Valor que a proposta de compra da Sapucaia, aprovada dentro do plano de recuperação judicial da usina, inclui o pagamento de R$ 13 milhões em dívidas trabalhistas e a assunção de R$ 200 milhões de débitos com credores. A dívida com os credores será paga em dez anos (incluindo quatro anos de carência), e o MPE acredita que será possível conseguir deságio médio de 50% do débito. As dívidas fiscais ficarão com a "velha" Sapucaia, separada da nova empresa que irá retomar as operações. "Só compramos a unidade industrial", disse Abreu.
A homologação da proposta de compra da Sapucaia pelo MPE foi confirmada, semana passada, pela 3 ª Vara Cível do Fórum de Campos dos Goytacazes. Ainda há prazo para recursos judiciais, mas o MPE entende que está garantido pois o juízo, em Campos, emitiu um mandado de "imissão da posse" em favor da MPE Participações em Agronegócios. Havia outros dois interessados no negócio.
Embora tenha comprado a usina, o MPE não vai operá-la nem plantar cana-de-açúcar. A empresa está fazendo contrato de arrendamento com a Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), que vai operar a Usina Sapucaia. Hoje a Coagro já opera a Usina São José, com capacidade de moer 900 mil toneladas por ano, mediante contrato de arrendamento. Essa é uma das três unidades que ainda funcionam em Campos, município que tinha 18 usinas em operação no fim dos anos 1980.
Frederico Paes, presidente da Coagro, disse que a parceria com o MPE vai criar empregos na região e beneficiar os cooperados. A Coagro tem nove mil cooperados, sendo 85% deles pequenos produtores rurais. Na transação, o MPE vai ainda arrendar 11,5 mil hectares que pertencem à Sapucaia por 30 anos, renovável por igual período. Mas fará contratos de sub-arrendamento com produtores da região que utilizarão a terra para produzir cana-de-açúcar e entregá-la à Coagro.
Paes definiu a Usina Sapucaia como uma unidade de médio porte para os padrões atuais do setor sucroalcooleiro. Ele previu que em três anos será possível aumentar a capacidade de moagem de cana da usina em 50% a partir de investimentos em equipamentos. "Com investimentos, pode aumentar a capacidade de moagem sem colocar nova moenda. Acredito que em três anos, a usina pode chegar a moer 3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano", previu Paes.
Ele afirmou que na parceria a MPE poderá aproveitar a experiência de onze anos de cooperativismo da Coagro. "A [reabertura] da Sapucaia vai trazer nova expectativa de voltar a ter renda no meio rural [de Campos]." Para Abreu, ao assumir a usina, o grupo fez uma operação financeira com um ativo real. "Vamos recuperar uma indústria geradora de empregos, mas sem plantar cana ou produzir açúcar ou álcool, tarefas que ficarão com a Coagro." Valor Econômico -
Fonte: clippingmp 02/07/2013
loading...
-
Usina Salgado Coloca Terrenos à Venda
PORTO DE SUAPE, EM PERNAMBUCO: a usina não vale nada, já o terreno… Usinas de açúcar e álcool à venda por valores irrisórios deixaram de ser novidade no Brasil dos últimos tempos. Mas a família pernambucana Queiroz, dona da Usina Salgado, está...
-
Grupo Clealco Adquire Os Ativos Da Campestre
Venda dos ativos por R$ 187 milhões foi aprovada ontem à noite Os credores da usina Campestre, de Penápolis (SP), aprovaram ontem à noite a venda dos ativos da usina para o grupo Clealco, também paulista, por R$ 187 milhões. A Campestre, que...
-
Santa Terezinha Compra Controle Da Usina Costa Bioenergia No Paraná
O grupo Santa Terezinha, o maior sucroalcooleiro do Paraná, comprou o controle acionário da usina Costa Bioenergia, de Umuarama (PR). A unidade está processando neste ciclo 1,1 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, mas tem capacidade para 1,5 milhão...
-
Santa Terezinha Estuda Compra Da Usina Goioerê
O grupo Santa Terezinha, o maior sucroalcooleiro do Paraná, entrou com pedido de análise no Conselho de Defesa Econômica (Cade) para assumir, por meio de contratos de sub-parceria agrícola ou eventual aquisição, os ativos da usina Goioerê, localizada...
-
São Martinho Compra Participação De 32,18% Na Usina Santa Cruz
Ao contrário do informado anteriormente, o valor total pago pela São Martinho pelas participações na usina Santa Cruz e na Agropecuária Boa Vista foi de R$ 187,4 milhões, sendo R$ 55,5 milhões por 32,18% da usina e R$ 131,9 milhões por 32,52%...
Marcas e Empresas