Ofertas pequenas levam ThyssenKrupp a abrir nova rodada de negociação
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Ofertas pequenas levam ThyssenKrupp a abrir nova rodada de negociação


Grupo alemão foi surpreendido pelas baixíssimas cifras oferecidas pelos potenciais compradores

Mesmo com a corda no pescoço, a ThyssenKrupp terá que promover uma nova rodada de negociações por sua fatia na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que os interessados em levar o ativo para casa terão de melhorar, e muito, a proposta apresentada este mês. O grupo alemão foi surpreendido pelas baixíssimas cifras colocadas à mesa pelos potenciais compradores da siderúrgica, a Ternium e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamin Steinbruch.

 Uma fonte com acesso às negociações revela que as duas empresas jogaram para baixo as ofertas contando com o desespero do grupo alemão e a desistência das concorrentes. "A Ternium e a CSN se portaram como se estivessem sozinhos na disputa", revelou. Quem acompanha o processo de venda acredita que o timing da conclusão do negócio vai depender do interesse dos concorrentes em subir o valor das propostas.

 Antes de receber as ofertas, o prazo da ThyssenKrupp era colocar um ponto final na disputa até junho. A medida daria um alivio enorme ao grupo alemão, que foi pego no contrapé pela crise de 2009 e desde então atravessa sérias dificuldades financeiras.

 Para fontes do setor, as duas empresas no páreo ganhariam com sinergias ao assumir o controle da CSA. Mas a argentina Ternium sai na frente por contar com o apoio do governo do Rio de Janeiro, que não esconde a insatisfação de ver a siderúrgica de Benjamin Steinbruch no páreo. O temor é que o empresário transfira o comando da CSA para São Paulo, como fez com a CSN no passado. Para dificultar isso, o governo fluminense estuda impor condições para renovar incentivos fiscais concedidos à CSA, como o diferimento de ICMS.

 O interesse da siderúrgica brasileira é aproveitar a oportunidade de arrematar por um preço mais baixo uma usina inaugurada há menos de três anos. O custo de instalação de uma unidade como essa gira em torno de US$ 10 bilhões.

 Crédito
 Para fechar o desenho de sua proposta, a CSN bateu à porta do BNDES. Mas o modelo de oferta apresentado não sensibilizou o banco como imaginava o empresário. Apesar do interesse do governo em reduzir a desnacionalização no setor siderúrgico nacional, o Broadcast apurou que o BNDES não estaria disposto a financiar Steinbruch a qualquer custo até pelo seu passado de conflito com a instituição.

 O empresário quer dar como garantia de um potencial empréstimo a própria CSA, enquanto o banco quer um ativo de maior peso, como a mina Casa de Pedra ou a Namisa, para avalizar a operação. Segundo fontes, o BNDES já deixou claro que pode financiar também o grupo argentino Ternium, caso ele saia vitorioso do processo.

 Além do BNDES, a mineradora Vale é outra que acompanha à distância o desenrolar das negociações. Recentemente, o presidente da companhia, Murilo Ferreira, ressaltou que a empresa irá trabalhar para preservar seus interesses na Companhia Siderúrgica do Atlântico. A Vale detém 26,87% da CSA, enquanto a alemã ThyssenKrupp tem 73,13%. A mineradora tem um acordo de exclusividade no fornecimento de minério de ferro e um poder de veto na escolha do sócio. Por Mônica Ciarelli
Fonte: estadao 22/03/2013



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