Marcas e Empresas
Penguin Random House adquire Editora Objetiva
Grupo editorial já tem participação acionária na Companhia das Letras
Maior grupo editorial do mundo, a Penguin Random House adquiriu todos os selos de interesse geral da espanhola Santillana. No Brasil, a primeira detém 45% da Companhia das Letras e a segunda havia incorporado a Objetiva em 2005, o que significa que as duas concorrentes nacionais agora fazem parte do mesmo conglomerado. Com o negócio, devem se tornar a segunda ou a terceira editora no Brasil – os dados não são precisos uma vez que resultados financeiros não são divulgados.
O anúncio foi feito hoje, em Madri. Pelo acordo, a nova empresa Penguin Random House Brasil adquire a totalidade do controle da Editora Objetiva, incluindo os selos Alfaguara, Suma, Fontanar, Ponto de Leitura e Foglio. O acordo inclui também os selos editoriais da Santillana da Espanha, Portugal e América de língua espanhola. No Brasil, a Santillana manterá apenas seu selo de livros didáticos, a Editora Moderna, e os de literatura infantojuvenil, Salamandra e iD.
No Rio, os diretores da carioca Objetiva e da paulistana Companhia das Letras deram entrevista garantindo que nada mudará no dia a dia das casas, que se mantêm independentes.
“O editor é a matriz, tem a sensibilidade, a criatividade. Isso é o que move o desenvolvimento editorial de cada selo, isso não muda. Fala-se muito da questão global, mas se perde essa questão de vista”, disse Roberto Feith, fundador e diretor geral da Objetiva.
“Se, por um lado, existe o processo de consolidação, por outro, o DNA do trabalho editorial, a prática do dia a dia, não é afeito a isso, pois é totalmente individualizado. Na fusão da Penguin com a Random House, vimos uma união na área operacional, mas manutenção da área editorial absolutamente igual”, explicou Luiz Schwarcz, diretor geral da Companhia.
Segundo Feith, as conversas da Santillana com a Random House começaram em 2012, antes da fusão com a Penguin. “A união com a Companhia é bem-vinda pois se trata de uma editora-referência no mercado”, com um espírito parecido com o da Objetiva. Quanto à concentração do mercado, ele destacou que esta é uma tendência geral, “que se aplica ao mercado de telefonia ou de cerveja”.
Os dois editores continuam nas suas funções; a diferença é que Schwarcz (com sócios) ainda tem 55% da Companhia e Feith não é mais acionista da Objetiva. “Estou confortável. O acordo garante a perpetuação da editora”, afirmou Feith.
Com um volume de negócios da ordem de € 3 bilhões e alguns dos maiores best-sellers do mundo, como Dan Brown e John Grisham, a gigante Penguin Random House nasceu em julho de 2013, com a união das empresas de origem britânica e alemã, respectivamente, e controla um quarto da distribuição de livros no mundo. Quando do anúncio, foi divulgado que o Brasil estava na mira.
A Companhia das Letras e a Objetiva detêm, juntas, 10% do mercado brasileiro. As duas acreditam que a aquisição trará novas oportunidades para os autores nacionais e dará gás à comercialização de e-books no País, cujo faturamento hoje responde apenas por cerca de R$ 1 milhão de um total de R$ 5 bilhões em negócios.
Em Madri, Markus Dohle, diretor geral da Penguin Random House, disse que “a operação atende aos nossos dois principais objetivos estratégicos: fortalecer nosso compromisso com a publicação de livros em língua espanhola, incrementando nosso potencial comercial e literário em um dos mercados linguísticos mais dinâmicos do mundo, e estabelecer uma forte presença no Brasil”. Leia mais em Estadao 19/03/2014
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Penguin Random House compra editora Objetiva Transação foi oficializada nesta terça-feira. Espanhola Santillana, que tinha o controle da Objetiva, continua no Brasil com editoras Moderna, Salamandra e iD
Maior grupo editorial do mundo, a Penguin Random House adquiriu a editora Objetiva. O comunicado oficial da transação foi feito na tarde desta quarta-feira no Brasil e em Madrid, sede do grupo espanhol Santillana, que desde 2005 controlava a editora brasileira. Pelo acordo, a Penguin Random House Brasil, que já tem participação acionária em outro grande grupo brasileiro – a Companhia das Letras – “adquire a totalidade do controle da Editora Objetiva”, diz uma nota divulgada às 15h. No Brasil, a Santillana manterá as editoras Moderna, Salamandra e iD, de livros didáticos e literatura infanto-juvenil.
A nova composição acionária põe, lado a lado, os editores brasileiros Luiz Schwarcz, que manterá sua função de diretor geral da Companhia das Letras e vai supervisionar as atividades da Penguin Random House Brasil, e Roberto Feith, fundador e diretor geral da Objetiva. Como informou o Radar On-Line, do site de VEJA, a transação de 72 milhões de euros, selou também a venda dos 25% restantes de Feith na Objetiva. O valor total do negócio foi considerado baixo pelas dimensões das empresas adquiridas. Feith negou, em entrevista ao site de VEJA, que a Objetiva estivesse em dificuldades financeiras.
"A Objetiva não estava em situação similar ao do grupo Prisa (controlador da Santillana). A decisão de vender foi mais por necessidade do grupo Prisa", disse Feith. A negociação entre Random House e Santillana foi iniciada em 2012. Mas apenas há 10 dias foi decidida a compra da Objetiva. Schwarcz fez questão de ligar para o amigo e ex-concorrente Feith, diretamente de uma reunião do conselho da gigante internacional, para acertarem a reta final de negociações.
"Vamos agora aumentar nossa conta de interurbano e nossa amizade vai ter um motivo profissional para crescer", brincou Schwarcz.
De acordo com Feith e Schwarcz, a Penguin Random House Brasil passa a figurar entre os três maiores grupos editoriais do Brasil. Para ser concluída, a transação ainda deve demorar 45 dias, a julgar pelo período que demorou a conclusão da venda da Companhia das Letras para a Penguin, que teve o mesmo perfil. Mesmo após a venda de sua participação, Feith permanece como diretor-geral da Objetiva.
A Penguin Random House passa a controlar todos os selos de interesse geral da Objetiva, entre eles Alfaguara, Suma, Fontanar, Ponto de Leitura e Foglio. O acordo inclui os selos editoriais da mesma categoria da Santillana em 22 países, incluindo as filiais de Espanha, Portugal e América Latina. O cronograma de lançamentos e a equipe das empresas permanecem inalterados, de acordo com os editores. Tanto Feith quanto Schwarcz minimizaram o poder de fogo que as empresas terão para negociar com autores.
"Nunca deixamos de contratar um autor por falta de capital de giro. No fundo, a relação é pessoal. Espero que o autor tenha um incentivo maior para continuar nessas empresas", disse Feith.
Educação – O comunicado divulgado pela Santillana ressalta a decisão de “focar no segmento educacional”. Em 2013, segundo a Santillana, o segmento educação representou 87% do faturamento do grupo, “sendo uma parcela importante procedente da Moderna, filial do Santillana no Brasil”, diz o texto.
“Estes são tempos que exigem pôr todo o foco e esforço na atividade que desde a origem da empresa melhor define seu core business, que é a área educativa”, declarou Miguel Angel Cayuela, conselheiro-delegado do grupo Santillana, no anúncio oficial da venda, na Espanha. Também participou do anúncio o diretor geral do grupo Penguin Random House, Markus Dohle. Leia mais em Veja 19/03/2014
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