Marcas e Empresas
Petrobras prepara sua saída da Gasmig
Um dos ativos cuja venda não foi aprovada pelo conselho de administração da Petrobras na semana passada é a participação de 40% da estatal na distribuidora Gasmig. A informação, obtida pelo Valor, não é confirmada pela estatal. Silvio Sinedino, representante dos funcionários no conselho de administração da Petrobras, não menciona os ativos à venda. Ele disse ao Valor que é contra a venda de ativos da Petrobras por se tratar de uma medida que, a seu ver, está sendo colocada em marcha por falta de dinheiro, e não por se tratar de decisão estratégica.
"Sou contra. Além dela [Petrobras] estar vendendo por falta de dinheiro, acho que não pode ser feito sem licitação, só por carta convite, como está acontecendo", disse Sinedino ao Valor.
Sem dar detalhes, o conselheiro afirmou que um dos motivos que levaram o conselho a não aprovar o negócio foi a existência da avaliação por apenas um banco. "A gente achou que precisava de mais", disse. "O conselho achou que uma licitação é uma boa medida". Agora, segundo fontes a par do negócio, a Petrobras está buscando uma segunda avaliação da Gasmig para levar ao conselho de administração, que é presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Também presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Sinedino ocupa pela segunda vez uma vaga no conselho da estatal. Ele exerceu o cargo entre 2012-2013, perdeu a eleição seguinte e foi reeleito agora para um novo mandato no biênio 2014-2015.
Na sexta-feira, a Petrobras divulgou, tarde da noite, um comunicado informando que prevê desinvestimentos de ativos no exterior e no Brasil e que, entre 2014 e 2018, estão previstas vendas de US$ 5 bilhões a US$ 11 bilhões, "a depender da evolução dos indicadores financeiros". Ainda segundo o comunicado, a companhia "está analisando oportunidades de desinvestimentos alinhados aos objetivos traçados em seu planejamento estratégico".
A venda da participação na Gasmig evitará que a Petrobras coloque recursos para construir um gasoduto de 470 quilômetros para entregar gás para a nova unidade de fertilizantes da própria petroleira que será construída próxima a Uberaba, além de aumentar a malha da empresa mineira. No início da semana passada, a Cemig, que controla a Gasmig com 60%, confirmou uma associação com a espanhola Gás Natural Fenosa para criação da Gás Natural do Brasil S.A. (GNB), uma gigante do gás no Brasil.
No comunicado, a Cemig afirmava que a nova empresa é uma "plataforma de consolidação de ativos e investimentos em projetos de gás natural", sem informar valores de investimento ou a divisão societária. Além da Gasmig, a GNB será formada pela distribuidoras CEG, CEG Rio e a Gas Natural Fenosa São Paulo Sul, devendo superar em tamanho a paulista Comgás, a maior distribuidora do país.
Como a Petrobras não pretende investir mais recursos elevados na distribuição de gás, sua saída da Gasmig permite que os investimentos sejam dirigidos para a exploração e produção e a construção dos gasodutos que trarão gás do pré-sal até a costa.
No atual plano de negócios da Petrobras estão previstos investimentos de US$ 5 bilhões em gasodutos e estações de tratamento de gás do pré-sal até 2018. Em um horizonte maior, até 2030, estão previstos US$ 590 milhões para garantir a "continuidade, confiabilidade e segurança operacionais" da rede existente, como informa a estatal. O Brasil queimou 4,6 milhões de metros de gás cúbicos por dia em abril. Por Cláudia Schüffner Fonte: Valor Econômico | leia mais em udop 24/06/2014
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