Possível fusão entre Inbev e Sab faz ações subirem
Marcas e Empresas

Possível fusão entre Inbev e Sab faz ações subirem


Carlos Brito, CEO da AB InBev, parece ter apetite para mais uma aquisição

Carlos Brito, CEO da Anheuser-Busch InBev (AB InBev), vende uma em cinco cervejas no mundo, incluindo Budweiser, Corona e Stella Artois, mas, aos 54 anos, o brasileiro parece ter apetite para mais.

Expectativas de que ele esteja estudando uma oferta para comprar a SABMiller têm ajudado as ações desta empresa a subir 27% em relação a fevereiro, quando estavam em baixa. A valorização também reflete a diminuição do temor sobre riscos em mercados emergentes, que respondem por 75% das vendas da SABMiller.

Ações da Diageo - dona do uísque Johnnie Walker e da cerveja Guinness - que vinham mostrando desempenho abaixo da média do mercado neste ano, também subiram depois que analistas do Barclays disseram que a SABMiller poderia estar preparando uma fusão com esta sua rival, que é a maior fabricante de destilados do mundo, para evitar, antecipadamente, aproximação da InBev.

Conversas sobre compras mais agressivas têm se intensificado, em parte, porque espera-se que o setor de cerveja seja contaminado pela força que vem sendo mostrada por fusões e aquisições nos setores de alimentos, destilados e saúde neste ano. "Há mais um 'round' de consolidação a ser feito no setor de cerveja," diz uma fonte de um importante banco especializado em fusões e aquisições, argumentando que o setor é menos concentrado do que outros.

As quatro maiores fabricantes de cerveja do mundo - InBev, SABMiller, Heineken e Carlsberg - respondem por 49% das vendas globais e 60% do lucro operacional, segundo a Bernstein Research.

Mas alguns investidores se opõem à ideia de uma megafusão entre InBev e SAB (que produz Peroni, Grolsch e Miller Lite). Estes investidores temem que uma nova companhia avaliada em US$ 300 bilhões - seria uma das cinco maiores do mundo - venha a destruir [e não criar] valor.

"Furões são mais velozes do que elefantes. A SAB, valendo US$ 80 bilhões, conseguirá crescer mais rapidamente do que uma SAB/InBev de US$ 300 bi," diz uma fonte que figura entre os 10 maiores investidores das duas empresas.

No papel, uma união entre InBev e SABMiller parece boa, por isso a ideia fermenta há alguns anos. Ajudaria a tratar do principal problema da InBev: uma desaceleração nas vendas de cerveja, principalmente nos EUA. O ritmo caiu de 5% ao ano, de 2007 a 2012, para 2% a 3%, segundo a Euromonitor.

Comprando a Diageo, a InBev poderia entrar nos mercados da SAB de expansão mais acelerada, especialmente na África onde a InBev não tem presença.

A política da InBev é comprar empresas e atualmente ela está pagando a dívida tomada em 2012 para a aquisição, por US$ 20 bilhões, da Modelo, do México, liberando-a para outro negócio.

Alguns investidores e banqueiros, que conhecem bem as três empresas, dizem que embora a InBev talvez esteja procurando uma nova compra, a SAB não é a escolha certa. Apontam ao menos dois grande obstáculos, no curto prazo.

O primeiro são as joint ventures da SAB - nos EUA, na África, na Turquia e na China - que podem conter cláusulas relacionados a troca de controle. Nos EUA e na China, questões de competição, que obrigariam a um desinvestimento, potencialmente diminuiriam o valor dessas associações.

O segundo obstáculo é o preço. A InBev teria que par um prêmio de pelo menos 30% pela SAB, segundo banqueiros e analistas. "Quando se pensa na InBev, se pensa em corte de custos", diz um analista da BTIG Research. "SAB é uma empresa bem administrada que tem potencialmente custos a serem cotados, mas não na extensão vista em outras compras da InBev." Isso talvez explique a grande variação entre as estimativas de analistas sobre potencial sinergia: entre U$ 1 bilhão e US$ 2,5 bilhões.

Outro banqueiro, porém, lembra que como 40% das ações da SAB estão nas mãos de duas entidades, "você poderia reunir os interessados principais ao redor de uma mesa na sexta-feira e anunciar o negócio na segunda". Altria, grupo americano de cigarro, tem 27%, e a bilionária família colombiana Santo Domingo, 15%. Eles possivelmente prefeririam receber o pagamento em ações para evitar taxação pesada sobre ganhos de capital. Os Santo Domingo talvez queiram receber uma parte em dinheiro para investir em seus outros negócios (telecomunicações, alimentos e café).

"As diferenças de cultura entre a InBev e SAB estão superadas. Eles já se conhecem", diz um banqueiro, referindo-se à DE Masterblenders, grupo de café em processo de fusão com a Mondelez e no qual os Santo Domingo e alguns diretores da InBev são acionistas.

Perguntado este ano se uma fusão SAB/InBev faz sentido, Alan Clark, CEO da SAB disse: "Alguém, em algum lugar, poderia fazer os números funcionarem... Haveria perda de valor porque eles sabem que teriam que vender nos EUA".Veículo: Valor Econômico | leia mais em abrasnet 14/07/2014



loading...

- Ceo Da Ab Inbev Diz Que Está Aberto A Fazer Aquisições
Carlos Brito: "sempre buscamos oportunidades. Se elas surgirem com preço e condições adequados, vamos analisar" O CEO da Anheuser-Busch InBev, Carlos Brito, disse que está disposto a fazer aquisições se as circunstâncias forem boas, apesar de que...

- Além Da Sabmiller, Ab Inbev Também Estuda Fusão Com Pepsico Ou Coca-cola
Se a Anheuser-Busch InBev não puder tomar sua cerveja preferida, talvez ela se contente com uma Pepsi. Com quase US$ 90 bilhões em acordos fechados nos últimos dez anos, incluindo a aquisição da fabricante da Budweiser em 2008, nenhuma empresa de...

- Constellation Brands Compra Fábrica De Vidro Da Ab Inbev No México
A Constellation Brands fechou acordo para comprar uma fábrica de vidro da Anheuser-Busch InBev (AB InBev) por US$ 300 milhões. Uma das maiores fabricantes de bebidas alcoólicas do mundo, a Constellation tem apresentado um forte crescimento no negócio...

- Ab Inbev Adquire Cervejaria Chinesa
O número um mundial da cerveja, o grupo belga-brasileiro AB InBev, comprou discretamente uma cervejaria chinesa, Siping Ginsber O número um mundial da cerveja, o grupo belga-brasileiro AB InBev, comprou discretamente uma cervejaria chinesa, Siping Ginsber,...

- Ab Inbev E Outras Avaliam Oferta Por Starbev, Dizem Fontes
O negócio pode valer 3 bilhões de dólares, segundo o Wall Street Journal A CVC Capital Partners é dona da cervejaria desde dezembro de 2009, quando a comprou da AB InBev, e se negou a comentar o assunto. A Anheuser-Busch InBev e outras cervejarias...



Marcas e Empresas








.